Atraídos por acaso

Razão ou emoção?


Josh

Sai do quarto aos pedaços, como tudo aquilo estava acontecendo comigo? O que eu fiz pra merecer sofrer tanto? Estava acabado, eu não poderia imaginar que ela terminaria tudo comigo, depois de me declarar a ela e a entregar a bosta do meu coração. Dei um murro na porta e fui para o celeiro indignado, eu estava com vontade de matar o Antony, minha cabeça estava a mil e se ele aparecesse em minha frente eu o mataria lentamente. Sentei no banco e respirei fundo, do outro lado do celeiro vi uma carteira de cigarro do meu avó e peguei, eu sei já larguei desse vicio a muito tempo, mas eu queria poder me sentir aliviado de algo, peguei um e acendi, quando fui colocar na boca olhei para o lado e vi minha avó

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– Josh, larga isso meu neto você não precisa disso.

– Vovó? - a olhei assustado.

– Eu sei o que aconteceu, mas não faça mais uma burrada, sei que o Antony merece uma boa surra, ele sempre teve muita inveja sua, mas se acalme.

– Vovó ela não vai me perdoar. – as palavras saíram como facas afiadas da minha garganta.

– Vai sim meu filho, dê um tempo a menina.

– Isso é injusto, eu não fiz nada vovó e ela não acredita em mim.

– Dê um tempo a ela, tudo irá se resolver.

– E se não se resolver e se ela nunca mais querer ficar comigo, como vou ficar? – disse desesperado.

– Ela vai voltar, pode ter certeza. – vovó veio ao meu encontro e me deu um beijo na testa.

– Vovó eu ...- parei no meio da frase e me assustei com o que eu iria dizer. Tomei coragem e disse. – Eu a amo, eu nunca pensei que iria dizer isso, mas a amo e as vezes isso até me assusta, porque nunca senti uma coisa tão forte por alguém, não é só atração ou por sexo, eu gosto dela por quem ela é, pela pessoa incrível que a Isabella se mostrou a mim. – meus olhos estavam meio marejados, mas não chorei, não faria isso na frente da minha avó.

– Eu tenho certeza que ela vai reconhecer esse sentimento e vocês vão ficar juntos.

– As coisas são mais complicadas do que parecem vovó. – disse me lembrando do John.

– No final vai valer a pena, não acha?

– Assim espero. – sorri fraco.

– Precisa de algo meu neto?

– Pega uma roupa pra mim lá em cima, não quero ver ela.

– Pode deixar meu neto.

Fiquei esperando vovó no celeiro e de longe vi Isa na porta do celeiro. Vou confessar que meu coração bateu forte, mas um medo me invadiu e me fez ficar paralisado, não conseguia me locomover. Ela se aproximou e pude ver seu rosto triste e os olhos inchados, ela estava chorando, outra vez quebrei uma promessa, sou um inútil mesmo!

– Jurei pra mim mesma que não voltaria a falar com você mais, só que eu não consigo. – ela disse se aproximando, parou em minha frente e soltou um suspiro. – A razão me diz que você fez merda e o coração me diz que esta sendo sincero, pela primeira vez na vida eu vou escutar o meu coração, e espero que ele não esteja errado porque se ele estiver, eu não sei o que vai ser dele. – ela sorriu fraco.

– Eu queria poder dizer que eu me perdoo, mas não consigo. Te fiz chorar e você não merece isso, você merece um cara que te faça feliz.

– Eu mereço um cara que seja você. – ela pegou minha mão e a beijou, logo depois acariciou meu rosto. – Olha só o que você fez, se meteu em uma briga por mim novamente. – disse ela passando a mão sobre meus machucados.

– Eu não iria deixar aquele idiota sair impune disso.

– Você sempre me protegendo.

– Porque quando a gente gosta é claro que a gente cuida. – disse olhando em seus olhos.

– E você gosta de mim de verdade? – me aproximei do seu ouvido e sussurrei.

– Gosto tanto que você nem imagina. – senti seu cheiro e a abracei forte. – eu quero poder ficar assim pra sempre. – disse baixinho.

– Pra sempre é muito tempo.

– Pra sempre não é o tempo necessário pra mim.

– Desde quando virou tão fofo? – ela me olhou nos olhos meio desconfiada.

– Desde quando eu passai gostar de uma loira muito mas muito linda que a apesar de ser marrenta as vezes, eu gosto muito. – ela abriu um sorriso lindo.

– Então quer dizer que me acha marrenta?

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Marrenta,– beijei seu nariz - linda – beijei sua bochecha (lado direito) – ciumenta– beijei sua bochecha (lado esquerdo) – teimosa – beijei sua testa. – parei de beija-la e olhei em seus olhos. – E maravilhosa. – beijei sua boca.

O nosso beijo era algo que me deixava louco, seus lábios tão macios e todo aquele sentimento que eu sentia por ela se resumia em um beijo carinhoso e cheio de desejo. A puxei para mais perto e nos beijamos até que o ar fosse realmente necessário. Paramos o beijo sorrindo, olhei em seus olhos e pude ver a alegria que ela me passava.

– Seria errado eu dizer que eu sou completamente viciado nesse seu beijo?

– Acho que seria ruim se não gostasse. – ela falou rindo.

– Imagina se eu não gostasse, eu seria um louco. – iniciei um novo beijo e dessa vez foi mais ardente e envolvente. Eu não queria a soltar, mas se não fizesse isso eu passaria do limite permitido, e acho que não esta na hora disso acontecer.

– Vamos arrumar nossas coisas, daqui a pouco temos que partir. –disse entre um sussurro.

– As minhas estão prontas, mas te ajudo. – ela sorriu.

– Você não existe garota. – disse e a dei um selinho carinhoso.

– Para seu bobo.

....

Isabella

Enquanto estava no quarto pensando em como tudo isso iria acabar, me lembrei de todos os mementos que passamos juntos, desde o primeiro beijo que me deixou boba até as declarações que Josh fez pra mim, os sorrisos sinceros, as palavras doces e as demonstrações de carinho. Avaliei tudo, coloquei todas as coisas em cima da balança e vi que ele não poderia fazer isso tudo atoa, só por prazer. Os seus olhos me diziam a verdade, mas a minha insegurança mais uma vez me travou me deixando confusa. Em toda a minha vida eu nunca gostei de um cara como eu gosto dele e isso me assusta muito, porque tenho medo de perde-lo. Sai do quarto o mais rápido possível e fui o encontrar, nas escadas encontrei a vovó Amélia subindo.

– Olá minha filha, queria conversar com você tem um tempo?

– Claro vovó. – nos sentamos no sofá da sala.

– O Josh esta no celeiro, ele esta arrasado minha filha, dá pena de ver ele daquele jeito. O meu neto ama você meu amor, ele disse que você é especial demais pra ele e tem tanto medo de te perder.

– Eu também tenho vovó, eu já sofri demais por quem não me merecia e acabei adquirindo uma insegurança que só me fez fazer burradas.

– Vai até lá e arruma isso, não deixa que a Agnes ganhe o gosto de ver vocês dois separados. - sorri para ela e dei um beijo em sua bochecha.

Corri até o celeiro e me deparei com Josh sentado em uma banco com as mãos na cabeça, senti uma dor ao vê-lo assim tão cabisbaixo. Me aproximei ainda meio receosa com a reação dele. Aos poucos fomos conversando e acabamos nos acertando. O dia já estava no fim e a vontade de voltar para casa era cada vez menor. Josh e eu arrumamos as coisas e depois fomos dar a volta por cima. Seguimos de mãos dadas para a festa onde encontramos dona Elisabeth e o Sr Willian conversando com os pais da Agnes, nos aproximamos e pude ver que ela estava junto. Josh pegou minha mão com mais força e me deu um beijo na bochecha.

– Relaxa minha princesa.

– Vou estar melhor quando fomos pra casa.

– Daqui a pouco nos vamos. – disse ele num sussurro.

– Julie e Albert. – Josh os cumprimentou.

– Ola Josh, quanto tempo não nos vemos. – disse Julie.

– Essa é a minha namorada, Isabella. – ela me olhou e continuou com seu olhar altivo.

– Já aviamos nos conhecido. – ela disse com desdém.

– Mãe, eu e a Isa já estamos voltando, amanhã temos compromisso.

– Ah meu filho, nos vamos ficar mais algumas horas.

– Tudo bem, então até mais. – Josh deu um beijo em sua mãe e um abraço em seu pai. Os cumprimentei e agradeci pela viagem. Agnes estava com uma cara muito emburrada, seus olhos ardiam em ódio, ela não conseguiu ficar muito tempo perto de nós e saiu batendo pé.

– Vamos procurar seus avos. - disse baixinho.

– Claro, até mais ver pessoal. – Josh se despediu educadamente deles e saímos abraçados.

– Viu a cara da Agnes?

– Ela estava muito brava, provável que agora vá contar tudo para minha prima.

Saímos em busca dos avos do Josh e nos despedimos. Dona Amélia e Seu George me acolheram muito bem, eu estava tão feliz em poder conhece-los de compartilhar algo bom com eles, são ótimas pessoas.

Seguimos em direção a Boston, o som do carro estava ligado e tocava Ed Sheeran - All Of The Stars. Uma paz se instalou dentro daquele veiculo, Josh olhava para a estrada e de vez em quando olhava para mim e sorria, um sorriso tão sincero, o meu sorriso. Não precisamos dizer coisa alguma naquele momento, nossos olhos e sorrisos diziam tudo, eu o escolhi e não me arrependo de nada. Ele é o meu erro, meu acerto, meu chão, minha segurança, e de uma coisa estou decidida, não importa o que aconteça, eu vou ficar ao seu lado e se algum dia nos perdemos um do outro eu o encontrarei quando olhar para o por do sol.

.....

Josh estacionou o carro no estacionamento do prédio, e meu coração estava acelerado, eu teria que encarar John e dizer toda a verdade, um medo me invadiu e suspirei fundo tomando coragem para sair do carro. Josh me olhou e pegou minha mão.

– Que foi minha loira?

– To com medo. – disse baixinho.

– Eu também, mas vamos enfrentar isso juntos? - ele acariciou meu rosto.

– Sempre. – sorri.

– Não sabemos o que vai acontecer, ou como ele vai reagir, mas o que importa é que nós estamos felizes juntos e nada pode mudar isso.

– Eu estava pensando em não contar nada por enquanto, vamos deixar a poeira baixar um pouco e daqui uns dias a gente conta,o que você acha?

– Por mim tudo bem, só não sei se vou conseguir fingir que te odeio. – ele sorriu de lado.

– Tentaremos, é só lembrar dos tempos antigos. – pisquei. – saímos do carro e Josh me deu um selinho rápido, antes olhos para os lados meio desconfiado, eu ri e ele me puxou mais para si. Abrimos o apartamento e não vimos ninguém, chamei o John mas nem sinal. Guardei minhas malas e Josh bateu na porta do meu quarto.

– Entra.

– Loira, se sabe onde o John esta?

– Tenho nem ideia, vou ligar pra ele. – peguei meu celular e disquei o numero, enquanto isso Josh me envolveu em uma abraço por trás e começou a me dar beijos no pescoço me provocando arrepios. John atendeu, mas minha concentração estava sendo afetada.

– Alôo, Isa? – disse John. – voltei a mim e respondi.

– Oi maninho, onde você esta? Já chegamos.

– To aqui na casa do Alex, os pais dele estão aqui, vem conhecer eles.

– To indo, me esperem ai.

– Estamos te esperando, não demora. - Josh roçou seu nariz em meu pescoço

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– Okay. .- falei com a voz meio falha, desliguei o celular e me desvencilhei dos braços de Josh e o encarei.

– Você não facilita não é?

– E que você é irresistível minha loira. – sorri e rapidamente corei. – Sabe que eu adoro esse seu jeito de menina envergonhada, te deixa tão linda. – ele se aproximou e acariciou meu rosto.

– Você sempre diz o que pensa assim tão na cara?

– Na maioria das vezes sim. – soltei uma risada.

– Você não tem jeito. -disse balançando a cabeça.

– Até tenho, e sabe qual o melhor jeito de me deixar calado? – eu estava entendendo onde ele queria chegar.

– Até sei qual, mas agora precisamos ir. – disse o puxando.

– Ahh loira, se vai me deixar sem um beijinho? - disse ele manhoso.

– Vou, agora vamos porque se demorarmos muito o John vai achar estranho. – disse o puxando.

– Onde nos vamos? – ele bufou.

– Na casa do Alex, parece que os pais dele estão por la jantando.

– Ótimo programa. - disse com ironia. - Preferia ficar aqui quietinho com você, te fazendo carinho e cantando pra você. – ele se aproximou e fez carinho no meu rosto.

– Eu também preferia, mas você sabia que seria assim.

– O pior vai ainda esta por vir, tenho que me acostumar.

.....

Chegando na casa do Alex, batemos na porta e Megh veio atender, ela me abraçou me deu um sermão gigante, disse que isso não se faz com as amigas e que estava morrendo de saudades de mim, eu sussurrei em seu ouvido que contaria tudo mais tarde. Fomos até a sala e vi o pessoal na mesa da jantar. Corri até John e o abracei, ele retribuiu o abraço e me deu um beijo estralado.

– Estava com Saudades.

– Eu também minha loirinha.

– E de mim não estava? – Disse Alex.

– Ah meu loiro lindo, claro que estava, você sabe que a vida não tem graça sem você. – o abracei forte e ele beijou minha testa.

– Acho bom mesmo. – ele disse brincando. – Isa esses são meus pais, Dona Paloma e seu Ricardo. – olhei para eles e o cumprimentei, a mãe do Alex sorriu e me elogiou e o pai dele ficou me encarando.

Olhei pra John e ele estava conversando animadamente com o Josh. Nos sentamos na mesa e jantamos. O jantar foi incrível, muitas risadas e trocas de olhares disfarçadas entre mim e Josh. Já era tarde quando nos despedimos e fomos para casa, mas uma coisa não saia da minha mente. Porque o pai do Alex estava tão estranho perto de mim? Cheguei em casa e fui tomar um banho, vesti um moletom e fui pegar um copo de água na cozinha. Josh estava sentado no sofá e John na cozinha, passei pela sala e Josh piscou pra mim, entrei na cozinha rindo.

– Eiii da onde vem esse sorriso bobo? – disse John que me pegou no flagra.

– Tava vendo um negocio engraçado.

– Sei. – ele disse num tom de desconfiança.

– Gostei dos pais do Alex, eles vão ficar aqui por um tempo? - disse mudando de assunto rapidamente.

– Acho que até sexta, segundo o Alex.

– Huum.. sabe parece que já vi o pai dele em algum lugar, me parece familiar.

– Deve estar enganada. – John saiu da cozinha e o segui, ele se sentou no sofá e eu me sentei ao seu lado, perto do Josh.

– Dá pra ir mais pra la seu folgado. - disse olhando para o Josh, contendo o meu riso.

– Vê se me erra garota, estava aqui primeiro.

– Ahh não, de novo vocês dois? Quer saber to saindo, não da pra aguentar a briguinha de vocês.

John foi para o seu quarto e trancou a porta. Olhei para o Josh e sorri, quando fui me levantar ele me puxou me fazendo cair em seu colo.

– Tenho que ir dormir. – disse me levantando, Josh notou minha vergonha e se pós de pé.

– Desculpa, foi sem querer. – ele disse meio sem jeito.

– Não to acostumada com esses atos. – disse super envergonhada.

– Eu sei, desculpa loira, prometo que não faço mais. – ele disse cruzando os dedos e os beijou.

– Tudo bem, eu tenho que ir dormir, amanhã tenho aula cedo.

– Eh eu também, mas antes posso te pedir uma coisa? – disse ele se aproximando. Josh enroscou seus braços em minha cintura e sussurrou em meu ouvido. – eu preciso de um beijo de boa noite. – ri baixinho e cheguei perto de seu rosto e dei um selinho rápido e sai correndo. Porque se beijasse ele teria muito risco do John ver.

– Isso é maldade. – ele fez cara de coitadinho.

– Boa noite. – sussurrei.

– Boa noite minha loira.

Entrei em meu quarto e pulei na cama, puxei o cobertor e me deitei. Meu celular vibrou e era uma mensagem.

Não sei o que vou fazer pra esconder o que sinto por você, toda vez que te vejo não consigo esconder o sorriso que brota em mim.

Boa noite, minha loira.

Josh