Acordei com o som da porta batendo e esfreguei os olhos, ignorando a luz branca da lâmpada, me sentei e observei em volta.

Estava novamente no velho quarto da minha mãe.

Caminhei em silencio até a janela e observei o lado de fora. Estávamos voando em meio à nuvens e mais nuvens cinzentas, porém, pude ver que, por trás delas, estrelas se estendiam até onde a vista alcançava.

–Hayley? – a porta rangeu baixo e um sorriso involuntário escapou por meus lábios junto com uma risada nervosa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Andy? – chamei e me virei. Ele me mediu de cima à baixo antes de me abraçar, sorrindo.

–Eu fiquei preocupado. Ninguém sabe o que aconteceu com você, foi um caso isolado. Nem eu. – seus olhos brilhavam, mas notei uma tristeza enorme escondida neles.

–Eu estou bem, acho. – menti e dei um sorriso fraco. Ele se afastou e eu olhei para o meu corpo. Estava de top preto e uma faixa enrolada por minha barriga e meu abdômen, levemente avermelhada, e um short simples escuro.

–Hayley, não minta pra mim.

–Eu conto outra hora. Não estou me sentindo bem. – fiz minha melhor cara de enjoada e ele parecia ter acreditado.

–Tudo bem, mas sua mãe quer te ver. – ele beijou minha cabeça e saiu. Tomei um longo e demorado banho, revirei a cômoda e encontrei uma calça jeans, uma camisa xadrez vermelha do meu tamanho e um par de coturnos embaixo da cama.

–Vai ter que servir. – murmurei e me vesti. Fui para a sala dos Vingadores, mas, lá só estava o Will, sentado no canto da sala em cima de uma escrivaninha. Observei-o por um tempo até notar que ele estava lendo um livro escrito em russo.

–Até quando vai encarar meu livro?

–Até descobrir por que está lendo um Best-seller tão velho. – respondi. Ele riu baixo e me fitou por alguns minutos.

–Fala russo? – perguntou, erguendo a sobrancelha. Ele não era branco como Loki, era mais moreno. Os cabelos não eram longos com os do pai e eu pude perceber que eram castanho-escuros.

–Sim, desde criança. – respondi – Tem algo errado? – ele olhava para a janela como se esperasse algo.

–Não. Nada. – ele tinha o olhar distante e expressão pensativa.

–Will...

–Tudo bem. – ele cedeu – Hoje é meu aniversário – estranhei a frieza com que dizia aquilo, mas não intervi – E aniversário de morte da minha mãe. – olhei pela janela por um momento e observei o dia começar a clarear.

–Que dia é hoje? – minha voz saiu baixa, mas, mesmo assim ele ouviu.

–28 de abril. Por que? – arregalei os olhos e corri até ele, o levantando.

–Temos que encontrar os vingadores e um computador. – ele me levou por vários corredores até a sala do Fury e abriu a porta em um baque.

–Hayley! – todos os vingadores estavam ali junto com Philip e Maria Hill. Minha mãe me abraçou e eu sorri.

–Mãe, eu preciso do computador. – alertei e me soltei de seu abraço.

–Nem pensar. – contra-pôs Philip. Com um movimento de mãos, levantei os hologramas do computador e comecei a trabalhar, abrindo várias páginas de internet, bancos de dados e documentos.

–Vamos, vamos. – murmurei, ainda mexendo nas telas que se moviam rapidamente de um lado para o outro, sobrepondo-se.

–O que está fazendo?! – gritou o diretor, ignorei seu grito e continuei mexendo e alterando arquivos, até chegar onde eu queria.

–Não pode ser... – recuei dois passos e expandi a tela, deixando à mostra todos os arquivos da H.I.D.R.A.

–Hayley? – Carter e Collin entraram na sala, seguidos pelos filhos de Thor.

–Temos só algumas horas. – murmurei. Todos encaravam pasmos o que os arquivos diziam. Os filhos de Thor seriam seqüestrados e usados para conseguir domínio sobre Asgard, o mesmo aconteceria com Will. Carter, Collin e eu seríamos mortos ou teríamos as memórias apagadas. Tanner e Amélia seriam obrigados a construir armas para uso em guerras. Isabella seria usada como cobaia em vários experimentos. Nossos pais seriam mortos a todo custo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

–Desde quando... – questionou Steve.

–Eu não sabia. Eu juro que não sabia. – sussurrei. Respirei fundo e passei os arquivos para o banco de dados da S.H.I.E.L.D. – Stark, coloque duas das suas três armaduras que estão a bordo em modo de ataque. Qualquer coisa que se aproximar deve ser destruído. Banner, fique de olho nas câmeras. Ninguém sai e ninguém entra. Mãe, pai, coloquem os agentes em estado de alerta. Steve, Thor, levem Tanner, Isabella, Jordan, Amélia, Cody, Will, Collin e Carter para um lugar seguro. Loki, camufle a nave, não podemos ser vistos. – me virei para sair da sala, mas alguém segurou meu braço.

–E você? – perguntou Carter.

–Vou me trocar. Nosso tempo é curto. – sorri e corri de volta para o quarto, pegando o único uniforme da Viúva-Negra que me servia.

Batidas na porta me chamaram a atenção enquanto eu fechava o macacão justo. Assim que coloquei o cinto, abri a porta.

–Oi, Hayley – Will entrou no meu quarto e observou minha roupa – Fazendo cosplay da sua mãe? – ri e ele se sentou na cama.

–Não deveria estar junto com os outros? – coloquei as botas e encaixei os braceletes de choque.

–Meu tio não é dos mais espertos. Enganar ele e o Steve foi fácil. – ri e prendi o coldre da Glock na coxa, amarrando bem firme. –Quer ajuda? – ele plugou os conversores de eletricidade na bateria embutida no cinto e rosqueou, prendendo-os bem.

–Obrigada. – prendi o cabelo em um rabo de cavalo e abri a porta, deixando-o sair primeiro.

–Vamos para onde? – perguntou enquanto eu trancava a porta.

–Você vai se esconder, eu vou ajudar a defender a nave e acertar as coisas com a Madame Hidra. – respondi, já caminhando em direção à sala de controle. Ele se multiplicou e me rodeou.

–Carter está ficando maluco com a ideia de você bater de frente com o exercito da H.I.D.R.A. – seus olhos esquadrinhavam meu rosto acompanhando cada movimento.

–Desde que seja para manter vocês bem, eu não me importo de morrer. – passei ao lado do holograma e fui diretamente para a sala de controle, onde encontrei minha mãe.

–Tudo pronto. – afirmou e me fitou – Me prometa que vai ficar fora de perigo. – abracei-a e menti com todas as minhas forças.

–Eu prometo.