Like Father, Like Son

Little Hangleton


.Capítulo 4. .Little Hangleton.

A atmosfera tensa ainda pairava em volta de pai e filho quando os dois entraram no carro para viajarem até Little Hangleton. Tom não tinha idéia do que conversar com o garoto, então preferiu ficar quieto durante quase toda a viagem, o menino não parecia estar com muita vontade de falar também.

- Para onde estamos indo?

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- Eu já disse, Little Hangleton, é onde eu moro – o homem explicou, sem desviar o olhar da paisagem que passava no lado de fora da janela.

- Onde fica?

- Adianta eu lhe explicar? Não é como se você fosse entender.

O menino apenas o encarou por um tempo antes de voltar a olhar para fora.

- Tem mar? – a vozinha do filho perguntou.

- O que?

O pai finalmente olhou para Tom, que soltara um suspiro pesado, como se estivesse indignado com a falta de atenção do homem.

- Quero saber se a cidade é litorânea.

- Ah... Não, não é – o mais velho explicou – Mas a cidade faz divisa com Hornsea, que é litorânea.

Estas foram as únicas palavras trocadas entre os dois durante toda a viagem.

***

Tom sorriu ao ver que eles estavam finalmente entrando na cidadezinha de Little Hangleton quando começou a anoitecer. Riddle passou a mão no rosto, esperando que aquilo o fizesse acordar um pouco, e olhou para o filho, vendo que ele estava dormindo com o rosto apoiado na porta.

- Garoto? – o homem chamou, cutucando o braço do filho de leve – Acorde.

O mais novo resmungou alguma coisa e ignorou o chamado do outro. Tom viu que o carro já estava parando no pé do morro aonde a casa dos Riddle ficava.

- Vamos – o homem se aproximou do filho e tocou-lhe o braço, sacudindo-o de leve – Você não pode ficar aí dormindo, meus pais querem conhecê-lo...

O garotinho murmurou alguma coisa, mas logo se endireitou e, assim como o pai, esfregou o rosto para conseguir acordar direito. O homem abriu a porta e deixou o menino sair, para depois segui-lo.

Tom segurou o filho pela mão e guiou-o até a casa no topo do morro, deixando o motorista para trás. Quando pararam na porta, Riddle respirou fundo antes de bater, preparando-se para tudo o que os pais lhe diriam.

- Em que posso ajudá-lo? – uma moça abriu a porta e arregalou os olhos ao ver o seu patrão parado no lado de fora – Ah, Sr.Riddle, entre...

O homem passou pela empregada, que encarou o menino que o acompanhava com uma expressão surpresa. Tom seguiu para a sala de visitas, onde ele sabia que os pais o estariam esperando, mas parou na frente da porta e olhou para o filho.

- Garoto, olhe para mim – o garoto fez como o pai havia pedido – Você vai conhecer os meus pais, seus avós, então... Por favor, não faça nada que me envergonhe na frente deles, tudo bem?

- Sim.

Quando o mais novo finalmente desviou o olhar dele, Tom abriu a porta e entrou. O Sr. e a Sra.Riddle estavam sentados a mesa, tomando chá, mas desviaram a atenção da bebida quando perceberam a chegada do filho.

- Tom – esta fora a única palavra que o Sr.Riddle falou.

- Querido! – a mulher se levantou da cadeira onde estava sentada e foi até o filho e beijou-lhe a bochecha – Como foi a viagem?

- Boa, mãe – o homem percebeu que o olhar dos pais havia caído sobre o menino parado ao seu lado – Ahm... Este é o Tom.

Por um momento, Riddle achou que o garoto fosse perder aquele ar frio de sempre ao ver como os avós o encaravam de um jeito tão sério, mas ele continuou observando os dois adultos da mesma maneira que eles o olhavam.

- Ele se parece com você, Tom – a mulher falou, um sorrisinho finalmente aparecendo em seu rosto – Os mesmos olhos...

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- Os mesmos olhos, o mesmo cabelo, o mesmo rosto... – Thomas resmungou.

- Thomas, por favor – a senhora repreendeu o marido – Vocês dois devem estar cansados... Vou mandar Maggie preparar alguma coisa para vocês comerem e depois podem ir dormir...

- Quero falar com você depois, Tom – o velho Riddle falou, antes que o filho e o neto saíssem da sala.

***

- Há alguns anos atrás, Tom, você sumiu com a filha daquele vagabundo do Gaunt – a voz de Thomas Riddle era séria e fria enquanto ele falava com o filho – Agora, você vai até Londres e volta com um filho... Será que se passou pela sua cabeça o que estas besteiras que você faz estragam, não apenas a sua, mas a nossa reputação?

- Pai...

- Você mancha o nome de toda a família...

Fechar os olhos e tentar ignorar as palavras duras vindas do homem mais velho, era isso que Tom fazia quando o pai começava a dar-lhe um sermão.

- Filho de uma louca, isso é o que ele é!

- Thomas, pelo amor de Deus, não fale assim! – a Sra.Riddle exclamou, horrorizada com o que o marido acabara de falar – Ele é seu neto.

- E é neto do Gaunt também! Um orgulho para a nossa família, não é mesmo? – o Sr.Riddle praticamente cuspiu as palavras – Somos relacionados com os Gaunt agora, era só o que precisávamos...

Tom não ouvia mais nada o que o pai falava, sua mente já estava bem longe da sala de visitas de sua casa. A única coisa que ele conseguia perceber era que seus pais estavam discutindo, mas não era como se ele quisesse sabe o motivo da briga.

***

O quarto de Tom na casa dos Riddle era bonito e confortável, bem diferente de seu antigo quarto no Orfanato Wool’s, que era antigo e frio. O garoto se encolheu na cama ao ouvir as vozes vindas do andar debaixo.

“Você mancha o nome de toda a família...”

“E é neto do Gaunt também! Um orgulho para a família, não é mesmo?”

Esse tal de Gaunt não devia ser muito bem visto na cidade, pois ele já ouvira seu pai e aquele homem, o Sr.Campbell, falando sobre ele quando eles estavam em Londres... E ele era parente desse homem, desse vagabundo, como os outros o chamavam.

- Tom, querido? – era a voz de sua avó, parecia que ela estava perto de seu quarto – Ele só está estressado, não quis dizer tudo o que disse...

- Eu sei muito bem que ele quis dizer tudo o que falou – a voz de seu pai respondeu.

- Tom... Logo ele irá ver que esse menino não é... como ele diz? Uma mancha na nossa reputação.

- Mãe, o problema é que...Eu não sei se consigo fazer isso – o homem falou – Eu não consigo cuidar de uma criança! E eu não o conheço, a única coisa que eu sei é que ele parece não gostar de mim...

- Vocês dois estão se fechando um para o outro...

As vozes foram ficando mais baixas na medida que os dois adultos se afastavam da porta do quarto do garoto. Tom se encolheu na cama, apertando o lençol em volta de si mesmo... Realmente, não era bem isso que ele esperava de uma vida em família.