POV Lily:

Eu precisaria de um momento para assimilar aquilo tudo. Eu entrei na biblioteca para procurar um livro de Feitiços, e quando cruzo uma bancada entupida de livros, quase caio no chão. Sirius Black, Peter Pettigrew, James Potter e Remus Lupin soterrados em enormes livros antigos. Logo que me viu, meu namorado (Merlin, eu adorava como isso soava! ) veio correndo em minha direção, com um sorriso que mal cabia em seu rosto.

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– Lily! Então, Sirius e eu estávamos pensando que Hogwarts está carente de uma festa, sabe? E como a próxima festa é só no Natal, viemos ver se achávamos alguma antiga celebração que valesse a pena, ou algo do tipo. E adivinhe! Achamos!

– Espera. Vocês vieram até a biblioteca para buscar um motivo para uma festa? – Ri. Era bem a cara deles. – Bom, em Outubro os trouxas celebram várias coisas, mas nunca ouvi nada que fosse celebrada no mundo bruxo também....

– Exatamente! Tem uma época do ano na qual os trouxas saem por aí nas ruas fantasiados, e pedem doces ou algo assim. Nunca entendi bem o por que, até que achei esse livro aqui. – Disse ele, apontando para o livro que tinha em suas mãos. – Diz que teve uma época na qual alguns povos trouxas sabiam de nossa existência e nos consideravam criaturas míticas “superiores”. Fora que nós realmente nos considerávamos superiores, e por isso vários bruxos faziam algumas coisas realmente malvadas com aquelas pessoas.... Enfim, os trouxas se fantasiavam de bruxos e realizavam tributos à nós, para evitar maldições!

– E o que exatamente você quer celebrar? A Época na qual Éramos Superiores?

– Não... Lupin deu a ideia de fazer uma festa do Orgulho Bruxo, ou sei lá. Só sei que vai sera melhor festa que essa escola já viu!

– E vocês pretendem conseguir apoio dos professores? James.... Você sabe que isso pode dar encrenca.

– Relaxa, Lily! Só falta achar um lugar. – Disse ele, piscando para mim.

Sorri, e depois de guardarmos os livros, saímos da biblioteca até o jardim. Sirius saiu de fininho, olhando para nós com um olhar malicioso e sugestivo. Dorcas nos encontrou no meio do caminho, e vi suas bochechas ficarem vermelhas como seu cachecol da Grifinória. Lupin ficou da mesma cor, o que ressaltou as cicatrizes que possuía. Ele olhou para baixo, sorrindo.

Enquanto íamos até os portões, vimos Lenne e Sirius se agarrando (Provavelmente, era mais do que isso, mas relevei o fato porque sabia que estavam apaixonados.). Rimos, e apenas continuamos andando, eu de mãos entrelaçadas com James, Dorcas e Lupin tão constrangidos que “vergonha” era pouco para definir. O que me entristecia era ver Peter sozinho, mas feliz em saber que todos ao seu redor estavam apaixonados. Naquele momento, mais do que nunca, quis achar alguém para ele, alguém que pudesse fazê-lo feliz.

E eu acharia.

☍☍☍☍☍☍☍☍☍

POV Narcissa:

Era difícil. Me diziam que eu era da “Casa Má”, ou má eu mesma, durante todos esses anos. Vaiam nosso time de Quadribol. Todos eram convidados para sair e ir às festas, menos nós. Quer dizer, eu tinha muito orgulho de minha casa, éramos puros, nobres, inteligentes, determinados... Mas por que apenas a Lufa-Lufa é realmente condescendente conosco?

Foi quando ouvi falarem entre as pessoas do sétimo ano. Sobre uma família na qual ninguém é mau ou sem valor. Na qual vingaríamos o mal cometido contra nós. Teríamos a oportunidade de sermos queridos e poderosos, ao invés de reclusos. Ouvia todos falando de como lá todos são aceitos e bem-vindos, seguindo o bruxo mais poderoso que o mundo já viu. Aquelas pessoas são as pessoas com as quais eu cresci, as quais sabem o que é pertencer à Sonserina.

Ser uma Comensal da Morte não me parecia tão ruim agora.

☍☍☍☍☍☍☍☍☍

POV Dorcas:

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O Sol refletia nos cabelos dele, e os olhos âmbar que eu tanto amava brilhavam, deitado no chão do jardim.... Merlin, espere um minuto. O que eu estava fazendo? Delirando, só pode. Eu sei que quando quero algo, eu consigo. Mas Remus John Lupin? Ele era tão diferente (Fora que eu já me acostumara a ser a solteira do grupo, junto com Peter e ele). Mas tem algo realmente profundo nele, aquelas marcas estranhas dele revelam quem ele realmente é. E eu nunca vi alguém que mostra seu passado pelo seu corpo.

Mas quem sabe essa era a questão. Eu não sabia qual era esse passado. Eu precisava conhecer Lupin, até eu saber diferenciar paixonite de paixão. Mas era impossível achar ele sozinho, o que realmente dificultava a parte de conhecer ele.

E eles estavam planejando uma festa! Eu amo esses meninos! O que é melhor do que uma festa, e ainda por cima, uma festa secreta? Quem sabe Lily e James cuidassem de um setor, Sirius e Lenne de outro, e eu e Lupin de algum também? Eu sou uma gênia!

– Gente, não seria mais fácil organizar a festa de vocês por partes? - Perguntei.

– Como assim, Doe? - Lily indagou, curiosa.

– Oras, por partes! Nos dividimos em duplas e cada dupla cuida de algo. Tipo, sei lá, comida, decoração, música... Vocês pretendem organizar tudo sozinhos, de certo? - Disse, olhando significativamente para Lily. Acho que ela estava começando a entender, mas nunca contei para ninguém sobre Lupin. Quer dizer, não era nem oficial nem nada.

– Ótimo! Lily, você por algum acaso tem uma dupla? - Disse James, abraçando os ombros de Lily.

– Não, James, eu não tenho. - Disse ela, beijando o namorado.

– Eles têm guelras ou algo assim? Como eles respiram? - Disse Lupin, em um sussuro alto, olhando para mim e sorrindo.

Todos riram, e começamos a separar as duplas. Decidimos que Sirius iria querer ficar com Lenne, e Lily disse, sugestiva:

– Dorcas, você e Lupin podiam ficar na mesma dupla, não?

Eu e Remus nos entreolhamos, e fizemos que sim. Droga, minhas bochechas estavam tão quentes que Lily poderia ferver uma poção ali.

– E você, Peter? Com quem você quer ir? - James perguntou.

– Por mim, tanto faz. Não quero ficar de vela não! - Gargalhou Pettigrew, inclinando a cabeça para trás. No fundo, acho que sabia que ele se sentia deslocado, solteiro em meio a todos os apaixonados ali. Me senti mal por ele, e tentei me concentrar em pensar em qualquer garota que fosse legal para ele.

– Que tal Emmeline Vance? Ela parece legal, e às vezes vem falar com a gente! - Sugeri. Lembrei dela porque era sempre muito simpática com qualquer um, e muito inteligente também. Gostava dela, apesar de quase nunca falar com ela.

– Tudo bem! - Disse Peter, claramente feliz por não ficar sozinho.

Discutimos sobre a festa, como seria, o que teria e quem chamaríamos. Decidimos convidar alunos da Corvinal e da Lufa-Lufa, além da nossa própria casa. Os marotos pretendiam contrabandear algumas bebidas para a festa, então teríamos de discutir sobre alunos mais novos entrando. Lily não parava de nos contar sobre como era o Helomoon (Ou seria Halowoon? Ah, sim! Halloween!), uma tradição trouxa. Decidimos pegar alguns aspectos do Halloween e do mundo bruxo, combinando os dois. Só faltava decidir com Sirius e Lenne o que cada dupla faria.

– Lily, podemos ficar com as bebidas?

– Nem pense! Vamos na decoração!

– Ah, Lils, por favor! - Choramingou James, fazendo uma carinha triste.

Rimos da discussão boba deles e mudamos de assunto, deixando a festa um pouco de lado. Ah, essa festa prometia.

Se prometia.

☍☍☍☍☍☍☍☍☍

POV Severus:

Sentia falta das conversas, de como ela deixava minha vida mais doce. Ouvia a voz dela enquanto dormia, e era difícil resistir à tentação de pensar em seu cabelo. E de queda em queda, a memória de nossa amizade ficava mais impossível ainda de esquecer.

Era uma tortura ver Lily andando pelos corredores abraçadas com Potter. Eu sabia todas as coisas que a faziam ser quem era, seu passado, e eu aposto que ele não sabia nem metade disso. Eu tendia a ser inseguro, mas ele era simplesmente desprezível. O que me salvava a cada dia era ver que ela estava feliz, ao menos. Minhas notas pioraram, e não conseguia me concentrar em aula alguma. Eu precisava falar com ela. Mais do que tudo, queria nossa amizade de volta.

Vi-a voltando dos jardins com seu novo namorado, e quando ela saiu em direção à sala de McGonagall, abordei-a.

– Lily, eu preciso falar com você.

– Sev? O que está fazendo, falando com uma sangue-ruim nojenta? - Respondeu ela, com o rosto vermelho de raiva, mas levemente surpreso. Vi que quando ela me chamou de Sev, ela lembrava de nossa amizade.

– Lily, eu sinto muito mesmo, eu não quis dizer nada daquilo. Eu sinto sua falta, e quero que as coisas voltem ao normal. Por favor, eu sei que eu errei. Mas isso não significa que não possa acertar as coisas.

– Ah, Severus... - Sussurrou ela. - Eu te perdoo. Mas acho que nada será como antes, entende? Quer dizer... Podemos continuar a nos falar, mas aquilo tudo simplesmente desmoronou.

Eu sabia que ela estava certa. Ainda sentia um ar estranho, um certo constrangimento que sabia que ela sentia também.

– Quem sabe, bom... Você pode me ajudar em poções. Vou estar perto de você, e vai ser suficiente. - Murmurei a última frase em um tom inaudível, e esperava que ela não tivesse percebido nada.

– Bom... Acho que pode ser. – Ela sorriu, e com um aceno, se despediu e entrou na sala da professora.

Com o vislumbre que tive de seus cachos ruivos balançando, me imaginei no lugar de James. Abraçando-a, e fazendo-a feliz. Eu não me importava de ser excluído, ou das provocações. Eu só queria poder amar Lily Evans, e se dependesse de mim, ela seria amada para sempre.

Me despertei para a realidade quando jogaram um livro em minha cabeça.

☍☍☍☍☍☍☍☍☍

POV Lily:

Era bom saber que Severus ainda se importava. Eu sabia que ele tinha um bom coração, mas nunca seria o mesmo. Quando olhava para seus olhos escuros, não podia evitar e revivia todas as palavras horríveis que ele me disse. Quando seus lábios finos falavam, mal conseguia me concentrar, e só pensava na palavra sangue-ruim.

Mas estudar seria diferente. Sabia que Severus preferia a prática de feitiços, e a Defesa Contra as Artes das Trevas, e tinha notas razoáveis em poções. Ao menos, eu poderia recuperar os pedacinhos da nossa amizade, um por um.

.....................

Vi James andando pelos corredores, e cutuquei seu ombro, esticando meu braço, na pontinha dos pés. Ele era realmente muito alto.

Ele olhou para mim, e seus olhos ficaram brilhantes. Mudou sua mala de posição, e me abraçou, me levantando do chão e me deixando sem ar.

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– Potter, eu preciso falar com você. – Disse, sorrindo. – Na verdade, tenho que te mostrar uma coisa.

Ele sorriu, e eu peguei sua mão, correndo até o destino que eu queria. Ele empurrava ocasionalmente algumas pessoas, mas sem largar minha mão.

Guiei-o até o sétimo antar, no corredor esquerdo. Vi o olhar divertido e confuso em seu rosto, e comecei a explicar o que ele estava fazendo ali.

– James, conversei com a professora McGonagall, e acho que sei um lugar para nossa festa, e ...

– Espera! Você contou sobre a festa para professora?

– Claro que não! Só disse que a Sala Comunal e os Dormitórios estavam muito barulhentos para estudar, e a biblioteca também. Ela disse que os Elfos Domésticos sabem de um lugar chamado de Sala Precisa. Ela só aparece para quem realmente precisa, e não aparece em mapa algum. – A cada palavra, ele se maravilhava. Conseguia quase prever que ele e os marotos usariam muito essa sala.

– Lily, isso é simplesmente genial! Mas... Como vou saber onde a sala é?

Parei em frente à parede, e pensei no que queria. Não um lugar para uma festa, mas uma sala confortável. A porta se materializou em nossa frente, suas várias curvas se desdobrando diante de nossos olhos.

Abrimos a enorme porta, e vi exatamente o que tinha imaginado: Uma sala com um sofá e um violão. James logo correu para o instrumento, curioso. Ele não fazia ideia para que aquilo servia, e eu apenas ri e fechei a porta.

– Se chama violão, James. – Ri, enquanto ele segurava-o nas mãos, de cabeça para baixo. – Em Hogwarts, aparelhos trouxas não funcionam, mas fiquei curiosa para ser se isso funcionaria, já que é manual... Enfim, trouxas usam isso para fazer música, e meu pai me ensinou a tocar, enquanto minha mãe ensinava Petúnia a se arrumar e passar maquiagem.

– Como é seu pai? Sua família? E como alguém consegue fazer música com isso?

– Bom, meus pais são realmente muito amorosos comigo e com Petúnia, mas minha irmã não gosta de mim. Desde que descobriu que sou uma bruxa, ela insiste em dizer que sou uma aberração, mas tem um bom coração, eu juro. Algum dia eu te conto mais sobre eles, mas sente aí que eu quero te mostrar uma coisa.

Ele me olhou, enquanto eu segurava o violão. Ele fizera um pedido de desculpas lindo para mim, e eu acreditava na igualdade entre homem e mulher. Eu queria fazer algo que demonstrasse o que eu sentisse por ele, do mesmo jeito que ele fez comigo. Comecei a tocar os primeiros acordes, e James quase babou, boquiaberto. Contive minha risada, e continuei.

[N/A: POR FAVOR, OUÇA A MÚSICA MINE, NA VERSÃO DO GLEE. É a música que a Lily canta agora, e imaginei exatamente na versão do Glee. Vale a pena, e ajuda a imaginar ela cantando. Vou colocar aqui os trechos mais importantes, mas confiram a música inteira. VALE A PENA!]

(...)

I say "Can you believe it? "

As we're lying on a couch

The moment I could see it

Yes yes I can see it now

Fui cantando, e os olhos de James estavam maravilhados. Cantava e lembrava de cada momento nosso a cada verso.

Do you remember we were sitting there by the water

You put your arm around me for the first time

You made a rebel out of a careless man's

careful daughter

You are the best thing that's ever been mine

(…)

And I remember that fight, 2: 30 A. M

When everything was slipping right out of my hands

And I ran out crying and you followed me out into the street

Bellatrix, o beijo dele… Tudo passou como um borrão em minha mente. Tudo tão distante, tão longe…

Braced myself for the goodbye

Cause that's all I've ever known

And you took me by surprised

You said "I'll never leave you alone"



You said

"I remember how we felt sitting by the water

And every time I look at you is like the first time

I fell in love with a careless man's careful daughter

She is the best thing that's ever been mine"

(…)

Quando cantei o ultimo verso em um tom baixo, olhei para ele. James sorria, com os cotovelos apoiados em seus joelhos, sustentando seu queixo. Ele colocou o violão no chão com cuidado, e me tomou em seus braços, me beijando.

– Eu te amo tanto, Lily. – Disse ele, em meio aos beijos, respirando.

Não precisei responder. Ele sabia, e eu sabia.