Paraíso de Verão

Epílogo - Lembranças de um Paraíso de Verão.


Thalia havia marcado com Annabeth de se encontrarem em um café perto do seu apartamento. As férias de inverno tinham acabado de começar e a loira tinha voltado de Princeton há alguns dias.

Nevava levemente em Nova York, mas o vento era constante e rígido.

Annabeth sempre se sentia meio perdida no meio daquele caos. As pessoas pareciam não se importar com o frio cortante e continuavam trilhando para todos os lados sem sequer notar a presença dela. Jurava que sempre tentou, mas nunca entendeu o gosto da amiga pela cidade.

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As três fases de arquitetura lhes mantiveram distantes por tempo demais, elas mal viam a hora de se encontrarem e matar a saudade. Ao longe a garota pode ver a cafeteria indicada e entrou as pressas, tirando o casaco molhado pela neve.

Quando Annabeth chegou, Thalia já estava lá tomando uma xícara de cappuccino de baunilha. Abriu um sorriso ao vê-la se aproximando da mesa, parecia que havia anos que as duas não se viam. Annabeth estava diferente não só fisicamente - cabelos na altura dos ombros e mais brilhosos e o rosto mais pálido.

Ela se sentou na cadeira a frente, sorria extasiada. Nunca fora de abraços com Thalia, mas naquele momento ela queria muito. A amiga ainda não havia desenvolvido a postura de executiva que provavelmente esperavam dela, e ela preferia assim. Os cabelos ainda curtos picados e olhos azuis destacados pela maquiagem forte. Apesar de tudo podia reconhecer a expressão de alegria em Thalia por baixo da seriedade.

— Oi! - Annabeth abriu os braços.

— E aí? Como vai a futura arquiteta?

— Muito bem e a futura executiva?

Annabeth pediu um cappuccino de chocolate e alguns pãezinhos que havia visto na entrada do café enquanto esperava que decidissem o que comer.

— Indo. - Thalia suspirou. Ela nem sabia como tinha ido parar na Administração, ela sempre fugia dos números, mas acabou que os números não foram a maior preocupação. O curso é puxado, puxado demais. - Como é lá em Princeton?

A expressão de Annabeth se iluminou como sempre acontecia quando lhe pediam para falar disso.

— Lá é incrível! Os professores são ótimos, o campus é lindo e você sabe que arquitetura é a minha vida. Sempre foi. Eu me sinto… Incrível. Estou fazendo o que sempre quis fazer. E como vai o Jason?

— Ah você sabe. É o último ano dele na escola, ele tá querendo pegar uma bolsa esportiva. Continua ficando com toda garota que respira, tentando esquecer a Piper. Eu não diria esquecer porque ela vive aparecendo lá em casa, mas o Jason nunca foi de compromisso.

— Entendi. Não mudou nada então. O que é estranho levando em conta todos esses anos. Mas tudo bem. Ainda tenho esperanças.

— Como está o tio Fred?

— Você sabe, com Brooke no pé o tempo todo, mas eles estão bem. As meninas também, a adolescência é insuportável quando é você que tem que ouvir os dramas delas. Sério, eu não era dramática como elas, era?

— Annie, você era pior. Acredite. Bem pior.

A loira riu e jogou um pedaço no pãozinho em Thalia enquanto rolava os olhos.

— Pensa que era fácil aturar suas crises de existencialismo?

Elas riram um pouco enquanto aproveitavam o café.

— Quanto tempo você vai ficar aqui? As duas semanas inteiras?

— Sim. Vamos nos encontrar mais vezes, aliás. Você prefere cinema ou uma festa?

— Ai não sei, eu parei com as festas. To mais quieta, acredita? Virei uma moça estudiosa. Além de que, a última festa que você me arrastou foi um desastre.

— Não fala assim. A Conga foi muito divertida.

— Pra você. Pra mim foi bem traumático.

— Ok, um cinema então.

— Um cinema na minha casa.

— Ah então quando você disse que estava mais caseira, você estava falando sério.

— Claro. Mas me conta mais sobre Princeton, ou, mais especificamente, os estudantes de lá. Hum? Alguém? - Annabeth sorria enquanto balançava a cabeça.

— Teve uns garotos aí, mas ninguém importante. E você?

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— Ninguém que valia meu tempo. O pessoal de Administração é meio careta.

Annabeth pensou se aquilo não significava o mesmo que se passava na cabeça dela. Ninguém conseguiu chegar a altura deles. Talvez sim. Talvez não.

Tinha muitas pessoas interessantes em Columbia, Nova York sempre conseguiu ser um polo de diferentes culturas, porém, realmente, ninguém significou a mesma coisa para ela, ninguém trazia as mesmas sensações. E talvez, só talvez, ela que não permitiu. Uma parte inconsciente - ou talvez não - sempre voltava as lembranças daquele verão.

— Então, o que a gente vai pedir?

— Eu já pedi um café.

— Você podia ter me esperado.

— Podia, mas eu estava com frio e ultimamente eu to meio viciada em cafeína. - Annabeth acenou para a garçonete e pediu seis cookies de chocolate e um frappuccino. Thalia pediu outro café.

Elas continuaram conversando e conversando. As horas se passavam e quando perceberam já estava escurecendo.

— Melhor irmos né? A gente passa em algum lugar e aluga um filme.

Thalia olhava com descrença.

— Tantos sites online de filmes e você quer me fazer ir até uma locadora nessa neve?

— Thalia eu sou uma pessoa honesta e você que quis morar aqui nesse fim de mundo.

— Annie, aqui é meio que uma das maiores cidades do mundo.

— Não me interessa.

Thalia rolou os olhos e levantou.

— Eu vou ir ali pagar, vai esperar aqui?

— Não, eu vou com você.

Elas levantaram e se encaminharam até o caixa, e a loira pode ouvir o barulhinho indicando que mais alguém entrara no lugar.

O frio estava chegando até os ossos de Annabeth enquanto ela viu sem entender dois rapazes entrarem em silêncio e tirarem os casacos – a loira quase pegara o seu casaco de volta no meio do lanche! Não conseguia compreender aquelas pessoas que viviam tão bem em ambientes frios. Quando se formasse jurara ir para algum lugar bem quente. Ela morreria se morasse ali.

— Tantos lugares para você ir morar nesse mundo, tantas ilhas tropicais, e você escolhe justo aqui?

Thalia não se deu o trabalho de responder e continuou catando dinheiro em sua bolsa, então ela voltou a olhar os dois estranhos. Os cabelos mais negros que já haviam visto, então dois pares de olhos recaíram sobre ela. Sobre ela e Thalia. Olhares confusos e de cenhos franzidos. E ela não os esqueceria nem se tivesse nascido de novo.

Buscou pelo braço de Thalia e o apertou. Mas ela nem mesmo levantou os olhos para a loira. Apertou novamente e dessa vez, ela olhou.

— Meu Deus Thals. São eles. Eles estão aqui.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.