Rosa Cristalizada

Capítulo 14 - Vingança e Recaída


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Capítulo 14 – Vingança e Recaída

Com o meu instinto aguçado, não foi difícil encontrar Adolf Hitler, contudo, uma morte dolorosa seria o melhor a oferecer, e não nos deixava expostos. Emmett mesmo querendo acabar com o nazista concordou em me dar o gosto da vingança.

Suicídio seria uma boa maneira de apresentar a morte do homem, o que não seria difícil.

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Segui cada passo seu, interferi nas lutas, confundi soldados, e por fim, depois de meses deixando-o maluco; decidi agir.

Mostrei minha verdadeira face para o líder nazista e ele ficou horrorizado; depois me escondi relembrando o momento e o motivo da morte de meu irmão e de toda minha família.

No dia 30 de abril de 1945 minha vingança seria consumada, Evan Braun seria a primeira a morrer, nada mais justo; olho-por-olho, dente-por-dente, se alguém que eu amava morreu por ele, alguém que ele também amava morreria por mim. A floresta próxima à Berlim me proporcionou boa quantidade de veneno em suas ervas, e eu esperaria pelo momento oportuno.

Adolf Hitler almoçou com seus dois secretários, ambos homens hostis e com o cozinheiro, logo o crepúsculo surgiria, Hitler deixou os homens e caminhou até seu quarto, local onde se encontrava sua esposa, meu marido e sua própria morte dolorosa.

Vampiros possuem um talento natural para fuga, o armário de Evan era grande o bastante para que eu e Emmett não fossemos descobertos.

Hitler aproximou-se da esposa, exibia uma farda marrom, o que dizia que ele era o líder dos arianos. Ele e a esposa sentaram-se no sofá, e pela expressão de seu rosto, ele pensava em mim.

Evan levou o chá quente e envenenado aos lábios e não percebeu o gosto das ervas que eu havia adicionado.

Escutei atenta o momento que seu coração acelerou, seu corpo ferveu, os olhos saíram de foco, a respiração falhou, as palavras saíram desconexas e por fim... Nada... Simplesmente caiu no sofá. O processo em geral foi rápido, acredito que ela não tenha sentido tanta dor, o veneno era muito eficaz, por outro lado, Hitler precipitou-se para o corpo de sua esposa e banhou-o com lágrimas pesadas e sujas.

A vingança era muito doce, sai do armário e pela segunda vez exibi minha face original.

“Foi você? O que quer de mim?” Sua voz saia trêmula.

“Não quero nada demais, apenas sua aniquilação... E sim, fui eu!” Sorri abertamente com o olhar fulminante.

Aproximei-me do homem enquanto Emmett se revelava e deixava-o nervoso. Levantei a cabeça de Evan e encarei-o.

“Você vai deixá-la ou quer se juntar à ela?” Ele podia pensar que tinha escolha.

“Evan morreu e logo vocês também morrerão, eu tenho um exército inteiro em minhas mãos” Ameaçou.

“Ok. Chame todos os seus homens, e veja sangue-puro ser derramado para proteção de um homem imundo” Contra-ataquei.

Hitler precipitou-se para a porta e foi bloqueado por Emmett.

“Podemos fazer isso do modo fácil, ou da maneira mais difícil” Joguei-o contra a parede com força suficiente para rachar a estrutura do quarto.

Ele caiu e permaneceu no chão durante algum tempo, depois se levantou, abriu uma gaveta e apontou duas armas em nossa direção.

“Você realmente acredita que irá me machucar?” Peguei um canivete próximo e passei pelos meus pulsos que continuaram ilesos.

O homem arreganhou os olhos e tentou puxar o gatilho, algo que nunca poderia acontecer, pois nossa mente e agilidade ultrapassavam seus movimentos, em um relampejo, Emmett tirou as armas de suas mãos.

“É... Você teve sua chance, agora é a minha vez”.

Peguei uma das armas, coloquei em sua mão direita, abracei-o por trás e com um único movimento fiz com que ele puxasse o gatilho que estava direcionado à sua boca.

A explosão foi rápida, joguei seu corpo no sofá, ao lado da esposa e voltei para o armário com Emmett, apenas aguardando enquanto seu criado: Heinz Linge e Martin Bormann apareciam assustados ao quarto e levavam os corpos para o jardim da chancelaria.

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Enfim, vingança... Doce e pura vingança. Minha dor não diminuiu e acredito que jamais diminuiria, porém pude fazer algo para tentar liquidar um pouco da culpa que sentia por não ter sido capaz de transformar meu irmão e por tê-lo deixado morrer em meus braços.

Emmett jurou que jamais pensaria sobre o assunto novamente, assim como a Rosalie havia morrido, o assunto também seria enterrado e voltamos para Delta Junction – Alasca. Para nossa surpresa, os Cullen haviam se mudado, pois o filho mimadinho ‘Edward’ não gostara mais de fugir de Tanya, e decidiu deixá-la definitivamente. Os Denali nos informaram de que eles estavam em algum lugar em New Hampshire, e foi para lá que nos direcionamos.

O rastro de minha família era perceptível mesma a milhas de distância, por fim, encontramos o novo lar entre Lebanon e Enfield, estavam morando próximos à faculdade de Dartmouth, pois o filhinho deles queria fazer medicina e provar que era alguém.

“Que bom que estão de volta, vocês demoraram tanto que achei que não voltariam mais” Esme mostrava sua preocupação e nos abraçava fortemente.

“Fico feliz em vê-los novamente filhos, como foi a segunda lua de mel?” nosso pai perguntava, percebendo meu humor.

“Foi meio...”.

“Diferente” Interrompi Emmett, sorte que Edward estava estudando “Emmett e eu nos divertimos muito e conhecemos muitos locais”.

“Em que local passaram a lua de mel?” Carlisle sondava para descobrir se o que ocorrera com o Hitler teve intromissão de um vampiro.

“Você sabe: França, Itália, Japão, México, Portugal, e outros lugares; quisemos aproveitar ao máximo, por isso demoramos tanto” Inventei, pois Carlisle saberia a verdade se soubesse o local correto.

“E acredito que vocês queiram caçar” Esme falou distraidamente.

“Como sabe mãe?” Emmett surpreendeu-se.

“Os olhos de vocês... Estão ônix, até parece que faz meses que não se alimentam”.

“Só pensávamos em ‘brincar’, sabe como é...” Emmett respondeu e senti que minha pele esquentava de vergonha.

“Então vão caçar, queremos vocês saudáveis na região, inclusive, Rosalie e Emmett, vocês podem fazer como Edward: Se socializar com os jovens da faculdade” Carlisle incentivou.

“Pensarei no assunto” Falei, me preparando para a caçada.

Edward permanecia na faculdade de medicina apenas para impressionar nossos pais, pois era obvio que ele tinha aversão à isso, e seu humor tornou-se pesaroso com tanto sangue humano presente nas aulas de anatomia.

Eu e Emmett não escolhemos não ir para a faculdade, eu por ainda estar frágil aos recentes acontecimentos e ele para me dar apoio, e também porque estava sendo mais difícil para ele viver em sociedade após resistir à tanto sangue exposto na guerra.

Dois anos se passaram nessa monotonia, Edward estava cada vez pior. Carlisle o incentivara a seguir outra carreira, mas ele queria provar a todos que conseguiria resistir o mesmo que Carlisle resistiu em séculos.

“Rose, querida, você não ia fazer compras comigo hoje?” Esme me despertou dos devaneios.

Realmente precisávamos de roupas novas, estávamos evitando a sociedade, pois logo sairíamos dali, contudo o estoque do guarda-roupa gritou e Esme queria coisas novas para o lar.

“Sim mãe; vamos”.

Edward estava na faculdade, Carlisle no hospital, enquanto Emmett decidira caçar. Seriamos minha mãe e eu, as mulheres da casa em uma área de comercio infestada de humanos.

Esme estava com uma roupa simples e eu também, e mesmo assim estávamos chamando a atenção de todos os homens do local; as mulheres olhavam para nós exibindo inveja. Demorei a entender o motivo, já fazia muito tempo que não me socializava com humanos, e para eles nós éramos verdadeiras Deusas na Terra.

Estava imensamente feliz por ainda ser capaz de despertar tamanho desejo do sexo oposto. Os olhares masculinos desenhavam nosso corpo e alguns inventavam desculpas para poder nos acompanhar. Esme parecia envergonhada e eu estava extasiada com esse momento.

Entramos em muitas lojas, a maioria das roupas que escolhi foram para a caçada, ou então, sensuais para quando fosse retornar e Esme permanecia em sua simplicidade – exceto por uma lingerie um tanto ousada que ela escolhera.

Percebi que cometemos um erro ao ver as reações das pessoas nas lojas; estávamos com muitas sacolas, algo que um humano comum não seria capaz de carregar. Alguns homens aparentemente solteiros colocaram-se em nossa disposição com a mercadoria.

Percorremos mais algumas lojas em busca de materiais para casa e por fim, decidimos que era hora de retornar.

Ao chegar em casa, notamos que estava num profundo silêncio, alguns soluços irromperam do andar de cima e ouvimos a voz de alguém pedindo ajuda. No inicio, pensei que fosse algum outro vampiro e me coloquei em movimento de defesa, porém, notei que era a voz de Emmett, e ele estava muito amuado com alguma coisa.

“O que você acha que aconteceu?” Esme estava preocupada assim como eu.

“Vamos descobrir” Respondi.

Usei minha agilidade para correr pelas escadas e observei Emmett com os olhos fechados e as roupas encharcadas sendo consolado por Edward.

“O que está havendo aqui?” Porque Edward iria consolar Emmett?

“Esse é um assunto muito delicado, acredito que Emmett não esteja pronto para falar sobre isso nesse momento” Edward intrometeu-se.

“Eu não me dirigi à sua pessoa, perguntei para o meu marido” Usei o tom de voz mais gelado que pude alcançar.

“De qualquer modo, devemos esperar Carlisle chegar” Edward respondeu friamente, assim como eu havia feito.

O que Carlisle tinha haver com toda essa situação? Eu nem sabia o que se passava, era algo assim tão grave?

Como que para responder minhas perguntas, Emmett abriu os olhos e Esme impressionou-se tanto quanto eu.

“Emmett... Você...” Ela não conseguiu finalizar a frase.

O ouro já não existia nos olhos de Emmett, agora tudo o que se encontrava era o vermelho intenso, o vermelho sangue, ou seja, o vermelho-sangue-humano. Eu não sabia responder o que minha família decidiria em relação à sua nova dieta, mas eu o acompanharia onde quer que fosse, e me manteria vegetariana, pois, humanos dentro de mim é algo absolutamente repugnante.

“Me desculpe mãe... Eu não consegui...” Ele soluçava, e podia jurar que chorava, mas sabia que lágrimas não eram concebidas para seres sombrios, sem alma e coração.

“Recebi sua mensagem Edward, o que houve de tão grave?” Carlisle surgiu inesperadamente com a expressão séria.

“Teremos de nos mudar” Edward respondeu às perguntas mentais ao mesmo tempo.

Carlisle encarou Emmett e pareceu horrorizado.

“Emmett... Se você escolheu essa dieta, peço que siga seu próprio caminho” Carlisle estava chateado com a ação de Emmett.

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“Carlisle, me desculpe, não foi minha intenção. Não consegui resistir, o cheiro era muito forte...” Ele se explicava.

“Emmett encontrou uma mulher com o sangue irresistível, ela estava tirando os lençóis secos do varal entre as macieiras, e o cheiro das maçãs fundiu-se ao seu. A brisa tornou toda a situação insuportável, e ele não conseguiu agüentar” Edward relatava a história que percorria a mente de Emmett.

Foi algo muito difícil para ele, soube exatamente o tipo de cheiro que ele sentiu, o mesmo que eu sentira anos atrás com meu irmão, entretanto, eu havia sido forte o suficiente para resistir. Emmett devia estar sofrendo mais do que aparentava, porque odiava perder, não gostava de ser fraco e frágil.

“Sendo assim, melhor prepararmos as malas... Não se martirize mais, podemos lidar com isso. Edward irá lhe ensinar mais sobre autocontrole” Carlisle finalizou a sentença.

Esme correu para Emmett e deu-lhe um abraço de quebras os ossos. “Meu filhinho, tudo vai ficar bem”.

Emmett ficou me encarando esperando minha reação. Caminhei até que nossos corpos estivessem extremamente próximos e sussurrei:

“Foi só uma recaída, até os homens mais fortes perdem um dia. E eu te amo, sempre te amei e sempre te amarei” Tranqüilizei-o.

“Tive tanto medo de te perder” Ele revelou.

“Você jamais me perderá, irá se cansar de mim. Tenho a eternidade para permanecer ao seu lado” Selei o assunto com um beijo doce e delicado.

Os demais Cullen saíram para organizar as malas e nos deixaram ter um momento de privacidade.

“Realmente me desculpe por isso, eu...”.

“Se voltar a pedir desculpas, serei obrigada a te matar” comecei a rir e ele arregalou os olhos “Brincadeirinha... Viu como também sei fazer piada”.

“A sua não é tão boa” Ele gargalhou “Sabe a piada do vampira loira, do leitor de mentes e do vampiro musculoso?” Ele perguntou.

“Emmett não começa, senão transformo minha brincadeira em realidade”.

Ele colocou a mão em minha cintura e começamos a arrumar as coisas para carregar para a nova casa.

Em questão de segundos estávamos prontos, cinco vampiros, dois carros e mais de vinte malas.

“Tem certeza que não quer mais se tornar médico, Edward?” Provoquei.

“Absoluta, Rosalie, porque não consegui achar um medicamento que fizesse vampiros ter filhos” Ele contra-atacou.

Isso sem dúvida, era a pior coisa que ele poderia ter dito. Carlisle e Esme finalizaram nossa discussão ao perceber o grau dos insultos. Emmett permanecia calado, pois se sentia culpado pela situação. Segundo ele, tudo estava acontecendo devido a sua fraqueza.

Permaneci em silêncio durante todo o caminho para Buffalo, Nova York. O local de nossa nova moradia. Desta vez, a casa era de um senhor que morrera há pouco tempo e não tinha família. Obviamente, seriamos a família deste senhor, aquela que ninguém conhecia.

Prontamente, Esme colocou seu material no chão e definiu a nova textura para as paredes, o novo estilo da porta, o tecido das cortinas, e outras coisas. Desta vez, eu e Emmett pegamos o terceiro andar e Edward ficou no segundo.

Aos poucos fomos nos habituando e o assunto sobre Emmett foi amenizando. Edward sempre o acompanhava em uma caçada, Carlisle dava dicas para resistir ao sangue. Esme dizia sempre se orgulhar dele e quanto a mim, Emmett sabia que independente do que fizesse, teria meu apoio total.

Com o passar do tempo e com tamanha atenção, Emmett começou a utilizar isso à seu favor e fazia o possível e o impossível para conseguir companheiros para disputas. Dava para perceber que Edward já não agüentava mais seus jogos, e não era para menos – Emmett odiava perder, e se perdesse inventaria mais mil jogos para contornar a situação.

Também fiquei cansada com tanta disposição para brincadeiras, poderia dizer agora que Emmett era uma verdadeira criança: Rostinho de bebê com covinhas e uma incansável vontade de concorrer, o que na pele de vampiro deixa as coisas mil vezes pior.

Esme sempre arranjava um jeito para deixá-lo de castigo, para que sua casa permanecesse intacta. A situação era bastante divertida, um homem de aparentemente vinte anos sendo castigado pela mãe de vinte e seis.

Depois da experiência de Edward na faculdade e do deslize que Emmett deu, Carlisle concordou que não precisávamos estudar enquanto permanecêssemos nesta localidade. Isso era bom, porém, bastante monótono. E essa mesmice durou quase três anos. Trinta e seis meses de puro tédio.

Com os castigos freqüentes, Emmett arranjou outros afazeres: Investigar novos jogos e armar estratégias para vencê-los. Carlisle estava em casa quase todos os dias, já que não havia muita coisa para fazer no hospital.

Os dias se arrastavam lentamente e o céu mudava de cor constantemente, sem ter mais o que fazer direcionei-me para o meu quarto, deitei em minha enorme cama – o que era um mero capricho já que não precisava dormir – e fechei os olhos, tentando recordar o tempo em que fazer tal ato me satisfazia por completa. Subconscientemente, meus dedos procuraram algum objeto pelas gavetas e retornaram com um cordão de ouro, um pingente balançava pelo ar e as letras gravadas deslizavam de um lado para o outro exibindo a frase que fora dita em um dia muito distante, uma época já esquecida: Para a minha doce Rosalie Hale.

Lembranças que foram arrancadas de minha mente, mas que eu inconscientemente pensava sempre, algo que sempre surgia para preencher os espaços vazios dos meus dias incompletos.

A vozinha na minha cabeça dizia para abrir o fecho do pingente e desfrutar um pouco do antigo passado, eu tentei me contrapor à ela, disse que ela havia morrido junto ao irmão e estando enterrada não podia mais me manipular, mas não, ela estava tão presente em mim quanto o ar estava presente para os humanos, e assim como eles não percebem isso o tempo todo, eu também não tinha notado sua presença constante ainda no meu interior.

Obedeci a sua vontade e me deparei com uma foto dupla, de um lado uma humana muito bonita sorrindo de forma distraída e descontraída, com seu ar ingênuo e decidido, uma expressão alegre no corpo juvenil e uma aura iluminada. Do outro lado a mesma garota no centro da foto, cercada por pessoas que continham traços iguais aos seus, os mesmos olhos azuis com contornos avermelhados, os mesmos cabelos claros e a mesma pele de pêssego. Todos pareciam felizes, satisfeitos e acima de tudo: era bastante notável que se completavam em família.

Analisar tudo isso me fez pensar o porque de uma garota como ela não ter sido capaz de visualizar todo esse amor à sua volta. Ela era feliz desde o dia em que nascera, porque então fora procurar um amor verdadeiro em uma mentira bem contada?

Então, acredito que tudo o que ocorreu à ela depois dessa escolha foi o castigo perfeito por negar seu próprio ser, e agora tudo o que estava ao seu alcance era admirar tudo o que um dia foi através de um simples cordão de ouro com duas imagens guardadas no tempo.

As lágrimas sufocaram-me por dentro e recoloquei a máscara de força, a qual me protegia de tudo, a qual não fazia doer nada, pois essa era a Rosalie que todos veriam: Sempre bela; poderosa e forte.

Desci os degraus lentamente e ouvi a conversa calma que acontecia enquanto eu entrava em conflito com uma recém-chegada: a antiga ‘eu’.

Esme decidiu mudar um pouco a casa, e todos concordamos em ajudá-la à ampliar o espaço com mais um andar. A festa estava armada para o meu crianção: cimento, tijolos, madeira e tinta.

Emmett começou a jogar cimento em Edward, contudo, Edward era o mais rápido e esquivou-se sem esforço algum, o cabelo de Esme ficou num estado deplorável e o resultado foi que ele teria que caçar com Edward e retornar apenas quando o ajuste estivesse terminado para ajudar a remodelar o porão.

Após a saída dos dois, retornamos aos afazeres, éramos muito rápidos, então tudo não passou de algumas horas.

O brilho nos olhos dourados de Esme foi algo maravilhoso de ver, ela realmente estava satisfeita e Carlisle sorria ao apreciar sua esposa tão realizada.

Nós três sentamo-nos no enorme campo que existia próximo à residência e apreciamos o sol começar a declinar para o horizonte. Se fossemos humanos, eu poderia dizer que estávamos em um piquenique, mas como vampiros, éramos apenas três seres encantados com a natureza e com a forma que o destino uniu diferentes pessoas em um mesmo caminho.

A brisa passava levemente e a tranqüilidade era tudo naquele ambiente, Emmett não teria sido capaz de permanecer tão quieto. O silêncio foi interrompido por um Carlisle preocupado.

“Nós não somos os únicos vampiros aqui” Foram suas últimas palavras antes de se levantar e postar-se frente à nós em modo defensivo.

O vento soprou novamente trazendo aromas de dois seres de nossa espécie. Ao mesmo tempo duas silhuetas deslizavam rapidamente em nossa direção.