Oathkeeper

Brienne


Passou quase um mês que Jaime partiu para Porto Real, e desde então a Beleza de Tarth acordava e dormia com um vazio no peito. As vezes se permitia chorar, pensando se ele estava bem e vivo. Tudo que quero é uma notícia de Jaime, pensou, enquanto agarrava seu cobertor com mais força, e sentiu uma lágrima escorrendo pelo seu rosto. Faz cócegas, percebeu, dando um leve sorriso.

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Depois de muito esforço, conseguiu se levantar da cama, indo em direção ao salão onde faziam o desjejum.

Comeu um pão fresco com fatias de bacon, pedaços de peixe tostado e uma cerveja preta. Selwyn falava com sua filha alegremente, contando tudo que ela perdeu desde o dia que partiu.

– Podrik está indo muito bem. É um rapaz honesto, dá pra perceber. Muito inocente também, mas isso será mudado apenas quando descobrir como realmente a vida funciona. - Comentou, enquanto enfiava uma fatia de bacon na boca. - Ele falava muito de você, Brienne. Estava preocupado. Eu também estava, e muito. - Comentou. - É um alívio te ver de novo.

A Beleza de Tarth estava cutucando um peixe, fitando o mesmo, sem expressão. Olhou nos olhos de safira do pai por um momento, e se permitiu dar um sorriso fraco.

– Não precisa ficar preocupado, pai. Eu sei me cuidar, e agora estou aqui. Estou bem. - Respondeu, e voltou a fitar sua comida, já fria, perdida em seus pensamentos.

– Filha, algo a preocupa. - Percebeu Selwyn, seu rosto ficando triste rapidamente. - O que houve?

Brienne respirou fundo por um momento, decidindo o que falaria em seguida. Finalmente, desabafou:

– É Jaime Lannister, pai. Ele foi meu companheiro de viagem. Ele...

– O Regicida? - Interrompeu seu pai, levantando uma de suas sobrancelhas, incrédulo.

– Sim. Ele é um homem de honra, pai. - Tentou convencer Selwyn, embora tenha sido em vão. - Seu sobrinho foi morto, e ele partiu para Porto Real. - Seu filho, não seu sobrinho, se lembrou Brienne, sentindo um aperto na garganta. - Estava tão triste. Não tenho notícias dele desde então.

Selwyn Tarth tomou um gole de sua cerveja antes de continuar:

– Não sei qual é o seu relacionamento com o Regicida filha, mas tome cuidado. Ele não é um homem em que se pode confiar, mas tenho certeza que você sabe se cuidar. Eu te ensinei muito bem.

Brienne deu um sorriso fraco, e segurou a mão de seu pai.

– Sim, você me ensinou muito bem. Devo tudo à você.

Seu pai sorriu, suas safiras levemente umedecidas, e a dama de Tarth pôde perceber que o mesmo estava emocionado. Como senti falta de seu rosto, pensou. O sorriso de Selwyn foi desvanecendo lentamente, até que o mesmo disse:

– Chegou um corvo para você hoje de manhã. De Rochedo Casterly.

O coração de Brienne parou, e a mesma arregalou seus olhos cor de safira. Soltou as mãos de seu pai, pois sabia que as mesmas estavam começando a suar. Rochedo Casterly? Jaime é um Lannister de Rochedo Casterly. De quem mais poderia ser?

Ela se levantou subitamente da mesa, e permitiu que seu pai a levasse até os aposentos do Meistre, onde estava guardado o pergaminho com o selo intacto do leão dos Lannisters. Brienne, com suas mãos trêmulas de ansiedade, abriu desajeitadamente a carta.

"Brienne, minha garota. Venha para Rochedo Casterly, estou à sua espera. Eu a amo."

A Beleza de Tarth leu a carta, no mínimo, dez vezes. Apenas uma frase. Tão vago, percebeu, sentindo seu coração gelar. E então leu novamente: Eu a amo. Se permitiu dar um sorriso.

No mesmo dia guardou algumas roupas, sua armadura, sua Cumpridora de Promessas, água e comida o suficiente para uma longa viagem e dois cavalos saudáveis. Feito isso, recrutou Podrik para seguir com ela até Rochedo Casterly.