POV Katrina

Assim que Zack e Veronica saíram da sala de aula Ethan logo tratou de se afastar com a bela moça. Eu e Zack trocamos olhares cúmplices até que ele sorriu e engajou meu braço no dele. Amei a naturalidade com que ele fez isso e comecei a conduzi-lo até o pequeno jardim que ficava na entrada do palácio. Andamos vagarosamente pois a intenção era conversarmos desde já. Como eu estava tímida demais para começar, ele mesmo começou.

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– Então, cansada? – perguntou-me.

– Um pouco. Tente falar com trinta e cinco pessoas em menos de três horas e depois me diga como foi. – ambos rimos com meu comentário.

– Eu imagino. Bem, em nossa conversa você soube muito sobre mim. Que jogo futebol, gosto de pintar, amo música clássica, mas pouco sei sobre você, princesa.

– Bem, eu também amo música clássica, pratico piano desde pequena e faço aulas de esgrima também. – ele pareceu impressionado.

– Esgrima? Por que uma dama precisa fazer esgrima?

– Primeiro porque eu sempre achei necessário eu saber me defender e segundo porque eu gosto de lutar. – disse com convicção.

– Que interessante. E quais demais gostos “peculiares” a senhorita possui?

– Gosto de me perder. Em labirintos, em palavras, em lágrimas. – disse a última parte em um suspiro.

– Ei, não fiquei triste. Hoje é um dia feliz. Não permitirei que ninguém o estrague para você. – disse ele parando e segurando levemente meu queixo. Virei meu rosto para retirar meu queixo de sua mão.

– Obrigado. Gosto de pessoas gentis, assim como você.

– Uau, nunca ninguém havia me chamado de gentil.

– Por que? – perguntei realmente curiosa.

– Bem, eu sempre sou o palhaço da turma, aquele que se não fosse por suas piadas nunca seria notado.

– Deve ser meio solitário.

– E é. Para você ter ideia, eu nunca namorei. – parei abruptamente e olhei para ele.

– Nunca? Então você é...completamente puro?

– Sim...eu sei que é meio estranho, afinal eu tenho dezenove anos, mas eu realmente nunca namorei e nunca me importei com isso.

– Você é um em um milhão.

– Sim...

– E eu gosto disso. – disse, cortando-o.

– Jura?

– Claro. Você tem sua personalidade, mas também tem seus problemas e decepções. Isso te torna humano e único.

De repente, ele parou de andar, me levantou e me girou no ar.

– Acho que nenhuma garota havia falado assim comigo.

– Bem, gosto da ideia de ter sido a primeira. – falei sorrindo. Ele sorriu de volta, ofuscando até mesmo o meu sorriso.

Antes que percebêssemos, nós já havíamos chegado á frente do palácio. Nos sentamos em um banco e continuamos a conversar. Descobri mais sobre sua família, sua infância sofrida ao lado do irmão. Seu pai foi preso quando ele ainda era criança e sua mãe teve que sustentar os dois. Quando o pai saiu da prisão, estava amargurado e fora de si. Ele bateu na mulher e nos filhos e eles foram obrigados a fugir. Mesmo tantos anos depois ele conta que a mãe ainda tem medo que o pai apareça e os faça sofrer novamente.

– Mas se ele voltar, quem tomará uma surra será ele. – disse ele com os punhos cerrados.

– Sinto muito por você.

– Tudo bem, eu já superei. Apenas temo por minha mãe, que apesar de tudo o que ele fez continua a amá-lo.

– Eu a entendo. Ele pode ser um monstro, segundo suas palavras, mas ele ainda é o pai de vocês.

– Eu sei, mas ela deveria tentar esquecê-lo!

– Você não sabe o quão difícil é esquecer alguém que já amou.

– Por que diz isso? Por um acaso já se apaixonou? – perguntou-me, com uma pitada de raiva na voz.

– Já. Ele foi um grande amigo, mas tivemos que nos separar por conta de minha Seleção.

– Você ainda o ama? – perguntou-me rapidamente. Hesitei um pouco, mas logo falei.

– Não da maneira que costumava, mas sim. – ele bufou e riu debochadamente.

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– Então de nada adiantou. Eu e outros vinte e cinco estamos em uma batalha sem vencedor, pois você nunca foi e nunca estará aberta a amar um de nós!

– Você não sabe se eu posso mudar! Você não sabe como eu sou e o que faço! – ambos estávamos alterados agora.

– E talvez eu nem queira saber! – disse, logo em seguida tampando a boca com a mão e arrependendo-se.

– Então talvez eu deva tirá-lo logo da Seleção. – falei timidamente.

– Não, por favor. Perdão, eu...eu não quis dizer aquilo. Escapuliu de minha boca.

– Com licença, mas acho que nosso passeio acabou.

Virei-me em direção a porta e comecei a andar pelo corredor. Ouvi seus passos apressados atrás de mim. Antes que pudesse me virar, ele agarrou meu pulso com força.

– Por favor, princesa. Eu não quis dizer aquilo! Eu... – disse ele atropeladamente.

– Me solte! Está me machucando! – disse em razão da dor que sentia em meu pulso.

– Por favor, diga que eu não vou sair. Diga!

Neste momento, uma voz muito mais grossa, porém conhecida por mim, falou atrás de Zack.

– Senhor, a princesa lhe pediu que a soltasse. Se você se negar, não hesitarei em machuca-lo. – disse o guarda alto e forte atrás dele.

– Sim. – disse Zack. E finalmente ele me soltou.

– Obrigado, guarda Woodwork. Por favor, acompanhe o senhor Flint até seu quarto. – pedi a Harry. Ele assentiu com um aceno de sua cabeça e logo corri até meu quarto.

Entrei e bati a porta rapidamente. Minhas criadas se assustaram e me perguntaram o que tinha acontecido, mas eu neguei falar. Elas assentiram e saíram de meu quarto a meu pedido. Bufei e me joguei na cama. Era inacreditável como tudo acontecia comigo. Olhei para meu pulso e notei que ele estava vermelho. Fui até o banheiro e passei uma pomada que estava na prateleira em meu pulso. Fui até o closet e troquei meu vestido atual por um mais curto, que chegava a meus joelhos. Ele era um de meus favoritos, era azul e tinha uma grande flor em uma das alças. Troquei meu sapato de salto por uma sapatilha vermelha. Eu me sentia mais confortável assim. Decidi ler um livro e tentar deixar para lá o começo desta tarde. Li o livro até as sete horas da noite, uma hora antes do jantar. Estava me preparando para tomar banho quando ouço algumas batidas em minha porta. A abri e me assustei com a pessoa que estava do outro lado. Zack estava com um enorme buquê de rosas em mãos e um sorriso tímido na face.

– Perdão. – disse ele me entregando o buquê. Peguei-o com cuidado e Zack entrou cautelosamente em meu quarto. Levei o buquê até um vaso que tinha em minha cômoda. Rosas. Como ele sabia que são as minhas favoritas?

– Zack, eu...

– Por favor, me desculpe por ser tão grosso e rude com você. Eu não devia ter despejado meus problemas em você.

– Tudo bem, eu entendo.

– Mas, você me perdoa? – disse ele se aproximando mais de mim.

– Olha, eu preciso pensar um pouco. – disse timidamente. Ele encostou sua mão em minha bochecha.

– Bem, talvez isso ajude.

E com estas palavras, ele me beijou.