POV Katrina

Minha mãe ainda estava meio, digamos estressada, pelo ocorrido no jantar de ontem. Meus planos eram conversa com um dos selecionados logo após o café da manhã, eu tinha Brutus em minha mente, porém decidi por conversar com minha mãe. Ela e meu pai saíram mais cedo do café da manhã, então eu não teria muito trabalho em achá-los. Caminhei a passos largos até o quarto de meus pais. Bati na porta e logo meu pai atendeu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Pois não, querida? – disse ele com um sorriso fraco no rosto.

– Eu gostaria de falar com mamãe. A sós. – disse, enfatizando “a sós”. Ele assentiu E logo minha mãe saiu no corredor. E a abracei e ela sorriu para mim.

– O que houve, filha? Algum problema?

– Apenas um. Alguém feriu os sentimentos de minha mãe.

– Eu não diria sentimentos, mas orgulho, talvez. – disse ela, pensativa.

– Independente disso, aquela garota não tinha o direito de lhe ofender.

– Tenho certeza que ela não quis me ofender. Ela apenas não tem filtro, fala o que lhe vem a cabeça.

– Isso é um problema. Se ela fosse da minha Seleção, já estaria fora. – ela sorriu para mim e tocou em minha bochecha.

– Filha, eu sei que o que ela fez foi errado, digamos, porém todos merecem uma segunda chance. E tenho certeza que seu irmão entende isso.

– Eu não sei.

– Bem, pare de se preocupar com a Seleção de seu irmão e comece a pensar mais na sua.

– Mamãe, se eu pensar mais em minha Seleção do que eu já penso, imagino que eu acabe indo para o manicômio.

Ela riu sem humor e me abraçou novamente. E com isso, entrou no quarto novamente. Fiquei um tanto antônima em relação à ação de minha mãe, mas deixei isso para lá e caminhei calmamente até a sala de aula onde os selecionados iam todas as manhãs após o café. Bati na porta calmamente e pedi a Moly para chamar Brutus. Ele logo veio, com seu sorriso fanfarrão e olhar sensual na face. Ele beijou minha mãe demoradamente e finalmente falou.

– Bom dia, Alteza. – disse pausadamente. Sem razão alguma, notei que minha respiração estava ofegante.

– Bom dia. Vamos? – convidei-o. Ele aceitou e me ofereceu seu braço. Aceitei, como sempre e começamos a caminha em direção ao jardim, para ser mais específica, ao labirinto.

– Como está a senhorita? – perguntou-me.

– Bem, e o senhor?

– Excelente. Nunca me senti mais realizado! – respondeu animadamente.

– Realizado? E por qual motivo? – perguntei realmente curiosa.

– Oras, por saber que vou me casar com a princesa mais perfeita do mundo! – disse ele. Ignorei sua resposta e decidi que não iria mais falar sobre aquilo.

– Bem, logo se percebe que você é bem...

– Fortão? – disse ele, cortando-me. Era exatamente o que eu queria dizer, mas não tive coragem.

– Ahn...sim. Qual esporte você pratica?

– Seriam mais quais esportes. Bem, polo aquático, futebol americano, futebol, voleibol, fora as várias horas na academia.

– Uau! Incrível. Nunca vi alguém tão atlético assim como você.

– Sim. Meu pai e minha mãe ajudaram muito nisso. Eles são professores de educação física.

– Tem irmãos?

– Não, sou filho único. Bem, ás vezes é legal, porque você sempre vai ser o centro das atenções, mas por outro lado é meio chato não ter com quem conversar sobre coisas da nossa idade.

– Eu imagino, afinal meu irmão é meu melhor amigo.

– Já notei isso. Se eu não soubesse que vocês são irmãos poderia até pensar que são um casal. – ambos rimos com seu comentário.

– Sim, estamos sempre juntos, de mãos dadas. Somos como as duas faces da moeda, sem uma a outra é incompleta, porém somos exatamente o oposto um do outro.

– Jura? Vocês me parecem tão iguais.

– Apenas parecemos. Eu puxei para o lado de minha mãe, o lado artístico da família, já meu irmão puxou para o lado de meu pai, o lado duro da família.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Duro é? – perguntou-me com uma sobrancelha levantada.

– Sim, você ainda não viu meu pai ou meu irmão com raiva. Não queira ver.

E finalmente chegamos ao jardim. Soltei seu braço levemente e inspirei profundamente. Senti o cheiro de orvalho, da grama molhada, e mais ao fundo, uma pitada de rosas. Eu só ouvia o som das folhas balançando com a força do vento e canto doce dos pássaros. Brutus parecia observa toda a cena, admirado. Fechei os olhos por um momento, aproveitando ainda mais. E por um segundo, senti a respiração dele em minha nuca. Virei-me rapidamente e ele riu de meu olhar dirigido a ele. Peguei em sua mão e o conduzi até a entrada do labirinto. Por um momento, ele fingiu estar relutante em entrar, apenas de birra. Até que finalmente o convenci a entrar. Caminhamos calmamente por um caminho conhecido por mim, não desejava me perder desta vez. Estávamos em silêncio até ele parar em uma roseira. Ele se agachou um pouco e pegou uma rosa para mim, com muito cuidado para não se espetar com os espinhos.

– Para você. – ofereceu-me. Lancei um sorriso para ele e aceitei.

– Sabe, sempre apreciei as rosas.

– E por qual motivo? – perguntou-me curioso.

– As rosas são as flores mais belas na natureza, em minha opinião, porém elas também possuem seus espinhos. Ou seja, é uma bela cautelosa. Como se ela fosse feita apenas para ser admirada e não tocada.

– Eu adoro a frase “Toda rosa tem seus espinhos”.

– Por quê?

– Seria como, toda bela moça tem sua proteção, seus espinhos. Para os homens entenderem que não é porque uma mulher parece bonita que ela é fraca, frágil. – impressionei-me com sua definição. Eu não imaginava algo tão profundo vindo de Brutus.

– Bem, isso é um belo recada para vocês, homens. – disse, fazendo graça.

– A sim, vocês mulheres estão tranquilas, não há nada referente a vocês sobre amor.

– E nós adoramos isso! – disse dando um pulinho e fazendo-o rir.

– E eu adoro que você adore isso. – disse ele.

Dizendo isso, ele colocou seu braço envolvendo minha cintura e puxou-me para si. Assustei-me um pouco mas logo relaxei. Ele tocou minha face suavemente e me beijou sem cerimônias.

Este beijo foi diferente do que recebi de Zack. Eu me lembro de sentir carinho no beijo de Zack, mas o de Brutus exalava sensualidade. Apesar de não estarmos fazendo nada de demais, nunca havia me sentindo tão devassa quanto naquele momento. Agora restava-me decidir qual beijo era o melhor. Dois lados, distintos porém juntos. Bem-vindo a complicada vida de Katrina Schreave.