Winter is Coming

Welcome to the new age


Acordei bem cedo no dia seguinte. Queria fazer uma caminhada a fim de clarear as ideias. Coloquei uma roupa confortável, prendi meu cabelo num rabo e peguei meu ipod. Antes de sair verifiquei se Bucky ainda estava ali; ele dormia calmamente no sofá. Deixei um bilhete dizendo “Dei uma saidinha, mas volto logo. Por favor, não destrua meu apartamento ainda mais.

Como sendo uma agente secreta, eu tenho que praticar atividades físicas, para manter a forma. Eu caminhava tranquilamente a alguns minutos do meu apartamento quando fui surpreendida por uma Isabelle sem ar.

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– Que susto, Isa – tirei os fones de ouvido e parei de andar.

– Já que você não tem tempo para sua melhor amiga, o jeito é vir atrás de você.

– Eu só estava ocupada ontem. Deixe de ser dramática.

– Então, quando pretendia me contar que trabalha na biblioteca? – questionou-me.

– O que?

– Edward me contou que você disse isso a ele. Eu achei isso meio estranho, porque eu acho que saberia se você trabalhasse na biblioteca.

– É que... Eu... – gaguejei um pouco, tentando formular alguma justificativa. – Sabe o que é? Como disse a ele, é recente. Começo na próxima semana.

– E quando você pretendia me contar?

– Agora?

– Você está muito estranha ultimamente – ela me olhava desconfiada. – Está acontecendo alguma coisa que eu não saiba?

Isabelle parou em minha frente, fazendo-me interromper a caminhada. Ela estava com os braços cruzados e uma expressão acusadora no rosto.

– Que droga, Isa. Eu só estou preocupada com algumas coisas, nada demais. Agora pode parar com o interrogatório? – respondi um pouco sem paciência.

– Está certo, quando resolver me contar o que está acontecendo, sabe onde me encontrar.

Ela apenas disse isso e saiu caminhando para o outro lado.

– Isabelle, espere!

Eu odiava ter que mentir para Isa sobre tudo, mas eu não tinha escolha. Ela virou-se para mim, esperando que eu falasse algo, mas nada consegui dizer. Isabelle então rolou os olhos e foi embora. Eu teria que lidar com isso outra hora.

No caminho de volta para meu apartamento, fiz uma pausa em uma loja de roupas, e rapidamente retomei meu percurso, torcendo para não ter nenhuma surpresa em casa. Quando cheguei, me deparei com Bucky de costas, com o cabelo preso em um coque mal feito e com algo em mãos.

Ele se virou para me encarar assim que me ouviu fechar a porta.

– Eu saio de casa e você mexe nas minhas coisas? – resmunguei, jogando a sacola de roupas no sofá.

Aproximei-me um pouco de Bucky e pude ver que ele estava observando algumas fotos do Steve. Fotos que estavam guardadas no arquivo sobre o Soldado Invernal, que Collins que entregara.

– Eu o conheço – Bucky afirmou, mas parecia um pouco distante.

– Você conseguiu se lembrar de algo?

– Eu não sei exatamente... – ele fez uma pausa. – Eu tenho algumas lembranças rápidas e embaçadas. Vejo uns soldados, um acampamento, às vezes lembro-me de um lugar com muitas pessoas, como se fosse uma festa, e eu converso com alguém parecido com ele – o Soldado Invernal estendeu as fotos para que eu olhasse.

– Parecido? – perguntei, intrigada.

– Sim, ele parecia menor e fraco.

– Faz sentido, você conheceu o Rogers bem antes de ele se tornar o Capitão América – voltei meu olhar para Bucky, ele parecia um pouco triste. – Você está bem?

– Estou, só gostaria de poder me lembrar de mais coisas.

Ele olhou para a sacola de roupas que estava em cima do sofá.

– Bom, eu comprei algumas roupas para você – expliquei. – Achei que fosse precisar.

– Foi para isso que saiu? A propósito, o bilhete foi muito sutil.

– Um obrigado já basta – sorri para ele, que retribuiu. – Está com fome?

– Na verdade, sim.

– Eu vou preparar algo, mas não se acostume.

Fui até a cozinha e abri a geladeira. Enquanto eu fazia alguma coisa para comer, Bucky olhava curioso para o microondas. Eu sorri com aquilo.

– Está bem?

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– O que é isso? – ele apontou.

– Se chama microondas. Serve para esquentar as coisas. Nossa, você está realmente fora do seu tempo.

– É tudo muito estranho.

Eu o analisei por alguns segundos.

– Hoje à noite eu quero te levar a um lugar.

– Onde?

– Você vai ver – dei uma piscadela. – Eu vou te mostrar algumas coisas.

O dia passou rápido. Eu e Bucky ficamos conversando sobre algumas coisas, e ele parecia bastante intrigado com tudo o que eu dizia, e aparentava estar se lembrando de algumas coisas, mas ainda estava bem confuso.

Quando a noite chegou, eu coloquei uma calça jeans e uma blusa azul. Dessa vez eu deixei meus cabelos soltos. Fui até a sala e fiquei estática por um momento. Bucky usava uma calça jeans escura, uma camisa branca e uma jaqueta por cima. Fiquei feliz em ter comprado aquelas roupas.

– Você está ótimo – falei, observando-o.

– Você também está muito bonita.

Nós saímos do prédio e começamos a caminhar. Decidi que seria melhor passear a pé, porque desse modo, não perderíamos nada do percurso. Caminhamos alguns quarteirões e eu não havia tirado o sorriso do rosto por um segundo sequer. Era muito engraçada a forma como Bucky ficava impressionado com as coisas que via.

Demorou alguns minutos até que chegássemos ao meu objetivo final: a Times Square. Eu parei e me apoiei em uma placa de trânsito enquanto observava a reação de Bucky.

Ele olhava àquele telão no centro da praça tão compenetrado que as pessoas ao redor até davam uma risadinha antes de seguirem seu caminho. Bucky desviou o olhar apenas para encarar o trânsito. Aquele amontoado de carros, com seus faróis acesos, iluminava a noite. Mesmo que eu não estivesse tão acostumada àquilo, minha reação não seria tão surpresa como era a do Soldado Invernal.

– Esse século, é tudo tão... Impressionante – ele dizia enquanto atravessávamos a rua, depois de termos contemplado a Times Square por algum tempo. – Não sabia que tinha perdido tanta coisa no tempo em que eu...

Coloquei a mão sobre seu ombro, vendo que ele não completara a frase.

– Eu posso imaginar o que você passou.

– Você sabe tudo sobre mim e, no entanto, eu não sei absolutamente nada sobre você, Georgiana – Bucky virara-se para mim e me olhava fixamente. – Tirando que você é uma agente e quer me capturar.

– Vai por mim, é melhor que você não me conheça – disse olhando para baixo.

– Mas... – ele estendeu a mão para tirar uma mecha de cabelo do meu rosto. – Eu quero te conhecer.

Eu dei um sorriso bobo e desviei o olhar, fixando meus olhos no que via atrás de Bucky. Olhando acima do ombro dele, vi, caminhando em nossa direção, Tony Stark.

Sem pensar duas vezes, eu coloquei meus braços nas costas de Bucky e o empurrei para um beco logo ao lado de onde estávamos. Com as sobrancelhas franzidas, sem entender o que estava se passando, Bucky abriu a boca para dizer algo, mas eu o fiz calar. Posicionei o dedo indicador na frente dos meus lábios, pedindo silêncio.

– Olha só quem está aqui – eu sorri, virando-me para o homem à minha frente. – Como tem passado, Stark? Está sumido dos noticiários ultimamente.

– Pois é, mas é só por um tempo – Tony deu de ombros. – Mas você, pelo que sei, ainda está na ativa, não é? Soube que pegou o caso do Soldado Invernal.

– Pois é.

– Já contou para o picolé? O Steve está muito abalado depois de tudo isso, ele está fazendo o impossível para encontrar o amigo, você sabe como ele é.

– Eu ainda não tive a chance, não nos encontramos ainda.

– E como está o caso? Já o encontrou alguma vez?

– Na verdade, sim, algumas vezes. Mas tenho que admitir que está sendo um pouco difícil. – Falei alterando um pouco o tom de voz, sabendo que Bucky nos ouvia.

– Isso deve ser divertido.

Sorri um pouco.

Demorou um pouco mais do que eu esperava até que conseguisse acabar a conversa com Tony. Ele sempre foi uma ótima pessoa, embora fosse bastante arrogante às vezes. E, ao contrário do que muitos pensam, ele tem coisas mais importantes a dizer além de ‘eu sou o homem de ferro’.

– Está sendo difícil me capturar? – Bucky perguntou assim eu que entrei no beco.

– Eu tinha que dizer alguma coisa. E isso foi o que me veio à cabeça. – Eu parei ao seu lado e cruzei os braços. – Me desculpe por ter te empurrado daquela maneira.

– Não tem problemas, mas se você quiser me agarrar de novo, não precisa ficar inventando desculpas, faça de uma vez.

Ele simplesmente disse isso e passou por mim, sem tentar me confrontar, apenas seguiu caminhando até que saísse do beco onde estávamos. Eu virei-me, indignada. Dei alguns passos apressados em sua direção, mas nesse caminho começou a chover.

– Era só o que me faltava – resmunguei, parando de andar.

Bucky estava na beira da calçada, prestes a atravessar a rua. Eu me aproximei um pouco dele e segurei seu braço, ao ver, do outro lado da rua, duas figuras uniformizadas.

– Tem dois policiais logo à frente – sussurrei em seu ouvido. – Coloque o braço ao redor do meu ombro e vamos sair daqui, agindo normalmente, por favor.

E foi o que ele fez. Bucky envolveu o braço de metal em volta do meu pescoço e nós começamos a caminhar tranquilamente – ao menos era isso o que eu esperava.

– Ei, eu já te vi no noticiário – um rapaz encapuzado parou na nossa frente. – Você estava lutando com o Capitão América um dia desses.

Eu e Bucky nos olhamos instantaneamente. Somente havia uma coisa a se fazer num momento desses.

– Corra! – disse para ele.

E foi isso que fizemos. Passamos pelo garoto e começamos a correr, os policiais logo atrás, largaram suas rosquinhas e correram atrás do tal homem que estava lutando com o Capitão América um dia desses.