Give Your Heart a Break
Eighteen
“É um pouco confuso lembrar de como tudo começou [...]
E eu sei que não deveria dizer isto
Mas meu coração não entende...
Por que você está na minha mente?”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!~On My Mind - Ellie Goulding
POV’s Angel ON
“ I’m so sexy / (Eu sou tão sexy)
Remain a mystery / (Permanece um mistério)
Cause everybody always want what they can’t see / (Porque todos sempre querem o que eles não podem ver)
And what they can’t have / (E o que eles não podem ter)
And what they can’t grab / (E o que eles não podem pegar)
And what they can’t buy / (E o que eles não podem pagar)
And baby that’s me! / (E querido, esta sou eu!)”*
Acordei com o som de Grown Woman*, toque personalizado da minha tia.
Apertei os olhos e, com eles ainda fechados, tateei a mesinha ao lado da minha cama e peguei meu celular. Deslizei o dedo sobre a tela.
—Hm... Alô?- falei. E no segundo seguinte, fiquei surda.
—BOM DIA, FLOR DO DIA!- minha tia berrou do outro lado da linha. Tive que afastar o telefone da orelha.
—Céus... Bom dia...- murmurei.
—Que mal humor é esse? ‘Tá na bad?- ela perguntou confusa.
—Não sei não...- bocejei. -Acho que por causa de uma MULHER de cabelos louros arruivados, com olhos azuis, ter me ACORDADO às OITO HORAS DA MANHÃ de um SÁBADO!
—Nossa, que estresse...- imaginei que ela colocou a mão sobre o peito, de forma dramática. Revirei os olhos.
—Não ‘tô estressada.- resmunguei.
—Ok, ok.- falou.—Enfim, minha linda, sobrinha do meu coração, diva, pessoa que mais admiro nesse mun...
—Favores: 20,00. Se eu tiver que levantar: 50,00— a interrompi.
—Sua retardada.- riu.—Você vai fazer o que eu ‘tô mandando, não quero ‘mimimi’.
—‘Tá, ‘tá. Fala logo.- eu disse.
—Você vai: Levar o lixo, pegar a correspondência e fazer compras.— falou.
—Ah, não!- gemi em frustração.
—O que foi que eu falei?! Sem ‘mimimi’.- falou mandona.—Compre só o que ache necessário. O meu cartão está no meu guarda-roupa. Agora eu vou desligar, porque preciso terminar uma coisinha aqui...
—Ai, céus... Não me diga que...- eu assumi uma expressão de nojo.
—Sim, sim. Haha.- riu, de um jeito maquiavélico, devo dizer.—Beijinhos.— desligou.
—Argh, tia... Agora essa cena não sai da minha cabeça.- murmurei, balançando a cabeça de um lado para o outro. Abri os olhos e, depois de piscar algumas vezes, peguei meu óculos na mesinha ao meu lado. Levantei e fui ao banheiro.
Depois de realizar minha higiene, fui para a cozinha, abrindo a geladeira.
“Céus... Bem que ela falou que preciso fazer as compras... Só tem água aqui...”.
Fechei a geladeira e bufei. Até que achei um pacote de torradas. Bom... É o que temos para hoje. Enquanto comia, fazia uma lista de compras.
Depois do meu café da manhã ‘reforçado’, fui até o meu quarto, colocar um short e ajeitar o meu cabelo. Coloquei meus chinelos, fui aos banheiros, pegando os lixos, depois coloquei tudo no saco do lixo da cozinha. Amarrei e depois peguei, seguindo para fora do apartamento.
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Entrei no apartamento novamente, olhando carta por carta. Eram apenas contas. Deixei elas na mesinha de centro. Fui até meu quarto e peguei meu celular. Havia algumas ligações perdidas de Alexy e Rosalya. Oh céus, o que esses dois querem?
—Alô?— Alexy disse do outro lado.
—Sério?- ergui as sobrancelhas.
—Eu quem digo. Te liguei oito vezes e você não me atendeu.— eu já sabia que ele ‘tava com um bico na cara.
—Alexy...- respirei fundo. -EU ACORDEI CEDO! NUM SÁBADO! ALÉM DE TER QUE CUMPRIR TAREFAS -que só pra constar, eu não estava afim de fazer-, TIVE QUE TENTAR ESQUECER A CENA ‘ESCROTA’ QUE IMAGINEI DA MINHA TIA COM O MEU TIO! EU.‘TÔ.COM.SONO! NÃO RECLAMA, SE NÃO EU TE DOU UNS TABEFES! ‘TÁ ME ENTENDENDO?!- falei/berrei tudo num fôlego só.
—Ok... Não precisa se estressar...- escutei outra voz.—Por que você não vai se acalmar, hein?
—Eu ‘tô calma, Rosalya.- falei.
—Se quiser ajuda, o remédio ‘tá no apartamento em frente ao seu.— Alexy falou em tom malicioso.
—Você ‘tá querendo ficar deformado, né?- falei friamente.
—NÃO! O Elliott iria rir de mim!- ele falou. Espera...
—Por que? Não me diga que...- comecei.
—Não. Bom, quase.- disse. -É por isso que nós estávamos te ligando.
—Então me digam logo!- pedi, meio eufórica.
—Ok, ok. O meu primo Frank vai, finalmente, inaugurar o karaokê dele.— deu um gritinho.
—O cara ‘tá há, tipo, uns 5 anos planejando isso... E ele chamou o Alexy e deixou ele levar toda a galera como convidados VIP’s! NÃO É DEMAIS?!- Rosalya berrou.
—Sim, sim. É incrível.- falei. -Já contataram todos?
—Já sim! E, falando nisso, nós dois vamos nos produzir aí!— disse ela.
—Nem perguntaram se podia.- brinquei. -Mas e as meninas?
—Não precisamos. Nós vamos e acabou.- Alexy falou.—Ah, elas vão se arrumar na casa da Kim... Acho que era algum trabalho em grupo que vão fazer... Sei lá.
—Só vocês... Que horas é a inauguração?- perguntei.
—Às 20hrs.— falaram ao mesmo tempo.—Às 17hrs estamos aí.
—Ok, beijinhos.- falei e desliguei.
Suspirando, pensei... O que uso hoje? Ai céus, eles provavelmente vão querer me embonecar... Melhor eu comprar algo que agrade eles... Já sei. Um vestido!
Levantei da cama, determinada a tomar um banho, pra poder ir ao shopping e depois ao mercado.
Depois de uns 10 minutos tomando banho, mais 40 minutos pra secar e pranchar o cabelo, saí do banheiro. Optei por um suéter vermelho, uma calça jeans preta e uma bota de cano curto de couro também preta.Voltei ao banheiro para fazer minha maquiagem e, depois desta feita, mais uma vez fui ao closet, pegando uns acessórios -um colar em formato de cruz e quatro anéis-, um chapéu preto, uma bolsa pequena e trocando a capinha do meu celular. Me analisei no espelho grande que tinha lá e não pude evitar, tive que tirar uma foto.
Passei no quarto da minha tia pra pegar o cartão dela, peguei as chaves do meu carro e as do apartamento e sai do mesmo, trancando a porta e derrubando as chaves quando trombei em algo duro. Olhei pra cima e encontrei orbes cinzentas fascinantes.
—Oi, baixinha. Bela roupa.
POV’s Angel OFF
POV’s Castiel ON
—Obrigada, ruivo. Você também não está nada mal.- ela comentou. Parei para analisar o que vestia. Uma camiseta de mangas cavadas do Ramones, com minha típica jaqueta de couro por cima, calça jeans -por incrível que pareça, ela era azul e não preta, como de costume-, coturnos e meu cabelo estava preso em um meio rabo de cavalo.
—Então, indo aonde?- perguntei com um sorrisinho de canto, pegando as chaves dela que estavam caídas no chão até agora.
—Meus planos iniciais eram apenas ir ao mercado, mas...- ela fez uma pausa. -Conversei com Alexy e Rosalya.
—Ah, sim. Sobre o karaokê.- falei, colocando as mãos nos bolsos frontais da minha calça, começando a andar, com ela me seguindo. Eu havia recebido um telefonema dos dois, não tive como recusar. Alexy iria me bater com uma frigideira se eu não fosse. Você deve temê-lo quando ele pega aquela panela.
—É. Então, eu já sei que eles vão querer me embonecar. E vão querer colocar várias roupas em mim...- respirou fundo, quando paramos em gente ao elevador e ela apertou o botão. -Pretendo montar um ‘look’ bom, aí eles não me atormentam... Dessa maneira: Partiu shopping.- riu de leve. -Mas e você ruivo... Onde vai?
—Mercado. Compras do mês.- falei. O elevador tinha chegado ao nosso andar. Entramos e eu apertei o botão do térreo. Pelos espelhos, percebi que ela estava pensativa.
—Ruivo?- me chamou.
—Hm?- olhei-a.
—Podemos fazer um tipo acordo, que beneficie a ambos e...- ela parou e me deu um tapa na nuca.
—Ai! O que foi que eu fiz?- perguntei.
—Eu vi o seu sorrisinho malicioso! Não é esse tipo de acordo!- exclamou. -Você tem que ir ao mercado. Eu também. Só que eu tenho que passar no shopping antes. Então façamos o seguinte: Você vai comigo até o shopping e me ajuda com o vestido. Depois passamos no mercado, fazemos nossas compras, eu te ajudo a trazer e posso até pensar em ajudar a guardar... O que acha?
—Hm... Até que não é má ideia.- falei.
—Ah, ótimo. Então vamos- ela pegou meu pulso quando o elevador abriu, e me arrastou até o estacionamento do condomínio.
—_//__
—Ok, retiro o que disse! Foi uma péssima ideia.- falei, cruzando os braços.
Fazia mais de uma hora e meia que estávamos andando por aquele shopping.
—Shiu, ruivo.- suspirou. -Essa é a última loja.- apontou.
Entramos. Ela foi direto para a parte de vestidos. E eu fui atrás dela.
—Ei! Baixinha.- chamei. Ela me olhou. -Você quer um vestido de que cor?
—Hm... Acho que branco.- respondeu, voltando a olhar para os cabides à sua frente.
—Debby?- chamei de novo. Ela me olhou com raiva.
—Olha ruivo, eu quero acabar com isso logo então se você puder colab...- ela parou de falar quando ergui um vestido branco, tomara que caia, na frente dos seus olhos. Ela arregalou os olhos e veio até mim, pegando o vestido em mãos.
—Eu só não sei se vai servir.- brinquei. Ela me fuzilou.
—Haha! Pelo visto seus gostos afeminados ajudaram em alguma coisa.- ela sorriu sacana.
—Hm... Você não ‘tava com pressa? Anda logo!- falei, agora com uma carranca na cara. Ela gargalhou.
Pagou o vestido e saímos do shopping, rumando ao mercado.
—_//__
—Que droga...- escutei um resmungo. Me virei e encontrei uma baixinha na ponta dos pés, tentando alcançar a Nutella, que estava na última prateleira. Ri com a cena.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ela bufou e começou a dar pequenos pulinhos, para tentar alcançar. Ri mais uma vez, até que parei para observar o traseiro dela. Não só eu, mas as outras pessoas também. Fechei a cara e fui até ela. Cheguei por trás e peguei o pote pra ela. Ela me olhou.
—Você preferiu rir da minha desgraça pra só aí me ajudar?- ergueu as sobrancelhas.
—Peguei o pote, não peguei? Você deveria dizer ‘obrigado’.- falei, sorrindo de canto.
—Hm, obrigada.- pegou o pote da minha mão e colocou no carrinho dela. -E com isso, foi o último. Acho que já podemos ir.- assenti com a cabeça e comecei a seguir ela, empurrando o meu carrinho.
Fomos até a ala de ‘caixas’ e encontramos um vazio -graças a Deus-. Ela passou as compras dela e, depois de ela pagar, passei as minhas e paguei.
Saímos do mercado, indo até o estacionamento. Guardamos as compras e seguimos até o condomínio.
Ao chegarmos, pegamos dois carrinhos que o prédio disponibiliza aos moradores, e colocamos as compras. Tivemos que subir por elevadores diferentes, já que um só não comporta dois carrinhos.
Quando cheguei lá em cima, vi que a porta do apartamento dela tava aberta, e não demorou nem um minuto, e ela deixou o carrinho no corredor, fechando a porta. Me olhou e retribui o olhar, confuso.
—Por que ‘tá parada aí?- perguntei.
—Ô besta! Eu falei que ia te ajudar a guardar as compras!- bateu na minha testa. -E você me ajuda a guardar as minhas. Mas vamos guardas as suas primeiro, porque tem mais.- Assenti, abrindo o apartamento, colocando o carrinho lá dentro. Tiramos as compras e levamos para a cozinha.
—Eu vou levar os dois carrinhos lá pra baixo.- falei. Ela apenas assentiu.
Levei os carrinhos rapidamente, e, quando voltei, ela estava colocando alguma coisa na geladeira, e isso me dava a visão perfeita do seu traseiro. E devo dizer... Que traseiro...
—Ah, já voltou?- me tirou de meus devaneios. -Aqui, só falta isso.
—Uou, que rápida. =comentei.
—Quando eu era mais nova e não tinha o que fazer, ajudava Melinda com as compras.- deu de ombros. -Agora vai logo guardar isso no banheiro.- me empurrou.
—_//__
Havíamos guardado as compras dela e ela perguntou se eu queria assistir um filme. Concordei e, depois de uma meia hora de filme, eu disse:
—Argh, eu ‘tô com fome...-comentei.
—Hm... Acho que tem uma lasanha de microondas...- falou, se levantando e indo até a cozinha comigo ao seu encalço. Ela abriu a geladeira, fuçando. -E voilá!- balançou a embalagem na minha frente, sorrindo. Tirou o plástico de cima, e colocou no microondas, programando-o.
Ficamos num silêncio constrangedor, apenas o barulho do microondas e o da televisão eram ouvidos. Cruzei os braços e desviei meu olhar para ela. Os cabelos jogados pelos ombros, lisos; os olhos verdes, distraídos; as bochechas rosadas e o lábio inferior sendo preso pelos dentes.
“Caralho! Que gostosa...”— pensei. “É, eu sei que você quer fazer isso... Vai, faz logo”.
Comecei a andar na direção dela, que, percebendo minha aproximação, me olhou confusa.
—O que pensa que está fazendo, ruivo?- arqueou a sobrancelha.
—Pela primeira vez na minha vida, ‘tô escutando a minha cabeça.- falei, não dando tempo para ela raciocinar, e selei nossos lábios.
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