Pov Merida

Solto a mão de Hans e aperto a campainha da minha casa. Minha mãe abre a porta quase que imediatamente:
– Mas que demora! Os seus primos já chegaram, a Elsa e a Anna e o Gustavo também. - ela me puxa pra dentro e puxo Hans.
– Parabéns!!! - Elsa me abraça enquanto fala. - Ei... eu trouxe Anna, algum problema?
– Não, claro que não. Que bom que você veio, Anna. - sorrio pra ela.
Gustavo surge na sala e acena pra mim. Ele se aproxima e ia me abraçar, mas vê Hans e para subitamente.
– Ooi, Gustavo! - ignoro a expressão dele e o abraço. Como já imaginava, Hans finge uma tosse, do tipo "ei, eu estou aqui".
– Bom, eu e as meninas vamos nos trocar, fiquem conversando enquanto eu não estiver aqui. - Sorrio para Gustavo e olho para Hans. Ele está com os braços cruzados e as sobrancelhas levantadas, a expressão do tipo "você só pode estar de brincadeira!". Respondo com uma expressão do tipo "faça o que estou mandando!".
Engraçado como nós já conseguimos decifrar as expressões um do outro.
Puxo Elsa e Anna pelo braço, em direção ao meu quarto.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Pov Narrador

Hans fica parado com os braços cruzados, admirando o chão, até que Gustavo decide quebrar o silêncio.
– Então... você saiu com ela?
– Merida?
– É.
– Saí, sim.
– Foi legal?
– Foi.
– O filme era bom?
Hans olhou para Gustavo com uma sobrancelha levantada:
– Como você sabe?
– An?
– Que a gente foi assistir um filme.
– Elsa.
– An?
– Elsa me contou.
– Ah. - Hans ri. - Não.
– Não? Não o quê?
– O filme não foi bom.
– Ah. - Gustavo ri.
Mais silêncio, mas desta vez Hans que o quebra:
– Ela te convidou?
– Merida?
– É.
– Sim.
– Você e mais quais meninos?
– O Frost, os caras da equipe de tiro ao alvo, Soluço e só. Eu acho. Por que? Por acaso você está preocupado? - Gustavo provoca.
– Não, não. Você que vai estar, depois dessa festa. - Hans fala sorrindo, sem olhar para Gustavo.
– An? Do que você está falan...
Gustavo é interrompido pelos assovios de Hans. Ele olha para escada e vê Merida descendo a escada, com um maiô verde. Elsa e Anna vem atrás dela, mas ele sequer nota isso.
– Não tinha nenhum biquíni não? - pergunta Hans e Gustavo concorda, mentalmente.
– Menos, bem menos, Hans. - Merida fala e continua andando.
Hans olha para Gustavo e ri. Dá duas batidinhas no seu ombro e fala baixo:
– Menos, babe menos.

Pov Merida

Quando chego na área da piscina, tenho vontade de voltar. Meus primos estão lá. Meus primos. Não lembro de tê-los convidado.
O primeiro que vem falar comigo é Kevin MacGuggin. Ele é grande e forte e até poderia ser legal. Ele usa aparelho e eu quase não entendo o que ele fala. Steven MacIntosh nem nota a aniversariante, ele só olha pra Elsa. Estou curiosa quanto a reação dele quando souber que a minha amiga tem namorado e quando ele vai começar a se exibir. Já Wee Dingwall está mexendo no meu equipamento. Sinto que isso não vai dar certo.
– Epa, epa, não mexa nisso. - grito, mas ele não me ouve. Corro até lá.
– Vamos fazer uma competição.
– Não. Claro que não. Você mal deve saber segurar um arco!
– Mas me deixa brincar.
Olho para Elsa. Ela está rindo.
– SO-COR-RO - sussurro.

Coloco 3 alvos alinhados e dou um arco a cada primo. Minha mãe está sentada ao lado do meu pai, eles também vieram assistir esta palhaçada. Não deveria ter dado meus arcos a estas criaturas. Macintosh e MacGuffin ficaram com uns do que eu uso na escola, e por segurança, Dingwall ficou com o que eu não uso mais, um arco de madeira com flechas de madeira. Sento ao lado do meu pai e apoio minha cabeça com o braço.
– Podem começar! - grito.
MacGuffin é o primeiro. O arco é pequeno demais e ele erra feio, não acerta nem o alvo. Rio junto com o meu pai.
Macintosh é o próximo e ele mexe no seu lindo cabelinho antes de errar. Provavelmente, ele queria impressionar Elsa. Não deu muito certo.
Dingwall é o último. Ele derruba todas as flechas tentando pegar uma:
– Oh, que dó! - digo, fazendo um biquinho. Meu pai ri e é repreendido pela minha mãe. Quando volto a olhar para Dingwall, uma de suas flechas acerta o alvo.
– Ah, mas como isso é possível? - falo, apontando para a flecha.
– Sei lá. Mas eu consigo fazer isso. Agora é a minha vez. - Gustavo fala, surgindo com algumas flechas de madeira. Ele grita para que MacGuffin jogue o arco que está segurando. Este serve direitinho para ele.
Gustavo anda devagar até o primeiro alvo. Sem parar de andar, atira uma flecha, que acerta o centro do alvo. Ele continua até o segundo, onde mais uma flecha atinge o centro do alvo. No terceiro, o centro já está ocupado, mas a flecha que ele atira acerta-o mesmo assim. A flecha de Gustavo rasga a de Dingwall ao meio, entrando até a metade do alvo.
Após essa proeza, levanto para aplaudir ele. Sou acompanhada pelas demais pessoas e Gustavo sorri, curvando-se para frente para receber os aplausos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Estou sentada ao lado de Astrid e Elly quando a campainha toca:
– Afe! Eu acabei de abrir a porta pra vocês!
Me levanto e vou até a porta. É Jack que acaba de chegar.
– Oi, Merida! Parabéns! - ele me abraça, para minha surpresa.
– A Elsa está perto da piscina. - falo.
– Ãhn... obrigado, era isso que eu ia perguntar.
– Já imaginava. - sorrio.
Volto para o meu lugar ao lado de Astrid e Elly.
– Olha o Gustavo do outro lado... sem camisa. - Elly morde o lábio inferior.
– Gente... - Astrid fala apenas isso.
– Astrid! Vou contar isso pro Soluço! - falo brincando, óbvio.
– Mas que o Gustavo é um gato, você tem que concordar!
– Isso ele é sim. - rio. - Agora sejam mais discretas, não precisa de tudo isso. Da primeira vez que eu vi ele assim, eu tapei os olhos. Eu acho.
– É, ele é um gato. - diz uma voz estranhamente fina atrás de mim. - Mas, menina, você já viu o Gustavo sem camisa antes? Me contaaa!
Viro minha cabeça pra trás e tenho uma crise de riso quando vejo que foi Hans que falou aquilo. Eu gargalho mesmo, até minha barriga começar a doer.
– Calma Merida, calma. Respira. Respira, isso. - diz Hans, dando batidinhas nas minhas costas. Enxugo os meus olhos e falo:
– Estou bem, estou bem.
– Que bom. Agora você já pode parar com esse assanhamento todo. Você já é compromissada.
– Compromissada? Com quem? Eu hein, Hans.
– Ah, é assim? Então tá. - ele se levanta e sai.
Ele se irritou comigo? "Ah, não", penso. "Falei merda." Talvez eu devesse ir atrás dele, mas continuei parada.
– Uh. Que climão. - fala Elly. - Enquanto isso, vamos continuar observando o Gustavo.
Sorrio pra ela. Elly era um amor mesmo. Mas, meu olhar foi até Bruno. Ele estava olhando Gustavo pular na piscina, e não era um "olhar normal", era como Elly e Astrid olhavam para Gustavo há alguns minutos atrás.
Ãhn... então tá, não vou falar nem pensar nada. Onde diabos ele se meteu??
– Merida. - falando da criança... Hans me puxa para perto dele. - Vem cá, por favor.
Não sei o que ele quer fazer, mas o sigo. Ele está com uma mão no bolso da bermuda de tactel e segura a minha mão com a outra.
– O que você quer? - pergunto. Hans não me responde, apenas olha pra trás com um sorrisinho.
Ele dá a volta na piscina e me leva até uma árvore que não lembro o nome da espécie. Atrás da árvore tem um banco de madeira e nós sentamos lá, de costas para a piscina.
– E então? Esse suspense todo é pra quê? - pergunto novamente e, novamente, sou ignorada. Hans continua segurando a minha mão e a alisa com o polegar.
– Está gostando da festa? - ele pergunta, sem tirar os olhos das nossas mãos entrelaçadas.
– Ãhn... Tô. - respondo, pega de surpresa pela pergunta. Que tipo de pergunta era aquela? Foi aí que eu notei que as suas mãos tremiam levemente e sua respiração estava um pouco acelerada. - Hans? Você está bem?
– Não. Quer dizer, sim. Eu só estou um pouco nervoso. - ele passa a mão pelos cabelos. - Só queria dizer que, assim, eu já gosto de você faz um tempinho.
Aceno com a cabeça e espero ele continuar. Como ele não torna a falar, digo:
– E...?
– Estou esperando você dizer "eu também".
– Mas que droga você quer comigo?
– Grossa. Sua grossa. Você é muito grossa. Mas apesar de ser a criatura mais grossa do mundo, eu gosto de você. E eu queria namorar com você, mas você fica jogando sua grossidão em mim!
– Você veio pedir pra namorar comigo? Mas por que toda essa enrolação, se você já sabe minha resposta?
– Algo na linha de "não, seu idiota-ridículo-feio, prefiro o Gustavo"? - ele diz, rindo.
– Primeiramente que, ai, eu não sou tão grossa assim. - sorrio. - Segundamente, eu beijei você, cara.
– Vai beijar de novo?
– Vou, vou sim, vou mesmo. - digo, puxando ele pela camisa. Hm. Hans beija bem. Muito bem. Solto sua camisa e seus lábios.
– Ei, Ei. Acabei esquecendo. - Hans tira uma caixinha de veludo preto do bolso esquerdo. Oi? Ele vai me dar um anel de compromisso, algo assim? - Sei o que você está pensando... - Hans abre a caixinha leeeentamente. - E você acaba de ser trollada.
Dentro da caixinha tem um colar com um lindo pingente prateado de uma mulher segurando um arco. Seguro a caixinha um pouco mais perto do meu rosto. Os detalhes do pingente são impressionantes, mesmo sendo apenas prateado. Consigo identificar o dedo mindinho da mulher e os cachos do seu cabelo.
– Eu vi esse colar um dia desses, lembrei de você na hora. - ele ri olhando para algum ponto distante. - Quando você me chamou para a sua festa, voltei na loja e comprei. A mulher da loja disse que é a deusa Artémis, mas, pra mim, continua sendo você, por causa dos cachinhos.
– Ai, meu Deus, é muito lindo. Obrigada.
Me viro de lado para Hans colocar o colar em mim, e, meu Deus, meus irmãos estão a alguns metros da gente, dando risadinhas e apontando.

Depois do céu já ter escurecido, as pessoas começam a ir embora. Elsa, Anna e Hans me ajudam a arrumar as coisas quando todos vão embora. Hans está conversando com a minha mãe (?) quando Elsa avisa que tem que ir embora, ela parece um pouco brava comigo, por causa da guerra de bexigas d'água:
– Desculpa querida, mas você vem pra uma festa na piscina e não quer se molhar, só lamento.
– Não estou brava por ter me molhado, estou brava por JACK ter me molhado.
Ouço isso e tento segurar o riso. Ela percebe e me empurra de leve, também rindo. E sua expressão volta a ficar séria.
– Para, eu estou falando sério. Você não podia ter convidado ele.
– Mas eu já tinha convidado antes de vocês ficarem de briguinha, o que eu ia fazer? Desconvidar ele?
– É!
– Não dava pra fazer isso. Principalmente, porque eu quero que vocês voltem logo.
– Mas isso não vai acontecer.
"Continuo shippando", penso, mas não falo nada. Elsa chama Anna:
– Agora nós duas temos que ir.
– Ok. - abraço ela e as levo para a porta. - Tchau! Obrigado por terem vindo! - grito e elas respondem com um aceno.
Fecho a porta e me encosto nela, olhando Hans e Elinor cochicharem algo.
– O que vocês estão conversando? - pergunto cerrando os olhos e apontando para os dois.
– Nada. - diz Elinor, com uma risadinha (?).

Algumas horas depois de Hans ir embora e alguns minutos depois de acordar, estou pronta pra descer e tomar café. Mas, antes de fazer isso, vou arrumar minha cama e encontro um bilhete debaixo do travesseiro, preso na fronha:

Olhe embaixo da cama

Eu olho. Me ajoelho e estico o braço para puxar alguma coisa que está debaixo da minha cama.
É uma pequena cesta com uma maçã vermelha e uma verde, chocolates recheados com todo tipo de doce e outro bilhete:

Feliz segundo dia de namoro! Espero que os chocolates estejam tão gostosos quanto eu e que as maçãs estejam mais doces que você. Brincadeira. Não quero levar um soco. Você é um amorzinho.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Acho que tem o dedo da minha mãe nessa história, só acho. Então era isso que eles estavam conversando?!