Challenges of The Love

Uma Visão do Passado


P.O.V Jack

— Eu, Hans e Zach sempre nos encontramos no verão, pelo menos uma vez, é como uma antiga tradição. Nossas mães eram muito amigas na época do colégio e foram para a mesma faculdade juntas, nos colocaram na mesma creche e fomos criados muito próximos, então é natural que, mesmo depois de nos afastarmos bastante com os anos, nós ainda tentássemos manter alguma ligação. Esse negócio de nos encontrarmos nas férias foi meio que a solução para isso.

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Começo a me recordar e faço de tudo para pôr um filtro entre minhas memórias e meu relato para Elsa. Eu não posso estragar tudo de novo.

Era uma bela tarde de domingo, no meio de nossas férias. Eu acabara de concluir o 1° ano do colegial na Olympic High School e mal podia esperar para o 2°. Pois é. Esse é um lado meu que poucas pessoas conhecem: o Jack estudioso. Na verdade, na maioria das vezes, tento mantê-lo bem escondido entre minhas personalidades, mas vez ou outras ele aparece para dar um tchauzinho.

Eu ia passar a tarde com Hans e Zach, como sempre fazia desde que nossas mães se afastaram, logo depois dos pais de Hans se separarem e ela ficar chateada demais para as amigas, e, consequentemente, nos afastaram.

Nosso afastamento, de qualquer modo, não significou uma coisa realmente ruim. Hans ficou muito abalado com a separação dos pais e Zach ficava zoando-o por isso. Naquela mesma época, comecei a me concentrar no hóquei, então tudo apenas seguiu seu caminho.

Mas nosso tradicional encontro de férias permaneceu. Como poderia ser diferente? Nós já fomos muito amigos uma vez.

Apesar de não estar tão entusiasmado, aquela tarde era, sem dúvida, um alívio. Eu estava cansado de passar minhas tardes sozinho jogando no Xbox ou brincando com Pippa de boneca, ou que era basicamente o que eu fazia depois do meu rompimento com Vanessa. Não é como se minha vida girasse em torno dela, mas ter uma namorada pode te ocupar bastante.

— E aí, Frost? – Zach me cumprimentou, assim que eu me aproximei da mesa da lanchonete onde ele e Hans esperavam seus X-X-X-Burguers.

Zachary Pitch, depois de tudo, acabou caindo na mesma equipe que eu na Olympic, a de hóquei, o que não era necessariamente bom, porque aquele cara era realmente um pé no saco às vezes; talvez porque nós fôssemos amigos, talvez porque eu fosse o capitão, talvez porque ele é um idiota. Não sei e provavelmente nunca virei a saber, mas não é como se isso fosse relevante. Zachary sempre foi um cara mulherengo, maldoso, vingativo e maquiavélico, mas ainda assim ele era meu colega de equipe.

Hans Stronghold também havia ingressado na Olympic, e fazia parte da equipe de esgrima, apesar de não ser tão notável quanto seus companheiros de equipe, como aquele cara oriental bombado, Shang Li. Ele era conhecido principalmente por sua brigas com uma amiga minha, Merida Redhead, a capitã da equipe dos arqueiros, com quem a namorada dele, também da equipe dos arqueiros, tem grande rivalidade, o que, aparentemente, arrastou ele para essa rixa por tabela.

— E aê? – disse Hans, quando me sentei na mesa deles.

— Oi. – disse, vendo o clima pesado entre os dois e começando a duvidar se não teria sido melhor eu ter ficado em casa brincando com minha irmãzinha.

A verdade é que Hans e Zach nunca se deram bem depois do rompimento do Trio Animal, como nós nos chamávamos na infância – sim, eu sei que é um nome bobo, mas nós não tínhamos mais do que quatro anos na época em que escolhemos o nome, então eu gostaria de um desconto. Talvez fosse porque eles apenas se suportavam pelo todo, ou porque estavam ambos chateados com o fim de nossas brincadeiras em equipe, ou até mesmo por causa das implicâncias de Zach com a mãe de Hans e seus comentários maldosos. Talvez os três. O fato é que eu nunca irei saber e, depois de um tempo, eu deixei de estar interessado.

Depois de alguns minutos de um atordoante silêncio, a garçonete chegou com dois mega hambúrgueres e um Milk-shake para Hans. Pedi um sanduíche também, um pouco menor do que os deles.

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— Que mulher gostosa. – ouvi Zach murmurar.

E o pior de tudo é que ele tinha razão. Aquela mulher tinha um bunda enorme, além de seios também bem grandinhos. Devia ter uns 24, 25 anos e era muito bonita.

Hans também a observou, então dá uma sugada no seu Milk-shake e voltou-se para o hambúrguer à sua frente.

— Ela tem pernas tortas. – comenta, desinteressado.

— Cara, cê é viado? Puta que pariu! Uma gostosa daquelas passa por você e tudo o que cê pensa é que ela tem pernas tortas? Cê tem problemas. – perguntou Zach, parecendo realmente contrariado.

Hans apenas deu mais uma golada em seu Milk-shake.

Olhei para eles, avaliando-o. É, parece que as coisas não iam mudar mesmo. A culpa é toda de Zach, de qualquer forma, ele é um idiota.

Ambos olharam para mim, esperando que eu dissesse o que diabos pensava da garota.

— É... – disse, sem muita animação.

— Ah, qual é, cara? – Zachary parecia revoltado. – Só porque terminou com a vadiazinha da Vanessa não vai me dizer que vai parar de olhar para a bunda das gostosas?

Me incomodava ele chamá-la ela de vadia. Não porque eu gostaria de defendê-la, o que eu até deveria fazer, mas o cara ficou com ela, ele deveria ter pelo menos a decência de não chamá-la desse jeito.

— Não é por isso. Só não tô com ânimo de ficar tarando a bunda das garotas, Pitch. Só porque você é um mulherengo que não resiste a um rabo de saia, não quer dizer que eu tenha de ser também. – disse num tom tranquilo.

— Cara, num te dou duas semanas do começo das aulas para você estar tão “mulherengo e não resistente a um rabo de saia” quanto eu. – ele disse, fazendo aspas com as mãos.

— Pois eu te digo que não. – ergui-me da mesa, irritado com ele. Quem ele pensava que era?

— Pois bem. Vamos fazer uma aposta. Aposto 50 pratas que você não vai conseguir ficar até o segundo semestre sem namorar, pegar, ficar ou beijar ninguém.

— Uh... isso ficou interessante. – disse Hans em seu lugar. – Tô dentro. Aposto 25 pratas.

— Então baixo para 25, também. – disse Zach, feliz, por não ter que apostar sua mesadinha.

— Está certo. – apertei a mão de ambos.

— Se nós ganharmos, 25 para cada. – disse Zach.

— Então vamos fazer assim, uma aposta para cada. – propôs Hans.

— Está certo e no que vamos apostar para você, Hans? – disse Zach, como se pensasse alto, passando dramaticamente a mão na barba invisível.

— Que tal – disse, me lembrando de alguém – apostarmos que ele não consegue fazer com que a ruiva do arco e flecha fique com ele?

— Bom! – exclamou Zachary, enquanto Hans perguntou, incrédulo:

— Merida?

— Essa mesmo! – Zach havia se entusiasmado com a minha ideia. Fiquei feliz pelos holofotes saírem de mim.

— Não! Aquela garota é maluca! Não mesmo! Ela vive brigando com a minha namorada. E eu tenho namorada!

— Namoradas são dispensáveis, meu caro. – disse Zach com um sorriso malicioso.

Revirei os olhos. Aparentemente, ele e Vanessa compartilhavam desse pensamento. Se ao menos eu soubesse...

— Ah, mas eu já aceitei! – reclamei, ignorando a baboseira de Zachary. – Se você e Zachary não aceitarem um desafio para vocês também, eu cancelo a aposta.

De qualquer forma, conhecendo Merida como eu conheço, Hans não precisaria nem terminar com Melanie para começar a tentar conquistá-la, até porque, ele nunca conseguirá fazê-lo.

— Aff. – disse Hans. – Tá bom. O mesmo preço da aposta do Frost.

— E você, agora, Zach? – ambos olhamos para ele, com olhares maliciosos.

— Que tal, já que você gosta tanto de “gostosas” – Hans faz aspas com as mãos –, que tal você ser desafiado a pegar alguém da faculdade? Antes do fim do semestre.

— Ótimo! Não sei por que pegaram tão leve. Vai ser moleza. Apostado. – ele cuspiu na mão, gesto que eu e Hans repetimos e apertamos as mãos.

Olho para Elsa a minha frente, me olhando com seus grandes olhos azuis parecendo perdidos, porém concentrados em minha narrativa.

— Eu quebrei a aposta por sua causa, Elsa. – digo, passando uma mecha de seu cabelo loiro e macio que caía em seu rosto para detrás de sua orelha. – E Hans desistiu da sua aposta poucas semanas depois de realmente conhecer Merida. Só quem prosseguiu foi Zachary. Ele ficou com uma caloura de medicina da faculdade de Pontes; trouxe sua calcinha e um “depoimento” dela.

Elsa me olha com uma expressão enojada, como se dissesse: “Eu não precisava saber disso”, e eu acho sua cara espontânea tão adoravelmente adorável que eu rio e tento beijá-la.

Ela se afasta um pouco e tento não transparecer minha decepção na minha expressão. Certamente eu não consigo.

Ela me encara por alguns segundos tensos, enquanto prendo a respiração.

— Okay... acho que posso te perdoar. – ela dá um sorrisinho mínimo e eu fico tão genuinamente feliz que jogo-me nela e a ergo no ar, rodopiando-a uma, duas, três vezes, então aproximo sua boca da minha e a beijo. Um beijo lento e delicioso, do lado de fora daquele baile idiota, ao ar frio de uma noite estrelada, com a Lua nos observando.

E certamente Alexandra também.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.