O sol começava a nascer quando ela saiu de casa e foi até o velho galpão, onde estava estacionado o velho caminhão que precisava de concerto. Tirou algumas das peças e colocou-as de molho, aproveitando a oportunidade para lavá-las. Chegou o motor e o arranque, substituiu o óleo do cárter, e repôs a água na bateria, aproveitando para engraxar melhor os terminais e os polos, da mesma.
Querendo dar uma boa checada em todo o caminhão, ela não se importou em deitar-se de baixo dele e começar a verificar os freios e suspensões.
Ouviu o som de passos, que se aproximavam e que pararam a pouca distância:
— Chegou tarde demais para me ajudar, papai. Já estou quase terminando aqui. - ela disse sorrindo – Que tal me alcançar a chave biela 10? - ela pediu esticando a mão para fora.
Novos passos foram ouvidos, e então uma chave de boca pousou em sua mão.
– Pai, eu disse biela e... - ela se interrompeu automaticamente ao perceber que ao invés das botinas velhas e sujas do seu pai, um par de sapatos italianos e extremamente reluzentes estava no seu raio de visão.
– Oh! - ela exclamou saindo de baixo do carro e se levantando com toda a dignidade que tinha.
Seu coração acelerou e ela teve que lembrar a si mesma de como se respirava. Não podia ser.. Ele estava ali!
– Damon! O que você esta fazendo aqui? - ela disse automaticamente
Ele deu dois passos para frente e então sorriu, piorando a tentativa de se manter calma e coerente de Elena.
– Olá Elena.
O aroma inebriante da loção pós-barba e do perfume dele, invadirão os sentidos de Elena a embriagando consideravelmente. Todos os dias que ela lutará para esquecê-lo de nada valeram... Seu esforço tinha ido todo pelos ares.
“Quem ele pensa que é?” - ela perguntou a si mesma
– Como você sabia que eu estava aqui?
Caroline não faria aquilo com ela. Definitivamente não.
– Foi bem difícil. Meus detetives demoraram alguns dias…
– Detetives? Colocou detetives atrás de mim? - ela disse ofendida
– …mas por fim conseguiram. Eu só tive certeza ontem quando eu liguei e você atendeu.
– Foi você que ligou? - ela perguntou chocada
– Sim.
– Porque você esta aqui Damon? - ela quase gritou - Deixei bem claro que vou lhe pagar um pouco todo mês! Pelo amor de Deus, esse dinheiro nem esta lhe fazendo falta!
– Eu não vim por causa do dinheiro. Vim por sua causa Elena. - ele disse dando mais um passo para frente. Ela recuou dois. - Mas confesso que fiquei surpreso ao saber de tudo sobre sua mãe... Porque não me contou?
– Adiantaria alguma coisa? - ela perguntou amargurada
– Precisamos conversar. - ele pediu agora a fitando seria e intensamente.
– Se é sobre o divorcio, podemos arranjar tudo com Klaus e... - ele lhe interrompeu
– Não vai haver divorcio nenhum. - ele disse calmamente.
– Quem você pensa que é? - ela disse finalmente em voz alta - vai haver divorcio! Isso nunca passou de um contrato estúpido!
– Nosso casamento foi bem além das coisas judiciais e você sabe.
– Não, não sei, a única coisa que eu sei é que precisava desse casamento. Era a única forma de conseguir o dinheiro para a operação da minha mãe. Eu não tinha outra saída. - ela disse contendo as lagrima e se agarrando em sua única defesa.
O silencio caiu entre eles cheio de significado. Ela olhava para o chão, recusando-se arduamente a encarar Damon. Quando ele deu mais dois passos, ela não pode mais recuar por estar com as costas coladas a umas das prateleiras velhas e empoeiradas de seu pai.
Ele ergueu a mão e a segurou com força pelo queixo, obrigando-a a encara-lo.
– Eu fiz o que você pediu. - ele disse com a voz baixa e casual – Eu demiti Andie...
– Isso já não importa mais. - ela disse tentando afastá-lo sem sucesso – Você não me deve explicações.
– Quando você entrou na sala, - ele disse ignorando seus protestos - eu tinha acabado de demiti-la.
– Que ótimo jeito de agradecer o dela não? - falou irônica
– Você tinha razão. - ele disse ignorando-a novamente – Eu devia tê-la demitido antes, me desculpe Elena, você não sabe o quanto eu me arrependo por isso.. - ele disse sincero – Quando eu vi, ela estava se jogando em cima de mim, e quando a empurrei, você estava lá, e então você me olhou daquele jeito e eu me senti o mais cafajeste do mundo todo mesmo não sendo nada daquilo culpa minha. Desculpe-me Elena! - ele parecia apavorado – Eu queria matar a mim mesmo por não ter lhe ouvido antes, se eu soubesse das intenções dela, eu a teria afastado o máximo possível. Eu quero você Elena, - ele disse colando a testa na dela – e eu não sei nem.. nem lhe dizer como um me senti quando você saiu correndo não me dando ouvidos. Volte pra mim Elena. - ele pediu – você é a única com quem eu quero estar! A única! Desde o primeiro dia.
Ela balançou a cabeça sentindo as lagrimas começarem a descer pelo seu rosto:
– Você não sabe do que esta falando... - ela disse contrariada.

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– Eu sei... - ele disse esfregando o seu nariz no dela - Eu realmente preciso de você... Olhá... - ele disse se afastando um pouco para pegar um pequeno papel amassado do bolso do paletó - … prometi que iria lhe mostrar quando você me contasse o seu segredo. - ele sorriu de novo – Como eu já sei sobre a sua mãe, nada mais justo. - disse lhe estendendo o papel.
Com certo receio, Elena pegou-o e sentiu o coração se encher de esperança quando terminou de ler. No pequeno papel, estava escrito em caligrafia grossa e legível:
Bonita, deliciosa, orgulhosa, encantadora, emotiva, responsável, sincera, mandona e gostosa.”
– Era isso que você tanto escreveria enquanto me entrevistava?
– Era. - ele garantiu – Eu não consigo mais sem você Elena. E eu não tinha percebido isso até ficar sem minha esposa. Agora você pode imaginar a minha decepção ao chegar em casa e descobrir que a mulher que eu amo fugiu de mim?
Elena ficou sem reação. Sua armadura de cristal que se quebrou completamente e ela se sentiu desprotegida. Queria empurrá-lo, dizer que o odiava e pedir que ele fosse embora, mas não conseguia...
– Volte pra mim, eu sinto a sua falta, eu.. eu não consigo mais dormir a noite, céus, - ele praguejou – eu nunca pensei que fosse ser assim.
– Damon... - ela tentou interrompê-lo
– Só pra você, minha vida quero entregar, sua maluca.. minha maluca. - ele disse aproximando-se de novo dela.
– Eu estou com medo. - ela admitiu chorando
– Eu também. - ele disse fechando os olhos e passando uma mão em volta da cintura dela e a trazendo mais para perto, enquanto a outra permanecia em sua nuca. - Quero você toda noite dormindo junto comigo, quero seja a mãe dos meus filhos, quero o teu beijo, teu corpo... Eu quero você Elena, sempre. - ele garantiu.
– Não esta brincando esta? - ela perguntou sem acreditar nas palavras que ouvira nos últimos minutos
– Não Elena. - ele disse sorrindo – Eu te amo. Céus, como eu te amo!
– Oh Damon! - ela disse jogando os braços em volta do pescoço dele e o abraçando com força. - Promete não ficar entediado nem enjoar de mim? - ela perguntou se afastando para encará-lo - Não sentir falta da aventura?
– Você é minha aventura Elena. - garantiu colando rapidamente seus lábios – Sinto sua falta...
E então não foi preciso mais falar. A boca de Elena se juntou a dele em um beijo lento e carinhoso que fez o seu coração se encher de calor.
Ele a amava...
Ela o amava...
Quando por fim, seus pulmões implorarão por ar eles se separam, apenas para ficarem se olhando, e então o silencio que se formou não foi tenso ou pesado.. foi apenas reconfortante e cheio de significado.
– Isso parece tão irreal.
– Eu pareço irreal? - ele disse sorrindo divertido
– Você não, - ela respondeu lhe dando um leve tapa no braço - o momento.
Ele colou os lábios no dela novamente em uma caricia carinhosa.
– Até que você não é tão irritante, assim. - ela brincou e ele riu fazendo o coração dela bater alegre também.
– Aah, quase esqueci. - ele disse dando um passo pra trás.
Desconfortável pelo fim da proximidade Elena não afastou o olhar do dele em nenhum segundo.
Pegando uma pequena caixinha do bolso da calça, ele voltou a ficar com o corpo colado ao dela, enquanto tirava o anel que ali fora guardado. Julgando ser a antiga aliança, Elena se surpreendeu quando viu o novo anel delicado.
– Casa comigo de novo Elena? Porque dessa vez eu quero namorar você. - ele pediu escorregando o anel pelo dedo dela.
Ela levou a mão na boca, sentindo os olhos voltarem a ficar embaçados pelas lagrimas, e então o abraçou com força:
– Oh, D. eu nem sei o que dizer!
– Que tal um “sim”? - ele disse parecendo bastante nervoso.
Ela riu nervosa e deu um pulo fechando as pernas em volta da cintura dele. Surpreso ele quase perdeu o equilíbrio.
– Ei, mocinha! - ele disse segurando-a pelas nádegas
– Sim! - ela gritou e logo lhe deu um beijinho – Sim, sim, sim, sim… - ela começou a repetir sem parar
– Tudo bem, acho que entendi. - ele disse rindo, enquanto ela distribuía beijos por todo o seu rosto e pescoço
– Oh, eu te amo tanto Damon! - ela disse com os olhos cheio de paixão.
– Eu te amo muito mais, minha Elena... - ele garantiu sentindo-se o homem mais completo da Terra.
Minutos depois, os dois de mãos dadas, caminhavam rumo ao futuro.
Não sabiam o que os esperava pela frente, mas tinham certeza de uma coisa: estariam juntos se amando e construindo o seu próprio “feliz para sempre”.. e isso bastava amanhã, hoje e sempre.

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"Para funcionarmos, não quebramos, não queimarmos. Tivemos de aprender a ceder sem ceder à pressão do mundo. Tive que aprender o que tenho e o que não sou , e quem sou. Não desistirei de nós mesmo que os céus fiquem violentos. Estou lhe dando todo meu amor."– I Won´t Give Up, Jason Mraz

Fim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.