Time Of Dying

Capítulo 22 — Fight For You


Ben P.O.V.

— Skyler, é sério, você precisa sair daí. — tento puxar o braço dela, mas ele está completamente fixo ao garoto morto. Os olhos dele se fecham e em questão de alguns segundos se abrem novamente em uma coloração dourada, Skyler se levanta em um impulso e acerta uma flecha na cabeça dele. Lágrimas tomam conta do rosto dela, quando Tris, a garota ruiva, puxa seu braço de novo até Briarcliff e passa correntes nas portas. Olho para trás. Levaram Clementine até a Ala Médica para salvá-la da mordida no braço. Não tenho ideia de como, mas disseram que podiam. Já o garoto não tinha salvação. Skyler olhava para o nada com a boca aberta enquanto pessoas como Bob, Tris, Hayley, Steve e todo o resto a rodeavam, tentando tirá-la do seu transe. Mas ela não se movia. Continuava parada, com a flecha manchada de sangue dele nas mãos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Deixem ela lá fora. — digo, fazendo todos olharem pra mim. — Damos conta da horda. Ela precisa ficar um pouco ali.

Tris balança a cabeça. Eles abrem a porta. No mesmo instante que todos se preparam, Skyle se move e, com as flechas, acaba com todos os errantes um por um. Com a mesma firmeza que vi nela em Woodbury. Ela acaba com qualquer errante que ousasse chegar a cinco metros dela. Acabando com todos, ela observou o corpo cheio de mordidas dele. Ela deixa as lágrimas rolarem.

— Essa é a primeira e provavelmente última vez que vemos a Skyler chorar. — sussurra Bob no meu ouvido, seguido por uma concordância da parte de Steve. —Normalmente nenhum baque é forte pra ela.

+++

Ela estava sentada em frente às duas lápides improvisadas no pátio. Só que dessa vez ela olhava fixamente para a lápide de Ashton, sem mover o olhar ou sequer piscar. Clementine estava bem, tirando o fato de ter perdido metade do braço. A garota, Pandora, estava bufando sem parar na enfermaria. Decido me sentar ao lado de Skyler de uma vez, afinal, ficar em pé alguma hora tem que se tornar cansativo.

— Já parou pra se perguntar por que tudo isso acontece? — pergunta ela, sem desviar o olhar da lápide. — Por que as pessoas morrem? E por que as outras pessoas têm que sofrer com isso?

— Talvez pra ensiná-las a serem fortes. — respondo. — Pra mostrar a elas que você pode ser o que for, mas nunca vai escapar das mãos das lágrimas.

— Que profundo — ela suspira.

— Eu sei. — digo. — Eu vou ter que passar por isso algum dia, não vou?

— Vai. — ela responde. — Todos nós vamos.

Só então consigo perceber o quanto ela é bonita. Por baixo da sujeira que cobre o seu rosto, os olhos azuis e eletrizantes brilhando ainda mais por causa do Sol que batia neles; Os cabelos enrolados e negros sendo chicoteados pelo vento, as roupas sujas de lama, as luvas sem dedos que usava, a habilidade com a qual segurava o arco. Dentro do carrasco existia uma garota como as outras. Ela se levanta e tira a terra da calça. — Preciso saber de uma coisa.

Ela se dirige à enfermaria, então consigo adivinhar exatamente o que ela quer saber e como quer saber. Corro atrás dela tentando amenizar a situação, mas ela é mais rápida. Quando consigo alcançá-la ela já está forçando Clementine contra a mesa de alumínio.

— O que aconteceu?—ela rosna —Por que vocês estavam lá sendo que todos disseram que iriam dormir? Fala!

— E-eu não tive culpa! — Clem gritava, com o olhar assustado. — Eu tinha deixado uma coisa cair, e tinha ido ver se ela ficou l-lá e...Ele me seguiu, perguntou onde eu estava indo, e então quando eu olhei o errante já estava lá. T-tentei correr até ele mas acabei levando uma mordida no braço.

— Skyler! —Tris e Bob gritam, tirando Skyler de cima de Clem e a contendo. — O que você estava fazendo?!

— Desculpa — ela suspira, bem pesado. — Desculpa. —ela sai dali correndo e pisando forte, apertando o arco.

—Você está bem, Clem? — pergunto. Ela faz que sim com a cabeça. — Ótimo.

Saio correndo atrás da garota. Ela foi parar em um quarto no terceiro andar, segundo corredor à direita. Ela estava sentada na cama, olhando uma inscrição na parede. Algo como "Skashton Will Never Ends".

—Isso mexeu com você, não é? — pergunto.

— Você está em todo lugar, não é garoto? — ela pergunta.

— Talvez. — digo — Algo de ruim nisso?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Não chamaria de ruim —ela responde.

— Então você gosta da minha companhia — diz ele.

— Menos, Ben. Bem menos. — ela ri. Acho que é a primeira vez que ela ri desde a morte dele. Que por acaso já faz três dias. Acho que isso é um recorde. Ela é mais bonita ainda rindo.

— Mas...Isso mexeu mesmo com você, não foi? — pergunto de novo.

— Pode te mexido o quanto for. — ela se levanta, pegando o arco e a aljava, cheia de flechas verdes e pontiagudas. — Eu não vou fraquejar. Agora mais do que nunca eu preciso lutar por vocês.

Ela sai a passos fortes da sala. Com o arco na mão e a aljava nas costas. Ela desce as escadas até o refeitório, onde todo mundo estava reunido. Ela se senta ao lado de Pandora, que decidira adentrar o grupo.

— Vocês devem saber que precisamos de suprimentos. — diz ela. — Quem vem comigo?

— Skyler... — diz Steve. — Você não acha que...?

— Perdi alguém. — interrompo ela. — Isso não quis dizer que eu perdi meu cérebro e muito menos a minha sanidade.

— Eu vou — diz Pandora. — E foda-se a minha perna, tá bom? Não quero ouvir nenhuma porra de controvérsia.

— Eu também vou — diz Tris

— Eu também. — diz Bob.

— Eu vou. — dizem Hayley, Luke, Steve, eu e Lincoln em uníssono.

— Lembrando a vocês que a Kinny já morreu. — diz Skyler, rodeando todos. — Então a nossa prioridade número um muda de matá-la para sobreviver. E manter o grupo a salvo.

Nós pegamos nossas armas e saímos. As palavras de Skyler retumbam pela sala. Nós saímos. Antes de colocar o pé para fora de Briarcliff, ouço Dave murmurar:

— Os Alphas estão de volta.