Powerless

Perdas


“O homem é o único animal que sabe que vai morrer, por isso que ele cria, é a forma que ele encontra de se imortalizar e a criação que surge com a consciência da limitação é que faz a vida ficar boa”.

Era a frase que havia ficado rondando na cabeça de Hermione enquanto o caos se alastrava ao seu redor na sala da direção. Ela pensava em tudo o que Draco havia criado ao seu lado e o quanto tudo aquilo significava enquanto segurava em uma das mãos o relicário que ele havia lhe dado. Não estava prestando atenção, ela havia se permitido se fechar por um momento.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Pode segurá-la pra mim? –Pediu a Luna.

—Claro. –A loira respondeu, estranhando a tranquilidade.

—Obrigada. –Respondeu, com um sorriso enquanto entregava Lauren para a amiga.

Molly havia trazido o bebê para o castelo assim que soube o que estava acontecendo. Ela estava certa ao pensar que Hermione iria querer estar com a filha naquele momento, segurá-la nos braços e ter certeza de que ela estava bem.

A morena caminhou até a janela da sala que agora pertencia a Minerva McGonagall e observou a paisagem. Os pássaros cantavam e o sol iluminava o castelo, fazendo-a questionar quanto tempo havia ficado ali quando todos os acontecimentos da noite anterior pareciam ter acontecido tão rápido, eram como um verdadeiro borrão.

Ninguém havia entendido como começara, mas de repente vários bruxos tiraram suas varinhas e dispararam ataques sem um alvo estabelecido, apenas com a intenção de acertar o máximo de pessoas possível. Por sorte ninguém se feriu gravemente, mas o caos se espalhou pelo castelo, tornando impossível conter tudo aquilo.

—Você está bem, Mione? –Harry perguntou e todos olharam para ela.

—O quê? –Ela disse, prestando atenção e demorando um pouco para entender o que ele havia perguntando. –Ah, eu estou bem. -Ele balançou a cabeça, sem saber o que dizer em seguida, por sorte Rony, mudou de assunto.

—A menina já é maior de idade, vou começar o interrogatório e em seguida vamos até Azkaban.

—Não acho que seja necessário. –A senhora Malfoy disse.

—Mione, ela...

—Eu sei o que ela fez, Meg. –Interrompeu. –Ela é só uma criança e eu duvido muito que tenha tido a possibilidade de escolha.

—Hermione, ela ficou por anos ao lado de Lucius, vigiando de perto os nossos filhos, ela estava lá quando seus pais morreram e também quando você...

—Quando eu perdi o meu bebê. –Ela completou o que ele não teve coragem de dizer. –Você pode dizer, Blás. Eu sei o que ela fez, assim como também sei que ela chamou os medibruxos e por isso eu não perdi a Lauren também. Harry, você sabe que eu estou certa. Por favor, deixe-a ir.

—O que sugere, então? –Harry questionou. –Por que eu não fazer nada para que saia em liberdade sem um julgamento antes.

—Eu tenho uma ideia.

...

Ronald Weasley estava exausto. O corte em seu braço devido aos duelos da noite ainda estava dolorido, mas ele ia sobreviver. Entrou na antiga sala de Minerva e encontrou a garota loira amarrada em uma cadeira. Ela parecia aliviada e sem se importar com nada mais, não desde que lhe deram a notícia de que seu pai havia morrido.

Por incrível que pareça, Harry o considerou o único emocionalmente estável para ir até a garota, pelo menos naquele momento. A calma de Hermione era assustadora, Meg não parava de chorar, Blásio estava desolado, Luna estava visivelmente preocupada com a situação enquanto o casal Potter permanecia agindo estranho com todos ali, como se algo os incomodasse.

Nunca pensou que isso fosse acontecer, mas ele sentia falta de Draco, embora estivesse reagindo melhor do que todos os outros. Com um aceno de varinha o Weasley soltou a garota, deixando-a confusa.

—A partir de agora Evangeline Malfoy está morta, a identidade que assumiu para entrar nesse castelo passará a ser sua única. Nenhuma filha de Lucius Malfoy esteve infiltrada nesse castelo, não houve troca de identidades e se você ousar se aproximar de alguém dessa família mais uma vez, eu mesmo a mandarei para Azkaban, está me entendendo?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Na verdade não. –Ele soltou o ar, cansado quando ela se levantou.

—Tem sorte que Hermione é uma boa pessoa, se tivesse feito o que fez com qualquer outro não hesitariam em mandá-la pra lá. Estou torcendo muito para que ela esteja certa sobre você.

—Obrigada. –A loira agradeceu, surpresa.

—Está livre para ir. –Rony mandou e ela balançou a cabeça, saindo da sala ainda desacreditada.

O Weasley parou por um momento e respirou fundo, esperava mesmo que Hermione soubesse o que estava fazendo. Seguiu em direção a enfermaria, aonde sabia que ela estaria, assim como sua filha. A pequena garota de cabelos ruivos não havia saído do lado de Scorpius nem por um minuto, nem mesmo quando Madame Pomfrey quase a expulsou dizendo que ela precisava dormir.

Quando chegou, percebeu que sua esposa e os outros também estavam lá, mas do lado de fora. Rony andou até sua amiga, que estava próxima a porta com Lauren nos braços, brincando. Annia, Ronan e os outros estavam sentados em silêncio, aguardando notícias e James permanecia evitando a conversa com os pais.

—Mione?

—Sim? –Ela disse, andando até ele.

—Podemos conversar a sós?

—Claro. –Os dois então seguiram juntos até o fim do corredor, vazio já que todos os outros alunos haviam deixado o castelo.

—Fiz o que você pediu.

—Obrigada, Rony.

—Você tem certeza disso? –Ela balançou a cabeça assentindo.

—Não quero mandar uma criança para Azkaban. Ela tem a idade da Annia! Desde que ela fique longe de mim eu ficarei bem. –Falou. –Como os outros estão? Nenhum deles está falando comigo direito.

—Eles só estão preocupados com você.

—Eu disse que não precisam se preocupar, mas nenhum de vocês escuta o que eu digo. Eu estou bem, droga!

—Nós somos seus amigos, sabemos que está mentindo.

—Rony...

—Você não precisa fingir pra mim.

—Eu prometi a mim mesma que não choraria mais e não vou. Draco e Scorp não precisam das minhas lágrimas.

—Tem razão, eles não precisam, mas talvez você precise se permitir colocar tudo isso pra fora, não acha?

—Não. Ninguém sabe dizer a maldição de quem foi responsável pela morte de Lucius, mas não foi a do meu marido. O fato de que ele tentou quebrar o voto o deixou entre a vida e a morte e Scorpius... Ele simplesmente caiu diante de mim e eu não pude fazer nada porque ninguém sabe explicar o que diabos está acontecendo com ele, nem mesmo agora que ele está acordado. Eu não vou voltar para o lugar que eu estava quando perdi o Ben, não posso fazer isso com meus filhos de novo, especialmente porque não sei se consigo sair de lá de novo.

—Eles vão ficar bem, sei que vão. –Ela forçou um sorriso e ele a abraçou, beijando seu rosto antes de sair e ir até sua esposa e sua filha.

Ela respirou fundo, se esforçando para manter no controle. Não hesitou em descer até a câmara secreta quando soube dos acontecimentos e ao chegar lá nem mesmo a despedida que tiveram a preparou para o que encontrou. Haviam dois corpos boiando em toda aquela água e sua filha estava abraçada a um deles, chorando. Blásio parecia inconsolável, mas permaneceu quieto enquanto Ronan não sabia o que fazer ou dizer.

Ao ver Hermione, a garota soluçou, como fazia quando era criança e estava assustada por causa de algum pesadelo. Aquele, no entanto era bem real e nenhuma história antes de dormir o faria sumir. A senhora Malfoy andou até eles, envolvendo-os em seu abraço.

—Não chore, meu amor. –Ela pediu, acariciando o rosto da menina e secando as lágrimas.

—É minha culpa, mãe! –Soluçou. –E-ele...

—Não diga isso, Annia, não é culpa de ninguém. –Murmurou. –Seu pai fez o que tinha que fazer.

—Ele não precisava morrer! –Gritou.

—Você se machucou? –Hermione perguntou. –Annia, ele machucou você. –Ela não respondeu. - Ronan, pode levá-la até a enfermaria, por favor, querido?

—Claro, tia Hermione. –O loiro disse, ajudando a namorada a se levantar. Ela não protestou desta vez.

—Eles já foram? –Ela perguntou depois de um tempo.

—Já. –Blásio respondeu.

E então ela deixou suas lágrimas caírem. O pesadelo havia acabado finalmente, mas isso não mudava o fato de que Draco estava morto. Queria gritar, mas quando tentou não saiu nada além do silêncio, que era tão vazio quando o que ela estava sentindo por dentro. Hermione o apertou em seus braços, murmurando várias vezes o quanto o amava e implorando que ele voltasse, e ela achou que não seria possível. Mas estava enganada. Por mais fraco que fosse, ela sentiu a respiração dele contra sua pele e aquilo rapidamente acendeu a chama que queimava dentro dela.

—Ele está vivo. –Disse baixinho, surpresa.

—O que?

—Blás, me ajude aqui, ele está vivo! –Hermione disse mais alto quando uma risada de alívio e felicidade escapava de seus lábios. –Ele está vivo, Blás!

Eles o levaram rapidamente para a enfermaria. Lucius não havia tido a mesma sorte, no entanto, ele estava morto e todos cuidariam para que isso continuasse imutável. Andando de um lado para o outro e com as esperanças renovadas, Hermione esperava que Madame Pomfrey a chamasse para dizer como ele estava.

Até que Scorpius surgiu no corredor, acompanhado de Rose e Lily. As garotas faziam perguntas, mas ele se mantinha em silêncio, pelo menos até avistar sua mãe. Ele andou até ela com dificuldade e ela notou que ele estava pálido e suava, apesar de se encolher como se estivesse congelando.

—M-mãe... –Ele chamou, mas em seguida caiu diante dela.

Um puxão de cabelo de Lauren fez com que Hermione deixasse aqueles pensamentos e voltasse ao que estava diante de si, mesmo que fosse tão complicado quanto. Evangeline estava parada diante dela com um pedaço de papel em mãos e o malão ao seu lado.

—O que está fazendo aqui? –A senhora Malfoy perguntou, abraçando a bebê de maneira protetora e com a varinha preparada.

—Antes de ir embora eu queria conversar com você. –Ela disse, tímida.

—Nós não temos nada para conversar, com licença. –Hermione respondeu, dando as costas.

—Por favor, é importante. –Ela insistiu, fazendo-a parar.

—Você entende o quanto isso é difícil pra mim, não é? –A castanha se virou, olhando para ela. –Mesmo que não tenha escolhido participar, você estava lá quando todas aquelas coisas ruins aconteceram na minha família.

—Por que me deixou ir, então?

—Diferente de Lucius eu não sinto prazer algum em aterrorizar crianças.

—Por favor, você vai querer saber disso. –A loira murmurou. –Eu prometo que é a última vez que você vai me ver.

—Está tudo bem, Hermione? –Blásio perguntou, se aproximando e olhando para a garota com as sobrancelhas arqueadas e olhar ameaçador. –O que ainda está fazendo aqui?

—Diga. –A senhora Malfoy se entregando a curiosidade.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Peguei uma coisa que te pertence, acredito que agora seja seguro devolver. –Ela estendeu um papel. –Quando descobri que Lucius havia mentido sobre a morte da minha família eu fui atrás deles. Está na casa da minha irmã.

Zabini pegou o papel, dando uma rápida olhada no endereço. Sabia onde era, mas não tinha certeza se seria seguro ou se aquele era apenas mais uma última armação de Lucius, sua jogada final.

—Obrigada por não me mandar para Azkaban.

—Espero não vê-la novamente.

—Não vai.

Ela deu as costas e Hermione soltou o ar, aliviada. Blásio se aproximou e a puxou para um abraço em uma tentativa de confortá-la. Não deixaria que ela fosse até lá sozinha, se lembrava bem da promessa que fez ao seu amigo e nada o impediria de cumprir.

—Vai até lá? –Zabini perguntou.

—Eu não sei.

Sentados à espera de notícias estavam todos os filhos. Não havia nada a se fazer ou dizer, apenas esperar. Nina também estava na enfermaria, sendo cuidada por Madame Pomfrey devido ao veneno de basilisco mesmo que insistisse que já estava bem.

Gina e Harry se aproximaram do filho mais velho, aquilo não poderia esperar mais. Precisavam de respostas ou acabariam enlouquecendo.

—Podemos conversar? –A mãe dele perguntou e ele balançou a cabeça, soltando sua namorada.

Os três se afastaram um pouco dos outros. Ele ainda não sabia como reagir. Havia guardado para si por tanto tempo que a ideia de que agora seus pais sabiam o deixava em pânico. Sabia de quem seu pai havia herdado aquela habilidade, e por muito tempo se perguntou se o Lorde das Trevas havia algo a ver com aquilo, mas nunca havia encontrado uma resposta.

—Por que só estamos sabendo agora que você é um ofidioglota? –Harry questionou, com as sobrancelhas arqueadas.

—Não achei que fosse importante. –Mentiu.

—É claro que é importante, James Sirius. –A ruiva cruzou os braços. –Mais alguém sabe disso?

—Albus. –Respondeu, baixo. Não queria envolver seu irmão na confusão, mas achou melhor contar a verdade. –Eu pedi que ele não contasse.

—Por quê?

—Eu não sei, mãe, eu só não sabia como vocês reagiriam a notícia e não estava nem um pouco afim de descobrir. –Ele disse, olhando bem para os pais. –Pai, eu sei que você derrotou Voldemort e mãe, eu sei que você estava lá, mas eu também sei que ter as mesmas habilidades que ele não significa boa coisa. Eu só não queria que me olhassem como se olham toda vez que alguém fala o nome dele.

—James, você não tem nada a ver com Voldemort.

—Aparentemente tenho sim. –Ele rebateu o pai.

—Querido, ele não é o único bruxo capaz de falar com as cobras. –Gina disse.

—Mas tenho certeza que é o primeiro que pensam quando escutam.

—O fato de você ter essa habilidade não mudará nunca como nos sentimos em relação a você.

—Seu pai está certo. Nós te amamos, querido, mas nunca mais esconda nada de nós, está entendendo?

—É, eu entendi, Gina Potter. –O garoto respondeu, sorrindo e puxando os dois para um abraço.

...

—Trouxe pra você. –Ronan disse entregando a namorada um copo de suco de abóbora, mas ela não parecia ter vontade nenhuma de beber. –Por favor, meu amor, não pode ficar com o estomago vazio.

—Eu não consigo. –Ela murmurou, baixo. Sentia seu corpo pesado e suas lágrimas não caiam mais. Até falar estava exigindo um grande esforço. Tudo o que ela queria era ir embora, desaparecer porque, mesmo que todos insistissem que não, ela sabia que talvez aquilo não teria acontecido se ela não o tivesse procurado em primeiro lugar.

—Eles vão ficar bem, sei que vão. –Ele disse, baixinho. –E você precisa estar bem para quando seu pai acordar.

Atraindo toda a atenção para a porta da enfermaria, Madame Pomfrey apareceu. Todos se levantaram, ansiosos para ouvir o que ela diria e torcendo para que fossem boas notícias. Aquele momento durou quase uma eternidade para aqueles que estavam lá esperando.

—Ele acordou. –Ela disse e todos soltaram o ar, aliviados. Hermione sorriu e Annia rapidamente foi abraçá-la, enquanto os outros comemoravam.

—Eu sabia que seu pai não nos deixaria sem uma boa luta antes. –A senhora Malfoy murmurou, abraçando as filhas e beijando o rosto das duas. –Nós estamos bem! Todos nós estamos bem!

—Eu disse que ele conseguiria. –Luna sorriu, abraçando o marido, que tinha lágrimas de felicidade nos olhos. –Agora vocês, por favor, parem com aquela briga besta.

—Oh, eu vou brigar com ele. –Blásio disse, abraçando a esposa. –Mas dessa vez será para ele aprender que nunca mais vai fazer uma maluquice dessas.

—O senhor Malfoy ainda está se recuperando então não posso deixar que vocês entrem. Acabei de dar uma poção que vai deixá-lo um tanto sonolento. Sei que estão muito preocupados então vou deixar que um de vocês entre.

—Eu acho que a Annia deve ir. –Hermione falou, soltando a filha.

—Tem certeza? –A menina perguntou. Embora estivesse morrendo de vontade de ver o pai, sabia que sua mãe também estava, mas a morena balançou a cabeça assentindo enquanto secava as lágrimas.

—Você ouviu, querida? O papai está bem! –Ela murmurou para a pequena Lauren, que estava agitada estendendo os bracinhos para sua tia Meg. As duas riram e Annia seguiu a enfermeira, entrando na sala.

Havia passado todas aquelas horas esperando pelo pai pensando em diversas coisas que gostaria de dizer a ele caso ele acordasse, mas naquele momento todas elas pareciam ter sumido de sua cabeça. As pernas dela estavam tremulas e ela seguiu até a última cama com dificuldade, passando por um Scorpius adormecido e uma Nina entediada. A ruiva sorriu para a amiga, encorajando-a.

Quando Draco finalmente viu sua garotinha, um sorriso surgiu em seus lábios e conforme ela se aproximava as lágrimas voltavam a cair. Annia não disse nada, apenas se apressou em direção a ele, sentando-se ao seu lado e se inclinando para abraçá-lo.

—Me desculpe, pai... –Ela chorou enquanto ele acariciava seus cabelos. –Foi tudo minha culpa... Eu não queria que você... Eu pensei que você tivesse morrido e... Eu não queria que a mamãe...!

—Ei, moreninha, eu não quero você chorando. –Ele pediu, segurando o rosto dela e a olhando com um sorriso. Era visível o quanto ele estava se esforçando apenas para se manter firme para que aquela conversa acontecesse, mas ele não se importava. Não queria descansar, teria tempo o suficiente para fazer isso depois! Queria falar com sua família, seus amigos e ver a expressão de alívio no rosto deles porque agora não havia mais nenhuma ameaça aquela família. –Em primeiro lugar, nada disso foi sua culpa, embora isso não mude o fato de que você e seus amigos ainda ouvirão uma bronca das boas. Em segundo lugar, eu não morri e não pretendo morrer tão cedo e em terceiro, mas não menos importante, sua mãe está bem.

—Ela não aguentaria perder você também.

—Não há nada que aquela mulher não aguente. –Ele murmurou, soltando uma risada. Annia levantou seus olhos acinzentados para o pai. –Sua mãe é a mulher mais incrível e forte que eu já conheci e fico muito feliz, embora preocupado, com o fato de que você está cada vez mais parecida com ela.

—Como pode dizer isso, papai? –Ela perguntou, baixo. –Eu fiz uma bagunça.

—Mas nós estamos livres agora, não é? –Draco arqueou as sobrancelhas e então mudou de assunto, para um mais agradável. –Eu acho que você e Ronan formam um ótimo casal.

—Sério? –Ela riu, secando as lágrimas. –Não acha mais estranho que ele seja seu afilhado?

—Por incrível que pareça o Zabini soube como educar aquele moleque.

—E você e o tio Blás?

—Mesmo que eu me esforce não consigo ficar sem aquele imbecil, então acho que não tenho outra escolha se não acabar com essa briga idiota.

—Nós todos agradecemos. –Ele revirou os olhos e ela percebeu o grande esforço que ele estava fazendo para parecer bem diante dela. –Eu acho melhor deixar você descansar.

—Não, fica. –Draco pediu, segurando a mão dela. –Se importa de continuar falando até eu pegar no sono?

—Nem um pouco. –Ela sorriu e começou a contar sobre o seu relacionamento com Ronan e o que andava acontecendo em Hogwarts até que ele finalmente se entregou ao sono.

Com um sorriso no rosto.