Winter is Coming

Epílogo


Eu tentava esvaziar a mente completamente enquanto sentia aquela leve brisa e escutava as pequenas ondas do mar se quebrando. Aquilo realmente me relaxava e me acalmava para conseguir chegar ao meu objetivo.

Eu precisava esvaziar a minha mente. Deixá-la limpa e tranquila. Aquilo não era fácil, mas não era nada forte o bastante para me vencer. Eu precisava aprender a dominar os meus poderes com precisão.

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Com o braço estendido e respirando fundo, eu tentei levitar objetos cada vez mais pesados. Era difícil, porque mantê-los em segredo por tanto tempo acabou me custando um precioso tempo, no qual eu poderia ter treinado. Contudo, eu estava melhorando gradativamente.

A poucos metros de mim havia uma rocha consideravelmente grande. Eu me posicionei com um pé na frente do outro e os dois braços levantados em direção a esta. Aos poucos ela foi deixando o solo, a força que estava imprimindo para levantá-la era grande, e fiquei cansada rapidamente.

Por fim, não consegui levantar a rocha completamente. Descansei alguns segundos após minha tentativa frustrada e tentei novamente. Dessa vez me concentrando mais. Porém, ainda assim eu não consegui. Quando estava a ponto de desistir, senti uma mão sobre meu ombro e outra deslizando lentamente pelo meu braço, até chegar a minha mão.

– Concentre-se. Eu sei que consegue – Bucky falou bem perto do meu ouvido.

Respirei fundo mais uma vez e fixei meu olhar para a rocha, Bucky deslocou uma de suas mãos do meu ombro para a minha cintura.

– Assim fica um pouco difícil me concentrar – murmurei.

– Já devia estar acostumada, Sra. Barnes – Bucky sussurrou em meu ouvido, fazendo-me arrepiar.

Fechei os olhos por alguns segundos e respirei fundo. Quando eu os abri, olhei fixamente para a rocha à minha frente. Dessa vez, consegui levantá-la até minha altura e logo deixei-a cair. Virei-me e dei um largo sorriso.

– Eu sabia que conseguiria – ele sorriu para mim.

Eu segurei-o pelos braços e puxei-o para um beijo. Um longo beijo.

Após o episódio da cerimônia de posse de Steve, Bucky esqueceu-se de boa parte do que havia acontecido com ele enquanto estava sob o controle da Hydra. Achei que me sentiria culpada por roubar essas suas memórias, mas não aconteceu. Eu estava completamente feliz. Havia tirado uma grande peso de suas costas, e eu tinha derrubado todas as barreiras que me impediriam de seguir a minha vida, e ele de continuar vivendo.

Decidimos tirar algum tempo de tudo. Precisávamos daquele tempo só para nós.

– Sempre achei que voces ficavam bem juntos – Natasha surgiu na pequena varanda da cabana onde estávamos ficando. Steve estava logo atrás dela.

– Achei que não te veria tão cedo – eu dei um longo abraço em Natasha e logo depois abracei Steve.

Bucky e Steve apertaram as mãos e sorriram, eles eram grandes amigos de novo, parecia que nunca haviam deixado de ser.

– Você e Steve andam muito juntos ultimamente – disse para Natasha, com um sorriso sugestivo no rosto.

– Você não perde esse costume, não é?

– Nem um pouco – dei de ombros. – Eu queria te agradecer.

– Por quê? – Ela questionou.

– Por ter me ajudado com tudo. Na missão, quando Bucky partiu...

– Sem problemas – Natasha sorriu. – E... vocês estão bem?

– Muito bem.

– Quem diria que a agente Georgiana Wayland se apaixonaria pelo Soldado Invernal?

– Se você me contasse isso um tempo atrás, eu a chamaria de louca. Na verdade, eu mal considerava a possibilidade de ajudá-lo, quanto mais ficar com ele.

– É engraçado como as coisas mudam – ela fez uma pausa e olhou para mim com uma expressão estranha. – Mas me conte... Como é quando vocês estão juntos? Quero dizer... Ele tem um braço de metal! Como é?

– Não sei explicar, tem algo exoticamente sexy com aquele braço de metal. E posso garantir, não há nada de estranho nisso – sorri sugestivamente.

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Steve e Bucky apareceram atrás de nós. Eu apertei os lábios, constrangida com a possibilidade de os dois estarem ouvindo.

– Estavam escutando nossa conversa? Achei que fosse melhor que isso, Steve – Natasha arqueou a sobrancelha.

– Não sou eu o profissional em espionagem aqui.

– Como se sente Bucky? – Ela mudou o rumo da conversa.

– Eu estou muito bem, obrigado.

– É uma pena que você não tenha conseguido participar avidamente da invasão à Hydra.

A história que havíamos contado a Bucky para justificar o fato de que ele não conseguia se lembrar o que havia acontecido a partir da invasão era um pouco verdade. Contamos o que realmente aconteceu até que ele fosse capturado, mas alteramos um pouco a partir daí. Contei-lhe a história que ele me contou, de que eles haviam injetado um novo soro em Bucky, para apagar sua memória, mas este havia sido falho e deixou-o inconsciente.

No dia da posse de Steve, ele acordou do suposto coma, mas tudo ainda estava nebuloso, e por isso ele não se lembrava de como havia chegado ao museu do Capitão América.

Havia se passado algum tempo desde então, e nós estávamos casados. Muita coisa mudou. Eu me tornei Georgiana Barnes, e o museu do Capitão foi expandido. O Soldado Invernal foi reconhecido como um heroi nacional, tanto no século XX como no XXI, e ele ganhou uma ala exclusiva no museu. E eles colocaram um painel sobre mim nessa ala, contando sobre meu papel na derrubada da Hydra.

Natasha e Steve estavan juntos. Não era nada oficial, e eles mesmos não admitiam, mas era perceptível que eles estavam sendo românticos um com o outro.

– Eu tenho outra oferta para vocês – Steve anunciou.

Nós estávamos sentados em uma mesa em frente à nossa casa de praia, comendo churrasco e relembrando os velhos – mas não tão velhos – tempos.

Quando Steve tocou nesse assunto, eu bebi um gole de vinho, já me preparando para o que estava por vir.

– Estamos ouvindo – afirmei.

– Vocês se lembram do Edward, não lembram?

Segurei minha taça com um pouco mais de força e senti os olhos de Bucky se virarem para mim.

– Lembro – murmurei, com desgosto.

– Nós o localizamos – Natasha disse.

– Parece que ele desconfiou que nós estávamos tramando algo contra a Hydra e fugiu a tempo. Nós procuramos muito por ele, e enfim o encontramos.

– Onde? – Bucky perguntou, ligeiramente interessado.

– Paris.

Steve nos entregou algumas fotos de Edward caminhando pelas ruas da França.

– Nós precisamos dele, vivo ou morto – Natasha acrescentou. – E pensamos que talvez vocês queiram fazer isso.

Steve olhou para nós dois antes de finalizar.

– Essa é a sua missão, se decidirem aceitar.

Eu olhei para Bucky e nossos olhares se encontraram. Ele balançou a cabeça e virou o rosto para Steve.

– Aceitamos – ele afirmou.

– Temo que Edward não sairá vivo dessa missão – falei, e levei a taça de vinho aos meus lábios.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.