Aquele fim de semana demorou séculos a passar. Todos olhavam para o relógio, mas as horas arrastavam-se e parecia que os ponteiros não se moviam. Os dias pareciam durar eternamente, como se não tivessem fim.

Finalmente, a tão esperada segunda-feira chegou. Harry estava tão ou mais ansioso que as crianças para saber para onde o professor Silver tinha ido. Pelo que os seus filhos e sobrinhos lhe tinham contado, ele poderia ser um importante suspeito, que os podia levar a alguma conclusão útil.

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Nesse dia, Harry levantou-se mais cedo do que o habitual a fim de chegar ao Ministério antes da maioria das pessoas. Apesar de conhecer Zabini apenas superficialmente, sabia que ele chegava sempre bem cedo ao ministério, o que poderia tornar mais fácil o surgimento de uma oportunidade para poder falar com ele a sós.

– Já estás levantado? – perguntou Ginny, quando acordou e viu que Harry estava praticamente vestido.

– Sim, quero ir mais cedo para tratar daquele assunto que tu sabes – explicou Harry, que, obviamente, tinha contado a Ginny a conversa que tinha tido com as crianças através do espelho.

– Depois diz-me qualquer coisa – pediu Ginny.

– É melhor não, não quero que nenhuma carta sobre isso seja intercetada – contrapôs Harry. – Não te preocupes, assim que eu chegar a casa vou contar-te tudo o que descobri, com todos os pormenores.

Assim que Harry terminou de se preparar e de tomar o pequeno almoço, que consistiu apenas numa torrada comida à pressa, aparatou até à entrada do Ministério e dirigiu-se ao departamento de controlo de aparatação. Tal como ele esperava, Blaise estava sozinho.

– Bom dia, Zabini – cumprimentou Harry.

– Bom dia, Potter – cumprimentou Zabini de volta, embora o tenha feito num tom um pouco frio.

– Eu precisava de falar contigo, é um assunto sério!

– Agora não posso, estou muito ocupado.

– Mas é bastante importante, acredita em mim!

– Não posso, Potter, o mais que posso fazer é ir conversar contigo à hora do almoço, depois vou ter ao teu departamento e combinamos. Agora vai embora, que eu tenho de trabalhar – finalizou Blaise, em tom bastante frio.

Harry ficou bastante desconfiado com a atitude de Zabini. Na sua opinião, este comportamento só poderia ter duas explicações: ou Blaise não era, de facto, de confiança ou não queria ter aquela conversa ali no Ministério pois suspeitava que alguém os podia ouvir. Esperando, com todo o seu coração, que fosse a segunda hipótese, Harry dirigiu-se para o seu departamento, aproveitando aquela manhã calma para terminar alguns relatórios que tinha em atraso devido ao facto de os ataques estarem a aumentar cada vez mais e ser necessário cada vez mais deslocações ao terreno, o que dificultava o facto de conseguir arranjar algum tempo para tratar da parte da burocracia.

Num breve intervalo, Harry contou a Ron que se iria encontrar com Zabini para almoçar, pedindo-lhe que não fizesse quaisquer comentários que pudessem chamar a atenção para ele. É óbvio que Ron pediu algumas explicações, mas Harry disse que não poderia dar-lhas naquele momento, pedindo-lhe para que ele e Draco fossem jantar a casa dele. Enviou, também, uma coruja a Ginny, dizendo apenas que tinha convidado Harry e Draco para jantar, para que ela tivesse tempo de preparar tudo com calma, como ela gostava de fazer.

Finalmente, chegou a hora do almoço e Blaise foi ter com ele para almoçar. Saíram separados a fim de não levantar suspeitas e encontraram-se apenas à entrada do Ministério, aparatando, depois, para a casa de Blaise.

– Entra, aqui podemos conversar á vontade – disse Blaise, num tom de voz bem mais caloroso do que aquele que tinha usado de manhã.

Ambos se sentaram no sofá e Blaise entregou uma cerveja amanteigada a Harry, trazendo, também, uma para si.

– Debbie! – chamou Blaise.

Imediatamente, uma jovem elfa apareceu, pronta para servir Blaise em tudo o que ele precisasse.

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– Sim, meu Senhor! Debbie está às suas ordens, senhor, faz tudo o que o senhor mandar!

– Eu PEÇO-TE que faças o almoço para mim e para o Potter, Debbie, e põe a mesa na cozinha, se faz favor, vamos ser apenas nós os dois – pediu Zabini, dando mais ênfase à palavra peço-te, pois Debbie insistia em obedecer cegamente ás ordens de Blaise, que já a tinha tornado uma elfa livre assim que ela tinha vindo trabalhar para sua casa. – E Debbie, se não aceitares o pagamento deste mês, ponho-te a trabalhar em casa do Crabbe – acrescentou, pois Debbie tinha trabalhado algum tempo em casa de Crabbe, onde era constantemente mal tratada.

– Isso não, Senhor, Debbie aceita o pagamento, senhor – apressou-se a dizer Debbie, com uma reverência, saindo da sala.

– Quando ela perceber que a minha ameaça não é verdadeira, tenho de arranjar outro meio de fazê-la aceitar o pagamento – disse Blaise rindo, sendo acompanhado por Harry. – Mas diz-me, o que tinhas assim de tão importante para falar comigo?

Harry contou rapidamente a Blaise o que se tinha passado e para que precisava da sua ajuda.

– Eu já sabia que vocês andavam a investigar, o Draco falou comigo – disse Zabini. – Quando vieste ter comigo ao meu departamento hoje de manhã, eu já suspeitava do que tu querias. Não quis que dissesses lá porque suspeito que alguém está infiltrado no Ministério.

– Porque achas isso? – perguntou Blaise.

– Porque alguns registos de aparatação estão a desaparecer- explicou Blaise. – Na maior parte das vezes, a pessoa apaga permanentemente os registos, mas houve uma vez em que o registo foi mal apagado, e foi assim que eu descobri. Infelizmente, não consegui recuperar o registo, por isso, não consegui saber de quem era nem para onde é que a pessoa aparatou. O mais interessante disto tudo é que esse registo dizia respeito a uma sexta-feira, perto da meia-noite, tal como tu me disseste que aconteceu com esse tal Silver.

– Então estás a dizer-me que não há maneira de descobrir? – perguntou Harry, bastante desiludido.

– Calma, eu não disse isso, temos é que ser cuidadosos – explicou Blaise. – Eu tenho que tentar arranjar uma maneira de ficar no ministério numa sexta-feira à noite, para poder verificar os registos sem que eles sejam apagados. Tenho de fazer isso sem levantar suspeitas de ninguém, ou então o nosso plano vai por água abaixo.

– E nós temos de arranjar maneira de nos tornarmos mais próximos, ou então podem suspeitar das nossas conversas – acrescentou Harry.

Bem, isso é fácil! O Draco é o meu melhor amigo e ele agora está mais próximo de ti e da tua família, pode acontecer o mesmo connosco!

– Está bem, então vem jantar lá a casa logo à noite e leva a tua mulher – convidou Harry.

– Não sei se é muito boa ideia! Sabes que a Pansy é estilista, tal como a Ginny, e elas nunca se deram lá muito bem, principalmente desde que se desentenderam naquela coleção em que tinham roupas muito parecidas e se acusaram de uma andar a copiar a outra.

– O Ron e o Draco vivem juntos e ainda não houve mortes, por isso, tudo é possível – disse Harry, sorrindo.

– Tudo bem, então deseja-me sorte para convencer a Pansy – pediu Blaise.

Após o almoço, que, por sinal, estava delicioso, dirigiram-se de novo para o ministério. Harry avisou Ginny que viriam mais dois convidados para o jantar, não dizendo quem eram para que ela não ficasse nervosa antes do tempo. Iria ser um jantar bastante interessante!