Deja vu

Rotina


Ela andava pela rua movimentada e, como sempre, algo prendia sua atenção. Um homem de cabelos azuis e com uma estranha tatuagem. Ele parava, encostava-se no poste e, com hábito costumeiro, acendia um cigarro. Sempre o observava de longe, até o momento em que a multidão a arrastava, forçando ela a retirar sua atenção dele e seguir seu trajeto.

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É esse o único destino deles?
Porque, quando de repente é tarde de mais
Eles estarão perdidos aqui para sempre
Neste Deja vu.

Se ela mantivesse seus olhos sobre ele mais alguns instantes, perceberia ele erguer a cabeça e a fitar intensamente, mas era tarde demais.

É esse o único destino deles?
Seguir caminhos separados
Eles terão alguma chance?

Ele caminhava pelas ruas movimentadas, aquele dia era o mais agitado da sua semana, tudo tinha que ser feito as pressas, não poderia nem parar para acender seu cigarro. Aquele dia era uma droga... Exceto por ela.

Nesse momento ele diminuía seus passos apenas para observá-la na banca de revistas. Ele sabia o que ela iria comprar, era o que ela sempre fazia naquela manhã de quinta-feira. A expressão que ela estampava ao ver que a nova edição chegou, era incrível. Ele ficaria horas a observando, se a multidão não o arrastasse de lá.

É esse o único destino deles?
Porque, quando de repente é tarde de mais
Eles estarão perdidos aqui para sempre
Neste Deja vu.

Se ele tivesse mantido seus olhos sobre ela por mais alguns instantes, perceberia ela se virar e começar a fitá-lo intensamente, mas era tarde demais.

É esse o único destino deles?
Seguir caminhos separados
Eles terão alguma chance?

Ela estava andando mais rápido que o normal. Noite passada ficou resolvendo os contratos do seu trabalho até madrugada, fazendo com que acordasse atrasada.

Não se importava de levar um sermão, sempre fora competente, e seu chefe sempre deixou claro que ela tinha potencial. O problema era outro... Será que ele estaria lá? Com seu cigarro costumeiro? Apesar dela não gostar daquele cheiro forte e aquela fumaça que exalava ao passar por ele.

Na mesma rua movimentada, ela olhou para o poste em que ele sempre ficava, como se estivesse nem aí pro mundo, mas só viu as cinzas de cigarro no chão. Tarde demais, mas era de se esperar.

Continuou andando, vendo as mesmas coisas de sempre. Todos presos na sua rotina diária, assim como ela, mas diferente de outros dias, algo não estava no lugar. Ele não estava lá.

Ao longe ela vê um rosto familiar. Ele olhava para todos os lados, parecia estar procurando algo ou alguém, mas ele parou ao encontrar seus olhos com os seus. Ele começou a caminhar na sua direção, mesmo com a multidão dificultando. Ela não sabia o que fazer, estava fora de si, apenas foi de encontro com o motivo que havia saído da rotina.

É esse o único destino deles?
De alguma maneira se encontrar algum dia
Eles terão alguma chance? (Eles só precisam de uma chance)

Ao avistar ela no meio da multidão, sabia que aquele era o momento que tanto esperavam. Quando não havia a visto durante sua tragada, algo o deixou desconfortável. Decidiu ir mais a frente de onde estava, mas não encontrou ninguém com longos cabelos escarlates.

Já havia desistido, mas quando estava voltando, ele se deparou com quem procurava. Pouco se importou se estava parecendo um louco, mas quando viu, já estava de frente com ela, olhando nos seus olhos que, eram tão vivos.

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— Olá.

É esse o único destino deles?
Acho que só o tempo pode dizer
Porque, a partir daqui que tudo começa
Tudo começa.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.