A primeira coisa que vejo é uma luz ofuscante.

Pergunto-me em que lugar estou. “Será que morri?” Penso.

Descarto essa possibilidade, pois ouço passos apressados e sinto o frio do lugar, mas há outra coisa, uma presença.

Fico esperando meus olhos se acostumarem com a claridade e quando isso acontece, abro os olhos novamente., dessa vez percebendo que o lugar em que estou é claramente um quarto de hospital. Olho ao redor com mais atenção, sobre meu rosto está uma lâmpada enorme, como aquelas que têm quando se vai ao dentista, a maca está completamente reta e a minha direita vejo uma janela tapada com pedaços enormes de madeira.

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– Eita !– Exclamo

– Filha? – Uma voz feminina e sonolenta fala.

Olho para a esquerda e percebo uma poltrona vermelha, que está sendo ocupada por uma mulher loira e abatida.

– O que aconteceu? – Pergunto

– Uns jovens ladrões acharam que nosso condomínio era de famosos, por isso decidiram invadir e roubar tudo, no meio de tudo isso você levou um tiro de um dos deles. Apagou na hora e os guardas trouxeram-na até aqui, está apagada há três dias por causa da medicação.

Pisco. Três dias é muito.

– Quero ir ao banheiro. – Falo, tentando me levantar , porém sou impedida por uma ardência no ombro.

– Eles tiraram a bala, mas vai arder um pouco por uma semana.

Olho para o dito cujo e vejo que está enfaixado por uma gaze branca.

– Que maravilha – resmungo.

– Vou chamar a enfermeira e avisar seu pai que acordou – Minha mãe fala – Fique aí.

Concordo com a cabeça e ela sai do quarto.

Uma hora já se passou, graças a Deus fui ao banheiro e comi a gelatina sem gosto que me serviram. Meus pais estão conversando com o médico, que acabou de me passar mil instruções para que a ferida da bala não inflame. Me contaram que esse é um hospital normal e que a polícia está me mantendo escondida para que não corra perigo de ser encontrada.

– Como os bandidos entraram ser serem percebidos? – Indago

Meus pais nem me olham, pois estão conversando, quem responde é Diego.

– Doparam os guardas e o porteiro, desligaram os alarmes e invadiram.

– Sério mesmo?

– Sim, mas fique tranquila- Ele fala, na maior calma - dos dez que invadiram, nove foram presos.

– Se eu supor que o não encontrado foi quem me baleou eu estaria errada?

– Não sei.

Respiro bem devagar.

– Como vai o ombro? – ele pergunta

– Qual é, resolveu cuidar de mim agora?

– Sou seu irmão do coração mais velho, é minha obrigação. Além disso, puxar seu saco aumenta minha mesada.

Solto uma risada, de vez em quando, Diego era bem legal comigo.

– Ele vai bem, se quer saber.

Ele sorri.

Se tocassem uma música alegre, eu sairia dançando. Depois de cinco dias, acabo de receber alta e chegar no condomínio de proteção de testemunhas. Não paro de pensar em como me sentia quando entrei nesse lugar pela premira vez, é incrível o quanto me acostumei. É fato, eu preferiria estar em casa (se bem que não sei o que chamar de casa) e viver como todos vivem, mas posso ousar dizer que aqui é legalzinho (destaque no “inho”) .

– AI MEU DEUS! – ouço alguém gritar

Essa mesma pessoa me abraça com tanta força que faz meu ombro doer.

– Ai – Solto como gemido.

– Desculpe – a pessoa diz, se afastando.

– Clara, não precisa mandar a garota de volta para o Hospital. – Ian fala, tirando dos ouvidos seus fones brancos.

– Estraga prazeres -ela resmunga – Lisa, você está bem?

– Tirando umas costelas quebradas por você, ótima.

Ian cai na gargalhada e ela lança um olhar feio para o irmão.

Ele se aproxima e me da um abraço, bem mais confortável que o de Clara.

– Você não tomou cuidado como havia me prometido – ele sussurra

– Eu sei, foi mal, mas a vida precisa de aventuras. – falo em voz alta.

Ficamos conversando rapidamente, os irmão me contando tudo sobre o que aconteceu no condomínio nesses cinco dias que estive fora.

– Vou deixar você descansar em casa, mas depois venho aqui, certo? – A menina pergunta, mais soando como um aviso

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– Desde que não me parta no meio, tudo bem.

Ela acena e se afasta, seguida pelo irmão.

Entro em minha casa, onde minha mãe me espera com um prato de sopa quente .