Os outros dias de Snoggeltog seguiram com felicidade e alegria. Os vikings cantavam e demonstravam que juntos cantavam muito bem (porque se um viking canta separado r às vezes você tem que sair correndo). Os vikings cantavam histórias. E havia uma história de uma princesa. Lembrei-me da minha.
No dia da troca de presentes, dei a Astrid um lindo cordão com as iniciais dos nossos nomes. Ela disse que usaria apenas no dia do nosso casamento. E no dia dele eu o vi em seu pescoço, iluminado pela luz do sol.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ela me deu uma nova armadura, mas com algumas modificações que eu desejava fazer. Fiquei imaginando quem haviam ajudado ela a fazer ou se ela havia melhorado mesmo na arte de fazer coisas.
A tradição também manda que os pais deem presentes aos seus filhos (e que coloquem dentro de seus elmos também, se forem crianças). E como em uma brincadeira de criança meus pais fizeram isso comigo naquele ano. O meu pai me deu, além da sua presença que por mim era o suficiente (para mim era tudo), uma espada muito boa. E a minha mãe me deu um guia só sobre o Fúria da Noite, que ela mesmo havia feito e que tinha informações incríveis.
No fim aquele foi o melhor Snoggeltog de todos. Foi o casamento dos meus amigos, nasceram lindos filhotes de dragões e eu estava com quem eu amava (e fazia planos com a minha noiva). O que é melhor do que isso?
Mas antes disso tudo havia ainda a questão dos gêmeos...
E ainda havia os gêmeos...
Uma das coisas mais engraçadas no casamento da Cabeça Quente e do Melequento foi a despedida dos gêmeos. Afinal, o Cabeça Dura não ia mais morar com a sua irmã, já que ela casou-se. Mas eu nunca pensei que ele choraria por isso ou algo do tipo.
Eles brigavam o tempo todo, mas sempre estavam juntos (bem, exceto uma vez que eles brigaram e tivemos que ir atrás deles para que voltassem a falar um com o outro). Afinal eles são gêmeos e viveram a vida inteira na mesma casa. E mesmo que neguem no fundo eles se amavam e estranhariam não ter a presença um do outro.
Só que a Cabeça Quente e o Melequento morariam numa casa ao lado da dele, então o exagero característico dos gêmeos se fez presente. Eu e a Astrid só ríamos disso tudo.
–Como vou vier sem você minha irmã? Com quem eu vou implicar dia e noite? – o Cabeça Dura dizia chorando.
–Se vira – a Cabeça Quente disse. – Arranje com quem casar ou outra irmã gêmea para você – eu quase a interrompi dizendo que era meio impossível o Cabeça Dura achar outra irmã gêmea, mas preferi ficar quieto. Você sabe como é o nível de loucura deles.
–Mas outra irmã não seria tão chata como você é e eu não poderia fazer brincadeira com ela como pintar a sua cara à noite enquanto você dorme.
–Você vai sobreviver sem mim. Mas acho que ficará sozinho já que ninguém aguentará ficar muito tempo com você como eu fui obrigada a aguentar todos esses anos.
–Como pode ser tão má a ponto de deixar o seu irmão solitário, triste, sem ninguém, triste eu já disse solitário? - o Cabeça Dura ficaria realmente sozinho sem os seus pais. Mas felizmente a sua tia veio morar com ele.
–Com licença – eu interrompi. Todos olharam para mim – Com quem irá ficar o Bafo e o Arroto? – assim que eu perguntei me arrependi.
–Comigo – os dois disseram ao mesmo tempo.
–Não, irá ficar comigo. Você já tem o Melequento – Cabeça Dura disse.
–O Bafo irá comigo ele é o meu dragão.
–Mas o Arroto é o meu dragão e não sei se você percebeu, mas eles são o mesmo dragão. Então eles vão comigo!
–COMIGO!
–COMIGO!
Pouparei você do longo tempo de discursão dos dois. Sim, eu sei que não deveria ter aberto a boca. Como eu disse, eu arrependi-me no momento que perguntei.
No final eu dei a ideia de construírem um abrigo individual de dragão entre as duas casas, assim o Bafo e o Arroto estariam com os dois. Eles gostaram da ideia e no final deu tudo certo (na medida do possível, já que nada nunca está certo com os gêmeos).
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O sol estava quase se pondo quando eu saí do Grande Salão. A festa durou até tarde da noite. Dei um longo suspiro, mas não deixei de sorrir. Havia sido um longo dia, porém eu estava feliz pelos meus amigos.
O Banguela veio até mim correndo e quase me derrubou.
–Ah, oi amigo. Por onde andou? Desculpa não ter voado com você hoje, mas eu estava ocupado. Você sabe, hoje foi o casamento do Melequento e da Cabeça Dura – ele grunhiu concordando. Mas podemos voar agora. Vamos chamar a Astrid para ir com a gente?
Ele se animou e começou a pular. Nós fomos andando para buscar a Astrid em sua casa.
–Onde estão indo? – a voz da Astrid veio de trás de mim.
–Oi Astrid, você leu meus pensamentos, porque eu também estava te procurando. Eu ia à sua casa agora falar contigo. Você vem comigo para um voo? – eu perguntei.
–Eu adoraria. Sem loucuras?
–Não prometo nada – nós rimos. Nós decolamos e apreciamos mais uma vez o dia deixar Berk.
–Cada vez é mais encantador – ela disse.
–Eu concordo.
Eu ativei a cauda do Banguela e como no dia que a pedi em casamento fiz a manobra perigosa de me virar e ficar de frente para ela. Ficamos nos olhando por um tempo. Peguei a sua mão e acariciei o seu anel.
–Não vejo a hora de me casar com você sabia? – eu perguntei.
–Eu também não. Quando iremos nos casar?
–Na chegada da primavera. Onde o mundo inteiro se colore. Acho que seria perfeito, não acha? Poderíamos nos casar ao ar livre e aproveitar os únicos meses que está menos frio aqui na ilha. Seria incrível!
–Como está romântico – ela disse e depois rimos. – Mas será realmente épico, será incrível. Muito obrigada Soluço. Por tudo isso que você faz, por ser sempre romântico. Obrigada.
–Eu te amo Astrid e faria qualquer coisa só para ver o seu sorriso – ela sorriu verdadeiramente.
Eu lhe dei um beijo doce e demorado. A brisa fria corria pelos nossos cabelos. E nós fazíamos planos para o nosso casamento.
Deixei a Astrid em casa e depois disso eu e o Banguela voltamos a voar. As estrelas brilhavam e a grande lua iluminava a noite.
E havia um Fúria da Noite na noite de Berk. E também havia um menino apaixonado. Havia um noivo apaixonado. Havia o Soluço. Havia eu.
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