Chegamos a penitenciaria no inicio da tarde, na entrada pediram a documentação do meu pai e a minha. O homem que estava verificando os documentos permitiu a entrada do meu pai por ele ser o advogado e disse que eu teria que entrar como visitante se quisesse acompanha-lo, aceitei de imediato e recebi um tipo de identificação, um crachá azulado com alguns números e a marca de um carimbo, um enfermeiro nos acompanhou por um corredor, mais tarde soube que aquela era a entrada de quem trabalhava ali e dos visitantes, pois era mais afastada de onde os pacientes/detentos ficavam. Era uma entrada para evitar contato o que é mais seguro.

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Passei por um detector de metais e preferi deixar minha bolsa ali, para não ter que tirar tudo que tinha dentro dela, já meu pai deixou apenas o celular e entrou. Segui olhando todo aquele ambiente que me dava calafrios enquanto tentava fingir estar dentro de um hospital, seria melhor estar num hospital, já estive em muitos.

O homem intimidador que era algo entre um enfermeiro e um guarda, me observou por alguns segundos e sua expressão me pareceu de surpresa, mas não estava a vontade nem curiosa para saber o que ele estava pensando. Durante o caminho pelo qual o enfermeiro nos guiou, ouvi alguns sons que eram uma mistura de conversas desconexas dos psiquiatras e barulhos dos pacientes.

—Temos que ir rápido Doutor, hoje todos estão um pouco agitados.—O enfermeiro falou com um certo humor em sua voz.

Parou em frente a uma das portas do corredor e pegou o molho de chaves como se estivesse abrindo a porta de sua própria casa... Aquela devia ser uma ação que repetia muitas vezes ao dia, para estar tão acostumado e fazer com tanta calma.Mas eu estava nervosa apenas com o caminho que foi feito até chegar ali.

Com a porta aberta o enfermeiro fez sinal para que esperamos por um segundo enquanto dizia que havia visita, pude ouvir a voz dele do lado de dentro e tentei ouvir alguma resposta do Sebastian, mas não ouvi nada.

O enfermeiro voltou e fez sinal para entrarmos, olhei Dominic que estava com sua expressão usual e isso já era de se esperar, o que me impressionou foi ele ter me guiado para que entrasse primeiro, e antes que eu pudesse dar um passo para trás, já estava dentro do quarto e com a porta fechada as minhas costas.

Já estava de pé, estava diferente, mas era ele...

—Oi.