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Oito anos, Lysandre: Amizade


Oito anos, Lysandre: Amizade.


Amizade: Substantivo feminino que significa sentimento de amigo, afeto que liga as pessoas sem ligação amorosa.


(...)

Eu realmente fico feliz por você ter me obrigado a escrever isso Amélia. Confesso que no começo não gostei da ideia, mas agora é até bom lembrar das coisas.

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Você me pediu para não omitir nada, para tentar escrever com a maior sinceridade possível... Pois bem, aviso que neste "Livro" vai ter vários pensamentos na minha opinião extremamente "Gays".

Tudo começou num dia quente de verão, quando eu tinha oito anos.

Eu me lembro que estava na calçada esperando o caminhão de mudanças chegar, nunca fui do tipo ansiosa mas quando soube que um dos membros da família era um garoto da minha idade não pude me conter.

O grande caminhão azul chegou junto com um carro preto logo a frente, e uma família de seis membros saiu dela, primeiro foi uma mulher linda segurando uma criança loira dormindo e depois apareceu o pai, segurando uma criança idêntica a outra.

Eu me lembro de ter visto um vulto loiro que correu em direção a casa e depois ter aparecido você.

Eu não sei muito bem o que aconteceu, mas foi como se uma luz tivesse caído sobre você e eu simplesmente não conseguisse desviar o olhar... Meu primeiro pensamento quando te olhei foi "Ela tem olhos cor-de-sol." É um algo estupido eu sei, mas para uma criança eu tinha me achado um poeta. Depois eu descobri que seus olhos eram dourados.

Você era extremamente branca e tinha cabelos curtos loiros na altura dos ombros, eram lisos mas quando chegavam a ponta davam uma leve cacheada.

Suas bochechas estavam vermelhas por conta do sol e seu vestido era branco de alças finas e rodado, com um grande laço atrás. Estava com o olhar curioso para ver a casa a qual tinha se mudado.

Pode parecer estranho, mas eu te achei incrivelmente linda, embora na época eu nem sabia o que era isso direito.

(...)

Fiquei em deitado na cama fitando o teto. Eu não tinha gostado do Brasil, era uma língua esquisita, com comidas esquisitas e com excesso de calor e os outros garotos não gostavam muito de mim por causa do meu sotaque carregado da Rússia. Odeio admitir, mas no futuro esse sotaque me foi muito útil para iniciar conversas com mulheres.

Eu levantei e fiquei de frente para guarda-roupa do closet. Eu descobri a passagem que ligava os dois quartos duas semanas depois que me mudei para aquela casa, e torci para que nenhum dos novos vizinhos descobrissem, pois tinha medo de alguém roubar um dos meus brinquedos ou algo assim.

E pela segunda vez naquele dia, você apareceu do nada e um brilho ficou em sua volta. Até hoje eu me pergunto como você descobriu a passagem tão rápido.
–E-eu morri?-Você colocou seus pequenas mão em volta dos olhos. Eu ri com aquilo.

–Puxa -Falei indo em direção a minha cama- Você encontrou rápido a passagem.

–Passagem?

–Sim, a passagem que liga as duas casas. A muito tempo ela era apenas uma, mas foi dividida ao meio... Acho que só não contarão com uma pequena passagem secreta que ainda ligavam ambas... Meu nome é Lysandre, prazer.

–"Les" o que?

–Lysandre. -Se eu ganhasse uma moeda a cada vez que tivesse que repetir meu nome...

–Saúde. - Eu apenas revirei os olhos e sentei na cama.
Você ficou xeretando o quarto com nem um pingo de "Vergonha na cara", abrindo os armários tentando procurar outra passagem secreta.

–Olha, eu não te aconselho a ficar muito tempo aqui, seus pais podem ficar preocupados. Me encontra daqui uma hora lá fora, tudo bem?
Você acenou com a cabeça e sai correndo para seu quarto.

(...)

Brincamos e conversamos o dia inteiro, e quando chegou a noite, você ainda veio me visitar pela passagem trazendo um saco de dormir na mão e um ursinho branco de pelúcia na outra. Você nem ao menos me perguntou se podia dormir no meu quarto, apenas colocou o saco do lado da minha cama e apagou a luz.

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–Er... Você vai dormir aqui hoje?

–Sim, o tonto do meu irmão falou que tem monstros no meu quarto. Eu não tenho medo é claro, mas só para garantir...

–Seus pais não vão notar?

–Eles nunca saem do quarto a noite e nem meus irmãos. Além disso, gostei de você. Vou te dar a hora de virar meu melhor amigo.

–Bom, obrigada eu acho. -Levantei da cama e liguei o pequeno abajur do lado. - Eu perdi o sono, quer brincar de alguma coisa? Podemos desenhar, eu amo desenhar.

–Eu adoraria.

Ficamos até três horas da manhã jogando conversa fora e desenhando coisas aleatórias. O que mais gostei de todos foi um que fizemos juntos.
Era eu e você em um grande jardim rodeado de rosas amarelas...

Começamos a viver "colados" dês de então. Todos os dias eu tomava café da manhã na sua casa e vise-versa. Depois de um ano nem precisávamos bater na porta...

Seus pais perceberam a nossa amizade e te matriculou junto com seu irmão na mesma escola que a minha ao invés de te mandarem para um colégio interno.

Nem era necessário conversar para saber o que o outro estava pensando.

Eramos os melhores amigos do mundo.

Eramos.