Seu irmão tinha escolhido não se sentar no elevado real – de novo – preferindo a companhia dos amigos e daquela noivinha sem graça. Margaery Tyrell merecia estar com sua cabeça espetada em um dos espigões da Fortaleza Vermelha. Ela estava sempre sorrindo, sussurrando mentiras e falsas cortesias. Essa idiota vai ser rainha enquanto eu serei apenas uma senhora de algum lugar sem graça do Norte.

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Os Deuses não eram justos.

Caso ela fosse uma Targaryen, Bella poderia casar com Gendry, ela seria a rainha mais magnífica que já existiu. Uma vez ela tinha dito isso para o seu gêmeo, mas então ele lhe lembrou de que se esse fosse o caso, provavelmente Mya seria a escolhida para se casar com ele. Ela era a mais velha e seu pai parecia ter certo favoritismo com sua primogênita.

– Vamos ver o tiro ao alvo depois.

Chamou Myrcella.

Bella apenas sorriu como resposta.

– Onde está Mya? - Perguntou. Sua irmã também não tinha sentado com eles na noite anterior, preferiu a companhia de Cerenna.

– Provavelmente em algum lugar junto com algum plebeu.

Joffrey lhe respondeu.

Sua mãe revirou os olhos ao ouvir aquilo e mandou um dos guardas reais atrás de sua irmã. Como se ela fosse voltar, Mya e Gendry tinham herdado toda a teimosia do pai.

– Vai começar.

Tommen sorriu junto com Edric.

Bella não podia se importar menos com as justas. Nem ao menos sentiu pena quando seu tio foi arremessado do seu cavalo pelo o Cão de caça. Seu pai riu alto jogando a cabeça para trás e sua mãe torceu o rosto em desgosto. Enquanto Sor Jaime era retirado da pista ela procurou Gendry com o olhar, lá estava ele, rindo como um idiota para aquela Tyrell.

Alguns minutos depois foi anunciada a segunda justa, esta decidiria quem iria competir pelo o prêmio com o Cão. A Montanha que Cavalga entrou montado em um garanhão negro indomado. Aquele homem era o maior homem que já tinha visto, e o mais raivoso também, os Deuses lhe deram força para compensar a falta de um cérebro. Algumas historias sombrias o rondavam, as pessoas falavam de três esposas, todas jovens e bonitas que morreram de forma suspeita, falavam também de uma irmã que desapareceu misteriosamente. Não é um homem, é um monstro, mas um monstro que trabalhava para a sua família. Do outro lado veio Jon Snow, um rapaz bonito, gentil e honrado, o completo oposto de Sor Gregor.

Os dois competidores reverenciaram o rei e foram para suas posições.

– A Montanha vai acabar com o bastardo. – Joffrey disse rindo. – Talvez ele morra que nem aquele inútil do Vale.

– Jon é forte e habilidoso, ele pode vencer. – Edric defendeu, mas nem mesmo ele parecia ter tanta certeza.

– Jon vai morrer?

– Claro que não Tommen, – ela respondeu ao irmão mais novo – ele é muito bom para morrer.

Sua mãe aparentemente não gostou do tema da conversar ser Jon Snow. Ela não aprovava o relacionamento dos filhos com o bastardo de Winterfell.

O sinal foi dado e os dois competidores seguiram um contra o outro. Ela nunca iria admitir, mas sentiu um pouco de receio por Jon. Quando estavam prestes a se encontrarem a princesa fechou os olhos e então ouviu a multidão gritar. Deuses, quando abriu A Montanha estava no chão com o rosto cheio de fúria e Jon estava em seu cavalo.

– Ele venceu. – Ela aplaudiu de pé animada.

Sor Gregor não aceitou tal resultado, o homem se levantou, pegou a espada e com um só golpe decepou a cabeça do seu cavalo. Todos ficaram em silencio; o sorriso morreu no seu rosto e as mãos congelaram, pelos Deuses, o homem se virou na direção de Jon, ele vai matá-lo. Bella ainda estava de pé quando Gregor Clegane levantou sua espada na direção do seu oponente.

– Ele vai matá-lo, faça alguma coisa. – Ela gritou para o pai.

– Parem com isso, - o rei gritou e Sor Gregor desferiu o primeiro golpe que quase acertou Jon, - parem com essa loucura, - o segundo golpe teria tirado sangue se não fosse a armadura, - Sor Gregor, - Jon caiu no chão e a Montanha levantou a espada uma terceira vez.

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– Faça-o parar. – Sua voz saiu cheia de horror.

Sua prece foi atendida pela a forma de Sandor Clegane que impediu o irmão de prosseguir. Os dois irmãos lutaram em meio aos gritos da platéia e do próprio rei. Joffrey estava animado pela a primeira vez, Edric e Tommen horrorizados e Myrcella assustada.

Outros cavaleiros da Guarda Real entraram na briga, foi preciso cinco homens para acalmar Gregor Clegane. O homem saiu da pista ao som de xingamentos e vaias. Quando o homem sumiu da vista, as pessoas bateram palmas para o Cão e para Jon, os dois finalistas do torneio.

O rei levantou-se sorrindo e decretou que a ultima luta aconteceria em uma hora, tempo o suficiente para que Jon pudesse cuidar de algum possível ferimento causado pela a explosão de raiva de Sor Gregor. Ele foi levado em direção das tendas por homens de Winterfell e a princesa se esgueirou para longe do elevado real.



Dezenas de pessoas andavam de uma tenta para outra, homens e mulheres do povo, nobres e cavaleiros, escudeiros e criados. Bella passou por eles, sempre recebendo algum tipo de cumprimento. Ela sorria doce para todas as pessoas, do jeito que tinha sido ensinada a fazer.

Quando chegou a tenda certa, ela se deparou com dois homens na entrada, todos os dois eram homens de winterfell.

– Bom dia Senhores. – Eles nem ao menos encontraram a voz. Ela entrou antes que eles dissessem qualquer coisa.

Lá dentro estava Jon com o elmo nas mãos.

– Milady?

Ele estava surpreso em vê-la e também um tanto corado. Conseqüência da noite passada, um beijo no rosto, uma leve provocação que mexeu mais do que ela imaginava com o rapaz.

– Eu vim verificar se você está bem. Aquele homem iria matá-lo se não fosse Sandor Clegane.

– Penso que eu deveria entregar minha vitoria a ele.

– Pois eu penso que não, se você não ganhar, não poderá me coroa a Rainha do Amor e da Beleza. – Ela sorriu.

– Seria impertinência minha lhe dar uma coroa, eu sou apenas um bastardo e a senhora é princesa e noiva do meu irmão. As pessoas poderiam pensar besteira.

– Tudo o que elas irão pensar é que você honrou o nome da prometida do seu irmão, – ela suspirou, ele estava certo, problemas poderiam cair nas suas costas e ela não era assim tão egoísta. – Então faremos o seguinte, você ganha à justa e entrega a coroa de flores para qualquer donzela que julgue digna.

Ela andou pela a tenda e pegou um lenço branco.

– Considere esse o meu favor, - ele pegou o lenço surpreso, - quando você coroar a donzela que for olhe para mim, – ela pediu – e será como se você tivesse me coroado. Caso você não olhe, saberei que a coroa não foi para mim.



Finalmente a ultima justa foi anunciada e Bella se viu ansiosa. Sandor entrou montado em seu cavalo e logo depois foi a vez de Jon. O rei cumprimentou os dois e então deu inicio a justa. Os cavalos correram um em direção do outro e Bella fechou os olhos, gritos foram ouvidos e quando ela abriu viu os dois homens ainda encima de seus cavalos.

Voltaram cada um para o seu lugar e reiniciaram.

E novamente os dois continuaram em seus cavalos.

– O garoto é bom, – seu pai comentou rindo.

Os dois cavalos partiram pela a terceira vez, novamente ela fechou os olhos e só os abriu quando os plebeus gritaram o nome de Jon. Ele ganhou, Tommen e Edric bateram palmas, seu pai soltou um riso estridente e sua irmã Myrcella comemorou discretamente.

O bastardo tirou o elmo e se aproximou do rei para a reverência.

– Parabéns Jon Snow, a honra, a gloria e ouro é seu. – A tradicional coroa de flores foi posta nas mãos dele, - quem você coroa sua Rainha do Amor e da Beleza?

Os risos se espalharam pela a arquibancada.

O cavalo de Jon percorreu quase toda a extensão da platéia. Passou reto por algumas moças ávidas por um pouquinho de gloria e também por Lollys e sua mãe desesperada que não pensaria duas vezes em casar sua filha com um bastardo. O cavalo dele parou no lugar onde uma das irmãs estava, ele vai coroar Sansa, mas para sua surpresa ele colocou a coroa na cabeça dourada de Joy Hill.

Bella o encarou e por um momento achou que Jon iria olhar apenas para a Joy, mas então, nos últimos segundos, seus olhos cinzentos se viraram em sua direção.

Então ela soube que a coroa tinha sido para ela.

.

.



Gendry resolveu caminhar antes da justa final. Ele saiu da arquibancada dispensando a companhia dos irmãos da sua noiva e passou a caminhar por entre as pessoas. Ele pensou em procurar pela a irmã – que também se esgueirou do estrato real –, mas mudou de idéia quando se deparou com Arya Stark. A menina estava com a saia lambuzada de lama e manchas escuras no braço.

– Você está bem? - Perguntou mais por educação do que tudo, aquela menina lhe tirava a paciência.

– Estou bem sim, por algum acaso lhe pareço mal? – Respondeu mal humorada.

– Sua saia está toda suja e seus braços estão cheios de poeira.

– Eu briguei com um menino que disse que eu não era capaz de empunhar uma espada. Ele disse que garotas não deviam segurar em aço.

– Você ficou maluca? O garoto podia ter lhe machucado ou coisa pior.

Aquela Stark era definitivamente uma doida varrida. Vai acabar apanhado de alguém.

– Eu não sou indefesa.

– Lady Arya...

– Não me chame assim. – Ela gritou e ele deu um passo para trás surpreso. O que?

– Não chamar como?

– Lady, eu não sou nenhuma Lady, minha irmã e minha mãe são, eu não.

– Você é filha de um grande Lorde e cresceu em um castelo, é claro que você é uma Lady.

– Pare de me chamar assim.

– Como milady comandar. – Sua voz saiu cheia de sarcasmo e um sorriso petulante brotou nos seus lábios.

Pare com isso, – ela gritou e o empurrou com força. Ele acabou caindo por causa de um maldito pedaço de pau atrás do seu pé.

Arya Stark levantou o nariz cheia de orgulho e saiu batendo o pé no chão e amaldiçoando o seu nome. O príncipe não percebeu quando começou a sorrir, garota insuportável, mas o pensamento foi acompanhado de uma gargalhada.

Ela provavelmente o ouviu, pois se virou e lhe lançou um gesto nada cortês com a mão. Aquilo só fez com que ele risse mais.

Louca, é o que ela é, completamente louca.