– Daniel? – Franzi a testa enquanto Daniel estava com um buquê de flores nas mãos e sorria para mim.

– Oi, Rose. – Ele deu um pequeno passo e depositou um beijo inesperado em minha bochecha. Me fazendo ficar vermelha.

– Ahn, o que faz aqui? – Suspirei ainda confusa.

– Estava passando por aqui perto e... – Ele se interrompeu. – Mentira, fiquei com saudade aí vim ver como estava. E para entregar essas lindas rosas para uma rosa ainda mais bela. – Ele riu após falar, erguendo o buquê até mim.

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– Oh, não precisava. São lindas. – Peguei o buquê envergonhada e levei as rosas até o nariz, podendo sentir o perfume delas. – Obrigada. Quer entrar? – Voltei a olhar para ele.

– Se não for incômodo. – Daniel coçou a nuca.

– Claro que não! – Ri e dei espaço na porta para que Daniel entrasse, e assim ele fez. – Fique a vontade. – Falei enquanto ia até a cozinha para deixar as flores num vaso com água. Assim que voltei, Daniel segurava um porta retratos enquanto olhava atentamente para o mesmo. Pigarreei.

– Ahn, me desculpe. Eu vi essa foto aqui em cima então achei bonita a imagem e... – Eu o interrompi, me sentando ao seu lado.

– Não precisa se desculpar. – Dei uma risada sem humor.

– Sério, Rose. Não pensa coisa errada de mi... – O interrompi novamente.

– Daniel! – O repreendi, fazendo ele me olhar assustado. – Tudo bem, ok? – Falei num tom mais calmo. – Não vejo problema algum em você pegar uma foto para ver.

– Está bem, eu só não vou fazer isso de novo. – Ele coçou a nuca rindo sem graça e eu dei de ombro. – Quem é? – Daniel apontou para a foto, que estava jogada no sofá. Peguei o porta retrato e deixei um sorriso involuntário surgir.

– Minha mãe no dia do noivado dela. – Continuei sorrindo enquanto acariciava a foto. Logo o silêncio apareceu.

– Desculpa se eu parecer intrometido, mas nunca a vi por aqui. Ela não mora com você? – Soltei um suspiro e sorri de lado, sem deixar de encarar a imagem.

– Ela morreu. – Ao terminar de falar coloquei o retrato em seu lugar e Daniel murmurou algo que eu não consegui entender.

– Oh, eu sinto muito. – Olhei para ele, que estava com a feição triste.

– Eu também sinto. Mas é a vida. – Consegui dar um sorriso para amenizar o clima tenso. – Mas então! – Falei animada após me levantar. – Você aceita alguma coisa?

– Ah, não. – Daniel coçou a nuca e deu uma risada baixa.

– Que pena, eu queria fazer uma coisa especial para você. – Fiz bico e cruzei os braços, olhando para Dan.

– Ah é? E essa coisa é boa? – Daniel estreitou os olhos e eu assenti. Ele ficou um tempo em silêncio, porém depois de poucos segundos pigarreou. – Então, ér... Eu posso dar uma exceção pra essa coisa.

– Sério? – Sorri e ele assentiu, me fazendo alargar o sorriso. Eu gostava da companhia dele, não sabia o real motivo, mas a presença dele me fazia sentir melhor, como se outra parte de mim estivesse ali, na minha frente. – Então vem. – Caminhei até a cozinha, percebendo que Dan me acompanhara.

Peguei as coisas necessárias que precisaria e logo já estava preparando meu prato favorito. Dan perguntava repetidamente o que era, mas eu continuava em silêncio, e isso o fazia ficar mais curioso ainda. Depois de longos minutos eu ainda estava calada, atenta aos ingredientes. Segundos depois, fui surpreendida com algo voando em mim, parei bruscamente e olhei para trás, vendo Daniel com um pacote de farinha que estava a pouco tempo na bancada.

– Daniel! – Resmunguei e fui pega de surpresa novamente, em um movimento rápido, meu rosto já estava cheio de farinha. Ouvi a risada de Daniel.

– Eu. – Ele disse entre a gargalhada e eu bufei, assoprando uma mecha de meu cabelo que atrapalhava minha visão. Tirei a farinha da região dos olhos e consegui o enxergar na minha frente, enquanto ele ria peguei o pacote dele, o fazendo ficar sério rapidamente. – Ahn... Rose. – Ele começou a caminhar em minha direção, e eu comecei a correr.

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– Que foi? – Continuei rindo sem parar de andar. Esperei ele se aproximar e o peguei de surpresa, fazendo o que ele estava fazendo há poucos minutos. Ele gritou, e eu gargalhei.

– ROSE! – Apressei meus passos e percebi que agora Dan corria mais rápido atrás de mim, eu estava com medo dele me pegar e sujar mais ainda, mas me divertindo com o estado dele. Consegui jogar mais uma vez a farinha no garoto, mas ele havia conseguido pegar o pacote de mim, e sem esperar, jogou tudo sobre minha cabeça.

– DANIEL! – Joguei meu cabelo para trás, fazendo uma grande quantidade de farinha cair sobre o chão. Agora quem ria era Daniel. Eu fui para um canto e comecei a fingir um choro, colocando as mãos sobre o rosto, para que Daniel não visse.

– Rose? – Sua voz era de espanto, me segurei para não rir e pude sentir sua mão sobre meu ombro. – Ai meu Deus, acertei seu olho? Me desculpa, me desculpa, me desculpa! Eu sou um idiota mesmo, tá doendo? Vamos ao médico, pode pior... – Antes que ele terminasse, eu liguei a torneira, fazendo sair água da pequena mangueira que tinha na pia, e mirei em Daniel. – Mas o quê? – Ele perguntou fazendo careta, enquanto a água caía em seu rosto e camisa. – Eu vou te matar!

– Vai, é? – Eu falava entre as risadas, minha barriga doía de tanto rir. – Sua cara está muito engraçada. – Completei ainda mirando a mangueira nele. Não sei como, mas ele conseguiu correr até mim e pegou a mangueira com força, jogando a água toda sobre mim. –Obrigado, está limpando a bagunça que fez em mim. – Fechei os olhos enquanto ria dando de ombros, logo ele desligou a mangueira e ficou por alguns segundos ele ficou em silêncio, o que me preocupou um pouco.

– Ei, Rose. – Escutei ele me chamar e abri os olhos curiosa. Meus olhos arregalaram e a massa do bolo que eu estava fazendo voou em minha direção, especificamente em meu rosto.

– Não acredito, DANIEL... – Gritei a última parte já estressada e toda suja, abri a geladeira e peguei cinco ovos, o jogando um por um na direção de Dan, que se sujou um pouco.

Ficamos brincando/em guerra por bastante tempo, pegamos mais farinha e estávamos mais brancos do que giz. Eu não ria do jeito que estava rindo faz tempo; por mais que estivesse um pouquinho brava com Daniel, estar do lado dele era o dobro de diversão que eu raramente tinha. Rimos bastante, e no final, o que era pra terminar em lanche, acabou se transformando em bagunça, até perdemos a fome. Parei de sujar Daniel quando escorreguei.

– Deixa eu te ajudar. – Daniel andou lentamente devido o chão molhado e melequento até chegar em mim. Ele esticou o braço e acho que segurei forte demais e... – Opa! – Daniel estava caído também, em cima de mim. Ele riu e pude sentir seu perfume entrar em minha narina. Estávamos mais do que próximos, e isso ia acabar igual aqueles filmes clichês.

– Ahn... Você está em cima de... Mim. – Sorri amarelo demorando um pouco para falar. Claro, até parece que alguém ia se sentir confortável embaixo de um garoto! Daniel parecia estar surdo; eu resmungava algumas coisas indecifráveis e ele continuava estático. Ele aproximava cada vez mais, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha e deu um sorriso, um dos sorrisos mais bonitos que eu tinha visto. Logo depois me toquei; ele estava querendo... Me beijar? Respirei fundo e resolvi ficar quieta, estava claro de que se eu reclamasse mais uma vez Daniel ia me ignorar, ele tocou suavemente meu rosto e... Ouvi um barulho. – O que foi isso? – Perguntei ao perceber que Daniel havia se levantado.

– Não sei. – Ele parecia assustado. Daniel estava começando a dar passos até onde o barulho havia saído, com a intenção de achar algo ou alguém, mas acho que esse alguém tinha nos achado primeiro. Os olhos de meu pai ficaram maiores do que o normal após ele chegar na cozinha, varreu o local com os olhos e parou em mim, depois olhou para Daniel, que estava em meu lado confuso.

– Mas o que é isso? – Sua voz estava firme e rouca, engoli seco, sem conseguir responder.