You got Something I need
Capítulo 21
A visita do pai de Jane ontem foi uma grande surpresa, e sei que a deixou muito abalada, e eu não sabia como ajudar, ainda não sei. Ela está melhor que antes, já havia parado de chorar, mas não tocava no assunto.
Estávamos deitadas e abraçadas na cama, Jane ainda estava dormindo, eu estava acordada há algum tempo, mas não queria levantar, ela estava tão calma e em paz. Infelizmente fomos acordada para serviço em pleno domingo.
Tateei o criado mudo em busca de meu celular, Jane fez o mesmo.
– Rizzoli... Estamos indo – Disse Jane, com a voz sonolenta.
– Isles... Chego aí o mais rápido possível. – Desligamos.
– Eu queria dormir! – Resmungou Jane.
– Anda, temos alguns minutos para nos arrumar.
Nos levantamos, tomamos banho e fomos para a cena do crime, lá encontramos Korsak, Frost, Frankie e mais alguns policiais.
– O que temos aqui? – Falou Jane.
– A vítima aparenta ter 10 anos, menino, sinais de abusos, múltiplos ferimentos no osso occipital e parietal... – Fiz uma pausa pra respirar.
Odeio quando são crianças, elas são tão inocentes.
Jane botou a mão no meu ombro e disse:
– Levante, eu sei como é. – Disse calmamente.
Me levantei.
– Frankie, achou alguma coisa que possa ser a arma do crime?
– Não, mas só deu tempo de olhar essa quadra.
– Ta bem, dê mais uma olhada, Maur? Tudo bem?
– Uhum. – Consenti. – Podem levar o corpo.
Depois que Jane deu uma olhada no local, fomos para o departamento, mas antes de começarmos o serviço, fomos comer alguma coisa na lanchonete, sentamos em uma mesa qualquer e esperamos Angela nos atender, mas a mesma não apareceu.
– Onde sua mãe está? – Perguntei.
– Ela saiu, até me mandou uma mensagem hoje cedo avisando, mas não sei onde foi.
– O que ela disse?
– Ela disse que iria resolver alguns problemas.
– Espero que não sejam financeiros.
Comemos alguns waffles e fomos ao trabalho.
*****
POV. Angela
Jane já me falou várias e várias vezes para eu não me intrometer na vida dela, mas não posso evitar, ela é minha filha, é um fruto meu, tenho que protegê-la e cuidar dela não importa se já é adulta ou não, sou assim com todos os meus filhos, trato eles como crianças porque pra mim, eles ainda são crianças, eu sou uma mãe, todas as mães são assim. E como mãe, tenho que defender e proteger meus filhos, é isso que estou fazendo, protegendo e defendendo.
Entrei o quintal da casa e toquei a campainha na esperança de alguém atender. Eu estava mais furiosa que Jane quando é acordada de manhã.
Estava prestes a tocar a campainha de novo, mas senti alguém abrir a porta.
– Angela... – Frank ficou surpreso. – O que faz aqui?
– Conversar. Posso entrar? – Disse com um tom firme.
– Claro, por favor. – Abriu espaço para eu passar.
Aquela casa era bonita por fora, mas por dentro... Era pior que o apartamento antigo de Jane.
– Desculpe a bagunça, não estava esperando por visitas.
– Não me importo. Frank eu vim aqui falar sobre... – Fui interrompida.
– Jane, você veio aqui falar sobre Jane não veio?
– Sim, Frank... – Mais uma vez interrompida.
– Por que você não pode cuidar de sua vida? Jane já é bem grandinha, e eu já falei com ela, não tenho nada a falar com você.
– Mas eu tenho Frank, você é a pessoa mais idiota, estúpida e repugnante que eu conheço. Como você pôde falar aquilo tudo para a nossa, sua, minha filha?! Você me enoja Frank, não acredito que um dia eu te chamei de “marido”. Você tem idéia de como você fez Jane sofrer? E não só Jane, mas Maura e eu também. Você já foi um bom homem Frank, mas agora, vendo as coisas que você fez e falou pra mim e pra Jane, eu mal consigo ficar ao seu lado, olhar pra sua cara, você se tornou alguém que eu não conheço, pois o Frank que eu conhecia era aquele do começo do meu casamento, mas ele foi mudando aos poucos, e acabou assim. – Apontou para Frank dos pés a cabeça. – Você realmente vai estragar o seu relacionamento com nossa filha, um relacionamento que já não era bom, agora você conseguiu arruinar de vez, mas tem uma pequena chance de que você possa concertar. – Pegou a bolsa e foi até a porta. – Pense nisso Frank. – Saiu sem o deixar falar.
*****
Já havíamos falado com os pais sobre o assassinato do filho deles, não tínhamos muitos suspeitos, afinal, quem mataria uma criança de 10 anos? Maura já havia terminado a segunda autópsia, e minha mãe ainda não tinha chego, estava começando a ficar preocupada, mas depois da décima ligação ela atendeu.
– Ma? Finalmente você deu sinal de vida!
– O que houve?
– Como assim “o que houve?” você tinha sumido.
– Eu fui visitar uma amiga doente, mas já estou voltando. Agradeço sua preocupação filha.
– Ah, tudo bem, por que não avisou?
– Eu avisei que iria resolver um problema, eu resolvi, passei na casa dessa minha amiga e fiquei um pouco ao lado dela.
– Sua voz está estranha ma, você está mentindo, o que houve? Está tendo problemas financeiros? Eu posso ajudar.
– Jane, não se preocupe okay? Você vai ver.
– Okay, tchau ma... – Desliguei.
Ela estava me escondendo algo, eu respeito a privacidade dela, mas acho que usar a desculpa da amiga doente é de mais, mas ela deve ter um motivo, então não vou forçar a barra.
O tempo foi passando no departamento, e no fim do dia, achamos o assassino do menino, como um pai mata o próprio filho? Nem consigo pensar nisso. Com o fim do dia, veio o fim do serviço, fui para casa com Maura, jantamos, deitamos na cama e ficamos conversando sobre nosso futuro.
– Então Jane, eu queria muito te perguntar uma coisa, na verdade, a gente já tocou no assunto, mas agora é diferente e... – Ela estava falando muito rápido, então eu a interrompi.
– Maur, o que foi? Pode perguntar. – Sorri.
– Quando você pensa no nosso futuro, você imagina... Crianças?
– Claro Maur, se tem alguém com quem eu quero ter filhos, é você.
– Eu tive medo de perguntar, por causa de... Você sabe... Do Casey e do bebê que você perdeu.
– Maura esse assunto me incomodou um tempo, mas agora eu posso falar sobre ele, pelo menos com você eu consigo.
– Jane, quando vamos marcar a data do casamento?
– O mais cedo possível.
– O que aconteceu com sua mãe?
– Eu estou me sentindo num interrogatório. Pra quê tantas perguntas?
– Desculpe, gosto de conversar com você. – Deito a cabeça no meu peito.
– Eu também meu amor. – Beijei o topo da cabeça dela.
Maura pegou minha mão junto com a mão dela e ficamos admirando os anéis.
– São lindas. – Falei.
– Você é linda.
Fiz um som de nojo.
– Isso soou muito gay Maura! – Rimos.
Conversamos mais um pouco sobre nosso casamento, e Maura se empolgou e começou a planejar tudo, quando vi que ela não iria parar de falar apertei ela contra mim e disse:
– Deu de falar, durma bonequinha.
– Bonequinha?
– É. Você é igual a aquelas bonecas que você aperta na barriga e depois não param de falar.
– Está sugerindo que eu sou irritante? – Me olhou ameaçadora.
– Não, você é adorável, um amor de pessoa, linda, e muito esperta, mas fala pelos cotovelos.
– Isso não faz sentido, eu falo pela boca.
– Exatamente!
Quando eu respondo Maura assim (-Exatamente!) Não tenho que explicar, e ela fica pensativa, gosto de confundi-la, ela é um geniozinho meio burro. Ela ficou ali, pensando por algum tempo, abracei ela de novo e ela dormiu, ambas dormimos.
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