POV Susan
Depois que eu contei o que havia acontecido a tia Sam, ela disse que voltaria para casa com a dona Julia, quase uma hora se passou até que elas chegaram. Assim que a porta foi aberta me levantei, a dona Julia entrou correndo em minha direção
– O que aconteceu com a minha filha? - ela perguntou quase chorando
– Você não contou? - pergutei olhando a tia Sam
– Eu não tive coragem - ela respondeu quase em sussurro
– VOCÊS QUEREM PARAR DE ENROLAR E CONTAR DE UMA VEZ - dona Julia gritou impaciente - O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A MINHA FILHA?
– Por favor dona Julia, fica calma - eu falei procurando as palavras certas - Preciso que fique calma, pois o que irei contar não vai ser facil
– Su, você está me assustando - ela falou deixando as lagrimas correrem
– A sua filha não está em grupo de dança, ela foi traficada junto com outros jovens - digo calma e vejo-a me olhar assustada - Com o intuito de prostitui-los, usa-los como mula para drogas e... vender os orgãos no mercado negro
– Não... não... a minha filha não - a dona julia começou a chorar desesperada, levando as mãos a cabeça - Como você soube?
– A sua filha me ligou, disse que já estava com uma sala cirurgica preparada para... - que os deuses me deem forças - Para retirarem os orgãos
– NÃO - ela grita se levantando - Você... você...
– Eu sei que é dificil, mas a senhora precisa manter a calma - digo tentando acalma-la
– Eu não... eu - antes que ela terminase de falar ela desmaia e eu a tia Sam seguramos antes que ela caisse
– Vamos coloca-la no sofá - a tia Sam falou e assim fizemos
– O choque foi muito forte para ela - digo passando a mão no rosto
– E o que vamos fazer? - a tia Sam pergunta
– E o que podemos fazer alem de espera? - pergunto olhando-a
– Será que a Leticia está bem? - a tia Sam perguntou sentando na poltrona
– Não - respondo olhando o chão - A Leticia está morta
– Como você pode ter tanta certeza Su? - a tia Sam pergunta me olhando
– Eu estava na linha e ouvi quando acharam a Leticia escondida e levaram-na aos berros de volta a sala de cirurgia - respondo com um pesar na voz
– Meu Deus Su! - a tia Sam estava com uma expressão assustada - O que você fez?
– Rastrei a ligação e passei as cordenadas para a policia - respondi me levantando - Mas eles não chegaram a tempo
– Meu Deus, que história Su - a tia Sam falou ainda assimilando o que eu havia dito
– Agora é esperar para ver qual será o resultado dessa operação policial - digo olhando-a
– Eu vou me trocar e já volto - a tia Sam falou se levantando um pouco atordoada indo em direção a escada
– Vai lá - digo e começo a ir em direção a cozinha
Peguei um copo d'agua e voltei para sala. Depois de alguns minutos a tia Sam voltou com uma roupa de casa. A dona Julia acordou e voltou a chorar enquanto a tia Sam tentava consola-la e em nenhum momento a tocamos no assunto sobre a Leticia estar morta. A noite passou sem que nós conseguissemos dormir, nenhuma de nós falavamos nada, o unico som que podia ser ouvido eram os soluços de uma mãe desesperada. Eram quase cinco da manhã quando o telefone de casa tocou e eu fui atender
– Alô - disse e as duas olharam para mim
– Foi você que fez a denuncia sobre o Robert Lancaster? - a mulher falou com a mesma frieza
– Fui eu sim - respondo, a tia Sam me olha como se esperasse resposta fiz um sinal pedindo que esperasse um pouco - O que aconteceu?
– As suas informações estava corretas e a nossa equipe conseguiu fechar a clinica - a mulher responde como se fosse a coisa mais normal
– E quanto aos jovens que estavam lá? - perguntei e dessa vez a da Julia levantou se aproximando
– Quando nossa equipe chegou estavam todos mortos, mas conseguimos prender o responsavel pela clinica e os capangas - a mulher respondeu firmemente
– Prenderam o Lancaster? - perguntei com frieza
– Infelizmente não, mas encontramos algumas pistas que nos deram o possivel paradeiro dele, uma equipe está indo para lá - a mulher falou - Obrigada pela cooperação
– Espere - mas já era tarde a mulher já havia encerrado a ligação
– Quem era Su? - tia Sam pergunta
– A policia - respondi colocando o telefone no lugar
– O que eles disseram sobre a minha filha? - a dono Julia perguntou aflita
– Quando eles chegaram ao local... - dou um suspiro para criar coragem - Estavam todos mortos
– Não... não... - ela começou a chorar ainda mais, se é que isso ea possivel - Meu Deus, porque a minha filha?
– Nesse exato momento outras familias estão sentindo a mesma dor que a senhora - digo e ela me olha - A Leticia não era a unica jovem dentro daquela clinica
– Eles não são pessoas - ela disse chorando - São monstros
– Sinto muito Julia - tia Sam disse abraçando-a, enquanto a dona julia chorava
Fui para o meu quarto, tomei banho e me joguei na cama. Não teria que dar aula hoje, então decidi que não iria a faculdade. Não gosto de deseja mal as pessoas, mas como a dona Julia havia dito eles não são pessoas, são monstros e como todo monstro eles deve morrer
Passei a manha inteira no meu quarto sem conseguir dormir, mas pude ver pela janela do meu quarto a dona Julia indo embora de taxi. Tomei meu remedio e quando olhei o relogio ele marcava onze horas e cinquenta e sete minutos. Sai do meu quarto e fui em direção a escada, mas quando cheguei a porta ouvi um barulho vindo da carro da tia Sam e fui ver o que era, dei duas batidas na porta
– Pode entrar - ouvi a voz da tia Sam dentro do quarto
– O que está fazendo? - perguntei assim que a vi fechando as portas do closet
– Terminando de arrumar minhas malas - ela diz se sentando na cama
– Quando você irá viajar? - perguntei curiosa
– Hoje a tarde, para ser mais rapido pegarei um voo - ela respondeu simplemente
– Porque você não abre uma filial do Buffet em outros lugares? - perguntei me aproximando
– Como assim? - ela pergunta arqueiando as sobrancelha
– Já perdir as contas de quantas viagens você fez para cuidar de festas em outros estados - falei normalmente - Você está se limitando ficando aqui em Vermont, além de tornar o trabalho cansativo devidos as viagens
– Está sugerindo abri filiais em varios estados do pais? - ela pergunto parecendo considerar a ideia
– A principio nas cidade que mais contratam os serviços do Buffet - digo me encostando na parede - Como Nova Iorque, Washignton e Vegas, assim as cidades visinhas também irão atrás dos nossos serviços e...
– E depois poderiamos espalhar mais filiais do Buffet de acordo com a procura de serviços - ela completou meu raciocinio
– Exatamente - concordei sorrindo
– A ideia é boa, mas... - ele desvia rapidamente o olhar
– É uma aposta arriscada - digo e ela assentiu
– Mas as vezes precisamos correr antes de andar - digo e ela me olha
– Você aprendeu bem a estrategia empresarial - ela elogia com um sorriso orgulhoso
– Tive um excelente professora - digo olhando-a e ela se levanta vindo em minha direção
– Eu tenho muito orgulho de você Su - ela falou me abraçando
– E eu tenho muito orgulho de fazer parte da sua familia - digo e desfaço a abraço - Tenho que me arrumar daqui a pouco tenho aula
– Está bem, meu voo vai sair as dezoito horas - ela falou
– Chegarei a tempo de me despedi antes da sua viagem - digo indo em direção a porta
Troquei de roupa, peguei minha bolsa, liguei para uma empresa de taxi que disse que um taxi chegaria em alguns minutos e sai indo em direção a casa do Jhon. Toquei a campanhia e em segundos a porta foi aberta
– Oi Su! - ela fala me olhando
– Oi Jhon! - respondo - Anda logo se não vamos nos atrasar
– Eu já estou pronto - ele falou fechando a porta - Eu ia passar na sua casa agora para saber se você iria
– Já ficou sabendo do que houve ontem a noite não foi? - perguntei já sabendo a resposta
– Fiquei sabendo a pouco tempo - ele respode fitando o chão - Você sabia que ela iria morrer?
– Fiquei sabendo apenas quando ela ligou para mim - respondi sinceramente
– Quando a minha morte estiver próxima me avise - ele diz mudando de assunto e eu o olho confusa
– Porque você iria querer saber da sua morte? - perguntei intrigada
– Para aproveitar melhor os meus ultimos momentos - ele responde como se fosse obvio
– Eu não iria querer saber o dia da minha morte - comentei e ele me olhou
– Porque está dizendo isso? - ele pergunta intrigado
– Não gosto de pensar apenas no agora, sempre gostei de pensar no futuro - falei parando na beirada da calçada - Se eu souber o dia da minha morte, o meu futuro, meus sonhos se tornarão limitados
– Faz sentido - ele concordou comigo
– O taxi está chegando - digo olhando para o começo da rua
O taxi parou a nossa frente, quando entramos dei o endereço da escola e ele nos levou até lá. A aula foi facil, porque tanto eu quanto o Jhon já sabiamos dirigir apenas precisamos da carteira de motorista, quando a aula terminou liguei para que um taxi viesse nos buscar. Assim que chegamos Jhon foi para casa dele e eu para minha. Entrei, vi as malas da tia Sam próximas a porta e me sentei no sofá e pendi a cabeça para trás, comecei a ouvir passos vindo da direção da escada
– Oi tia! - falei com os olhos fechados
– Oi, chegou a muito tempo? - ela perguntou parando próximo a mim
– Cheguei quase agora - falei endireitando a cabeça e olhando-a
– Eu já chamei um taxi, para me levar ao aeroporto - ela falou sentando ao meu lado - Vou te ligar todo dia para saber como estão as coisas
– Calma tia Sam - falei com um sorriso divertido - Eu estarei estudando pela manhã, na autoescola pela tarde e pela noite as atividades da faculdade
– Adoro quando você está com o dia inteiro ocupada - ela comenta com um ponta de sarcasmo
– Posso saber porque dona Samantha? - perguntei cruzando os braços
– Significa menos tempo para criar confusão - ela responde me olhando
– Isso é difamação, nunca aprontei nada - ela falo, mas logo me corrijo - Exceto quando estava sobre o dominio do alcool, mas isso é passado
– Eu sei que isso é passado, caso contrario eu não teria assinado a sua emancipação - ela falou me olhando
– Não duvido - digo rindo - Você não me disse quem contratou os serviços do Buffet
– As Industrias Stark - ela responde com certo desgosto
– Industrias Stark - repito normalmente - Tem algum convite dessa festa para mim?
– Não - ela responde como se minha pergunta fosse o maior pecado da humanidade
– Eles são um bando me mal agradecidos - resmungo pegando um resvista, na capa estava o atual presidente das industrias Stark, mas porque ele me parece tão familiar? - Compro algumas ações pelo dobro do preço e eles nem para mandarem um convite
– Você comprou ações nas Industrias Stark? - ela perguntou quase como se estivesse me dando um bronca, mas eu simplesmente assenti - Quantos porcento das ações?
– Alguns - respondo folheando a revista
– Eu quero saber o valor exato - ela insisti me olhando
– Nada de mais, apenas 30% - digo dando de ombros
– 30% PORCENTO? - ela grita se levantando - Susan isso é loucura, as ações das Industrias Stark estão despencando, muitos estão desistindo das ações
– Eu sei - digo olhando a revista - Quando comprei as ações estavam 56,5% abaixo do normal
– Sabe que com essa quantidade de ações, você precisa ir as reuniões do conselho - ela falou pondo as mãos na cintura
– Ou mandar uma representante - digo mudando de pagina - No meu caso a Alexsandra, filha da dona Bruna
– Susan, vende essas ações enquanto tem tempo - ela fala tentando me convencer - As Industrias Stark está tendo a maior crise dos ultimos tempo
– Mas não ficará assim por muito tempo - rebato o comentário dela
– Como pode ter tanta certeza? - ela pergunta cruzando os braços
– O atual presidente das Industrias Stark é esperto, ele vai dar um jeito - digo olhando-a com um sorriso confiante - E quando isso acontecer, receberei de volta tudo o que investi e muito mais
– Fala como se o conhecesse - ela comentou um pouco assustada
– Não o conheço, mas conheço o histórico da Industrias Stark - falei indo em direção a cozinha - Então sei que o investimento não será em vão
– Espero que saiba o que está fazendo - a tia Sam falou voltando ao tom de voz normal e ouvimos a buzina do taxi na porta de casa - Eu tenho que ir
– Espera que eu te ajudo com as malas - digo me aproximando
Ajudei a tia Sam a levar as coisas para o taxi, nos despedimos, ela entrou no taxi e foi em direção ao aeroporto. Quando o carro dobrou a esquina, voltei para casa, com a minha rotineira falta de apetite peguei uma maçã para jantar. Tomei um banho demorado e fui domir.

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