Ele voltou?

Estamos a caminho


Uma única casa em meio a uma imensidão.

O som de um rádio antigo, e do vento que soprava levemente e batia nas janelas de vidro ralado e empoeirado de areia.

Aquele chão de madeira velha, quebrado em alguns pontos, fazia um barulho de dar arrepios.

Nas narinas, o cheiro de cigarro e sujeira.

No coração, um medo.

Teresa acabara de acordar nesse lugar desconhecido e sombrio.

Em sua barriga, seu filho não parava de chutar, sentindo o mesmo medo da mãe.

– Calma, amorzinho. Vamos ficar bem – ela sussurrava para o bebê – O papai já deve estar vindo tirar a gente daqui.

E, não muito distante dali, Patrick dirigia em uma velocidade alucinante, enquanto tentava não pensar em todas as piores coisas que podiam acontecer com Teresa.

– Patrick – chamou Cho – Pare o carro.

– O que foi?

– Pare o carro! – gritou

Assim que o carro parou, Cho saiu apressado até uma placa de sinalização que eles haviam ultrapassado. Patrick o seguiu, curioso e impaciente.

Cho retirou de lá um papel meio dobrado e amassado.

“Então você ainda se lembra de mim.

Estou com saudades.

Como você se sente sabendo que verá um fantasma?

Ah... Muito bom me reencontrar com sua esposa.”

– Reencontrar? – Patrick repetiu – Isso não é possível!

– O que ele quer dizer com isso? – indagou Cho

– Quer dizer que, quem quer que esteja por trás disso, já o conhecemos – Jane suava frio – Será que Red John ainda...

– Não é possível, Jane. Você matou ele.

– Mas e se...

– Melhor pensarmos nos suspeitos no carro. Estamos perdendo tempo.

– Tem razão, vamos.

Cho foi dirigindo desta vez. Patrick indicava o caminho pelo qual deveriam seguir.

Chegaram no final da rua, onde a casa que Patrick e seu irmão gêmeo moraram ficava, mas não havia nada ali.

Ao longe, porém, Patrick e Cho avistaram uma pequena casa de madeira, velha.

– Deve ser ali – disse Patrick – Não vejo a hora de acabar com esse desgraçado!

Eles seguiram até a casa e quanto mais perto chegavam, mais temiam o que encontrariam lá dentro.

Enquanto isso, na sede do FBI de Austin, Abbot e Kim, junto ao resto da equipe, investigavam os possíveis suspeitos, segundo as atualizações que Cho e Patrick os haviam passado.

– Kim, prepare um time e se junte na busca por Teresa no endereço que Cho passou.

– Wylie, cheque esses últimos dois suspeitos, veja o que eles faziam na hora do sequestro e também o que estão fazendo agora.

– Chefe? – um dos agentes do FBI, John, chamou-o

– Sim?

– Wylie não veio trabalhar hoje. Disse que era aniversário do pai, há duas semanas atrás, e o senhor deu o dia de folga para ele.

– Então quero que você assuma as tarefas dele por hoje.

– Sim, senhor – e ele correu para obedecer as ordens do chefe.

Abbot entrou em sua sala, trancou a porta e fechou todas as cortinas persianas, impedindo que as pessoas vissem o que ele fazia ali dentro.

Em seguida, abriu um dos armários de arquivos que possuía e retirou de lá uma ficha, para conferir alguns dados.

Como se ele tivesse visto um fantasma, ele guardou a ficha de volta em seu lugar e, de apressado que estava, deixou alguns papéis caírem no chão.

Pegou o telefone de seu bolso e saiu em disparada para o elevador.

– Kim! – ele disse – Onde você está?

– Estou saindo do estacionamento do FBI com a equipe tática

– Me espere, eu vou com vocês.

– Ok – ela respondeu e fez um sinal para que eles parassem o carro – Aconteceu alguma coisa, chefe?

– Aconteceu – ele respondeu ofegante – Já sei quem sequestrou Lisbon.