Under covers

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Scorpius gostava de passar os dedos pelas pequenas sardas na pele dela, desenhando constelações que somente ele conseguia identificar. Esse padrão parece um urso, ele dizia. Outras vezes, suspirava: veja, Rosie, achei um hipogrifo! Ela achava engraçado ele só encontrar animais em sua pele.

Quando Rose se virava para encarar aqueles olhos cinzentos delineando formas por seu corpo, seu coração se comprimia de uma forma tão boa que ela quase sentia os olhos vazarem lágrimas de contentamento, alívio e emoção. De vez em quando, Rose não acreditava ser tão sortuda a ponto de ter Scorpius Malfoy deitado ao lado dela na cama.

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Quase sempre, ele percebia quando a respiração dela ficava presa nos pulmões, querendo sair, mas impossibilitada pela emoção que a comovia enquanto ele se deslumbrava em suas constelações imaginárias.

Scorpius então levantaria seus olhos como o céu nublado do lado de fora para ela, buscando nos azuis como o céu límpido que mais tarde surgiria aquilo que os dois sabiam estar refletido em suas almas.

O contentamento, o alívio, a emoção e o amor.

Naqueles momentos, Rose geralmente pensava em como gostaria de permanecer na cama pelo resto do dia, do ano, da vida. Traçava as linhas retas e os ângulos curvos dos braços e pescoço dele, sentindo a musculatura firme e delicada do abdômen debaixo de seus dedos. Um pensamento egoísta costumava surgir na cabeça dela, praticamente impossível de se conter: meu.

Uma palavras, três letras.

Tão simples quanto a mais pura canção de ninar.

Borboletas no estômago já não seriam mais capazes de corresponder à tudo o que ela sentia quando estava deitada ao lado dele enquanto o dia clareava. O quarto ficava cada vez mais iluminado, preenchido de luz, as visões deles tendo que se acostumar com o excesso deles mesmos.

Eles não se importavam.

Scorpius gostava de levar suas mãos até o rosto de Rose e pressionar os dedos suavemente contra os lábios dela, fazendo um carinho suave que a deixava com as pálpebras pesadas e um sorriso leve. Ele sorria, soltava uma pequena risada e ela abria os olhos novamente.

Não queria perder um instante daqueles momentos deles.

E ela jurava que podia ver, naqueles olhos nublados que tanto adorava, que ele quase gritava a mesma palavra que cada batida de seu coração repetia: minha.

Rose levava a própria mão até o peito dele, sentindo as batidas retumbantes com a ponta de seus dedos. Era um ritmo quase frenético, que a acordava nas manhãs e a embalava nas noites, cada bombear de sangue ressoando minha, minha, minha.

E então ela colocava os lábios próximos ao ouvido dele e ele sentia seus longos cabelos ruivos roçarem sua bochecha e maxilar, fazendo cócegas em lugares que Scorpius jamais sentira, e murmurava: você é meu, meu, meu.

Era praticamente impossível resistir.

Quando, depois, Scorpius voltava a traçar as constelações na pela dela, sussurrando quais eram suas novas descobertas, Rose finalmente conseguia fechar os olhos. Não sonhava. Tudo o que ela sempre quis já estava ao seu lado na cama.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.