Like Father, Like Son

Eu conheço você


Capítulo 24: Eu conheço você

- Daqui a pouco eu tenho que sair para ir me encontrar com a Rankin na Dedos de Mel – Canopus Lestrange sorriu enquanto se soltava contra o encosto da cadeira – O que vocês vão fazer depois?

- Vou passar na Zonko’s e comprar algumas coisas. Eu estava pensando em mandar uma lembrancinha para o namorado da minha querida priminha – Cygnus Black riu, olhando de relance para um casal sentado em um canto mais isolado do Três Vassouras – Quem mandou a Dorea escolher um idiota?

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- Eu vou com você – disse Abraxas – Não tenho nada pra fazer mesmo, Alphard, você vem?

- Pode ser...

- E você Riddle...? Hey, você está me ouvindo?

Os quatro garotos pararam a conversa para olhar para o colega de casa. Tom não parecia estar ouvindo uma palavra da conversa e estava sentado de braços cruzados, olhando para outra direção. O rosto do rapaz estava sério enquanto ele fixava os olhos em uma mesa atrás deles.

- O que é que você está vendo aí? – perguntou Canopus, virando-se em sua cadeira para ver o que chamava a atenção do outro – Ah! Não me diga que você...

- Vou voltar para o castelo – Riddle responde rispidamente enquanto se levantava da mesa, deixando um copo de cerveja amanteigada totalmente intacto ali – Não tenho mais nada o que fazer aqui.

- Hey! – Malfoy gritou, mas foi ignorado e ficou apenas observando o amigo deixar o Três Vassouras de cara amarrada – Não me digam que ele está assim por causa da menina lufa!

- Eu acho, meu caro Abraxas, que é isso mesmo – Cygnus riu baixinho – Eu nunca entendi o que ele vê nela...

****

Tom Riddle chutou um montinho de neve enquanto andava sem erguer a cabeça pelo pátio de Hogwarts. Os fins de semana em Hogsmead geralmente o animavam, mas aquele apenas serviu para deixá-lo com um humor horrível... Por que é que ele tinha que ter ido até o vilarejo? Por que ele não podia ter ficado no castelo, estudando, ao invés de ter se enfiado naquele Três Vassouras? E, pior de tudo, por que é que o simples fato dele ter visto a sua amiga com outro rapaz o fez ficar tão mal humorado?

Bufando baixinho, o rapaz virou em um corredor rapidamente, querendo entrar logo no castelo para sair daquele frio, e sentiu alguma coisa colidindo contra o seu corpo. O sonserino conseguiu não perder o equilíbrio, mas teve que segurar quem havia colidido contra si para que ele não acabasse no chão.

- Ai meu Deus, me desculpe!

Riddle olhou para baixo e viu uma garotinha o olhando com os olhos azuis arregalados. A menina estava usando uniforme da Lufa-Lufa e parecia estar no primeiro ano, a julgar pelo seu tamanho. O rosto salpicado de sardas da menina tinha uma expressão de medo enquanto ela olhava para ele.

- Não foi nada – o garoto soltou o ombro da lufa e continuou o seu caminho, ainda com a esquisita sensação de estar sendo observado.

- Com licença! – Tom suspirou baixinho, vendo que a sua chegada ao dormitório iria ser atrasada pela primeiranista – Como é o seu nome?

- Tom Riddle – ele se virou e viu que ela agora não parecia mais estar com medo, mas sim estar ansiosa.

- Tom Riddle de Little Hangleton? – a menina perguntou, um sorriso se formando em seus lábios.

- Ahm, sim...

- Ah! Meus pais conhecem a sua família! – o rapaz franziu a testa enquanto via como a garota parecia ficar cada vez mais animada – Meu nome é Alice Campbell.

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Tom não falou nada, apenas encarou a menina por um tempo. Realmente, fazia anos que ele não via os Campbell, mas ele não poderia esquecer a filha deles desse jeito, certo? Ele tinha uma vaga lembrança da garotinha que eles haviam adotado no Orfanato Wool’s... Certo, a única coisa que ele lembrava é que ela era ruiva, e aquela menina era ruiva. Bom, não era sua culpa que a última vez que a vira ele tinha onze anos e ela tinha... o que? Cinco? Depois disso ele nunca mais vira os Campbell, já que todas as vezes que a família ia para Little Hangleton, ele estava em Hogwarts e seu pai sempre inventava alguma desculpa para a sua ausência.

- Meus pais disseram que nós já nos conhecíamos, mas eu não me lembro muito bem – Alice sorriu sem jeito – Mas eu me lembro do seu pai! Nós passamos o Natal passado na sua casa, ele falou que você estava fora, estudando...

O rapaz sentiu um mal estar ao se lembrar do ano anterior, quando ele ficara praticamente o tempo todo sem falar com o pai e se recusara a voltar para casa no fim do ano, mesmo com todas as súplicas de sua avó.

- Eu não sabia que você era um bruxo...

- Nem eu sabia que você era uma bruxa.

- Sua família inteira sabe? – a menina sussurrou, como se aquilo fosse algum tipo de segredo.

- Sim, por quê?

- Meus pais queriam contar para vocês, sabe? Mas eles não sabiam se deviam ou não... – a garota começou a torcer o tecido amarelo do interior da sua capa – Eles ficaram com medo que vocês achassem tudo isso meio esquisito.

Riddle riu baixinho antes de responder.

- Já estamos acostumados com tudo isso.

- É, pelo jeito sim.

Os dois ficaram quietos, apenas se olhando por um tempo, sem saber realmente o que dizer. Aquilo era meio constrangedor, encontrar um amigo da família no colégio... Ainda mais em Hogwarts.

- Hey, Tom! – o garoto virou-se para ver Emily se aproximando, sorridente e acenando – Eu estava te procurando... Cygnus Black disse que você havia voltado para o castelo porque estava “com um humor terrível”, o que houve?

- E por que é que você decidiu vir atrás de mim? – Riddle perguntou, seu rosto novamente envolvido pela expressão séria de sempre – Deixou o namorado sozinho no Três Vassouras?

- Namorado? O James? – a garota riu alto – Ele é meu amigo, Tom, nós só estávamos tomando uma cerveja amanteigada e conversando...

- Vocês pareciam mais do que amigos, sabia?

- Mas não somos, certo? – Emmy balançou a cabeça, ainda rindo – Você me assusta as vezes, Tom, realmente... Oh, olhe quem está aqui! Pequena Alice!

- Oi, você é a amiga da monitora, certo? – a filha dos Campbell sorriu.

- Isso mesmo, a amiga da Brianna – a mais velha falou e depois se virou para Riddle – Todos os primeiranistas gostam da Brianna, ela consegue ser bem gentil com eles... Mas, me digam, o que houve? Vocês estavam conversando?

- Aham – a menininha sorriu – Meus pais são amigos do pai dele.

- Mesmo? Nossa, que coincidência vocês se encontrarem aqui em Hogwarts – Emily sorriu para os dois – Seus pais são trouxas?

Alice ficou quieta dessa vez, como se não soubesse o que responder. Tom rapidamente percebeu o que estava acontecendo e tomou o lugar da menina na conversa.

- Sim, eles são trouxas – a mais nova lançou-lhe um olhar curioso e ele lhe deu um pequeno sorriso.

- Eu achei que fossem, quero dizer, acho que a Evelyn é a única bruxa com a qual o seu pai tem contato, não é, Tom?

- É, acho que sim...

- Hm, eu tenho que ir – Alice deu uma risadinha nervosa e acenou para eles – Tenho que terminar a minha tarefa de Herbologia...

- Oh, tudo bem – Emmy sorriu – Até depois, Alice!

Os dois mais velhos ficaram observando a garotinha sair correndo pelo corredor, fazendo com que os seus cachos ruivos balançassem enquanto ela se afastava rapidamente.

- Eles não são os pais dela – o rapaz murmurou – Quero dizer, não os pais biológicos.

- Como você...?

- Foram os pais dela, Ellen e Charles, que me encontraram no orfanato quando eu era mais novo – Tom deu um meio sorriso para a amiga – Eles avisaram o meu pai e ele me levou pra casa... Os dois estavam visitando o orfanato aquele dia para adotar uma criança.

- Oh...

- Eles adotaram a Alice alguns anos depois – o sonserino terminou de explicar – Ela morava no mesmo orfanato onde eu vivia...

- E ela sabe disso?

- Sim, mas acho que ela meio que tem vergonha de dizer que é adotada.

- Tem vergonha sem razão – Emmy sorriu – Então, ela não sabe realmente se ela é nascida trouxa, mestiça ou pura? – Tom negou com a cabeça e ela riu baixinho – Hm, quem sabe ela não é mestiça? Seria mais uma para o nosso grupinho de mestiços perdidos entre o mundo mágico e trouxa.

Riddle riu junto com a amiga enquanto eles continuavam andando pelo corredor externo do castelo, indo em direção à porta do castelo. O rapaz se assustou quando Emily de repente se abaixou, protegendo a cabeça com as mãos, mas logo entendeu a razão dela estar fazendo isso quando viu uma coruja marrom voar bem pelo lugar aonde ela estava antes e parar na mureta ao lado deles.

- Essas corujas conseguem ser bem loucas quando querem – a menina reclamou, aproximando-se da ave e tirando a carta de sua pata – É da Eve...

O sonserino ficou observando a amiga enquanto ela abria o envelope e lia a carta. A medida que a garota corria os olhos pelo pergaminho, o seu sorriso aumentava cada vez mais, até que ela terminou e ergueu os olhos para encarar o amigo.

- Tom – ela meio que cantarolou o nome dele.

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- Com esse tom de voz, a coisa não deve ser boa – o rapaz riu.

- Bom, você decide se isso é bom ou ruim – ela balançou a carta no ar – De acordo com a Evelyn, seu pai nos convidou para passar a virada do ano lá em Little Hangleton – ao ouvir isso, Tom arregalou os olhos quase que automaticamente – Parece que a sua avó quer dar uma festa de fim de ano e insistiu que ele nos convidasse...

A lufa riu alto quando viu a expressão do garoto e se aproximou dele, dando-lhe uns tapinhas no braço.

- É, Tom, você não vai se livrar de mim durante as festas nesse ano.

****