Meu erro

4 - A admiradora secreta das pomadas


Capítulo quatro

A admiradora secreta das pomadas

“Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve.”

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(Cecília Meireles)

“Era uma vez uma garota que se apaixonou por um menino, ele era gentil, maravilhoso, solidário, como um príncipe. Era perfeito. Por causa dele ela mudaria e se tornaria amiga de muitos. Então em um dia em que o sol brilha intensamente os dois se olham, declaram-se e dão um beijo, para que depois acabem se casando e sendo felizes para sempre. O primeiro amor, o único namorado e marido dela.”

Uma história de conto de fadas não é? Sem ninguém para atrapalhar ou algo que mude o curso da história.

Só que comigo isso não poderia ocorrer assim, até porque eu tenho de ficar atrapalhando as garotas que querem falar com o Sasuke. E isso resulta em novos mal-entendidos, fazendo todos entender que eu gosto dele. Também diria adeus a algumas amizades.

Se for pelo Naruto valeria a pena. E era nisso que me focava.

— Uzumaki, responda a questão cinco da tarefa. — começou o professor.

Eu que não estava prestando muita atenção na aula, só com a primeira palavra se tornou interessante. Tudo sobre o loiro é importante para mim.

— É 56,34. — respondeu.

— Está certo, e não sei como sempre acerta os deveres e vai mal na prova.

— É que nas atividades podemos dar uma consultada na apostila, amigos e internet, na avaliação não. — foi extremamente sincero.

Todos começaram a rir, já eu senti orgulho dele por ser assim.

Olhava a janela e em pouco tempo algo acertou em mim.

Uma bola de papel? Será que é para mim?

“Obrigado por me passar as respostas. — N. U.”

Quando olhei para ele fez um sinal de joia, sentindo com esse ato o meu rosto ficar quente o um sorriso bobo se fazer nele. E isso, felizmente, não era febre, mas sim amor. O mais puro deles.

“Pode pedir minha ajuda quando quiser. Eu que agradeço por me mandar um recado e falar comigo. — H. U

Entreguei a ele em nervosismo e com a mesma expressão de antes e logo vi uma luz parecida com flash, mas nem liguei.

— Está na hora do intervalo. — gritou alguém ao meu lado.

Era justo o professor.

Há quanto tempo fiquei sonhando com o que ocorreu que nem prestei atenção que já era o recreio?

Dei de ombros e peguei a minha pasta e corri em direção ao local de sempre, vendo o Uchiha sentado na escada de lá com o celular em mãos. Parecia rir do que verificava.

— Está atrasada. — sussurrou.

Como sabe que sou eu sem nem me mirar?

— E-eu... — tentei dar meia volta e sair.

— Nem pense em fugir, hoje é o primeiro dia que vai me ajudar e já pensa em pegar folga? – questionou com um tom bem rude.

Suspirei e me posicionei ao seu lado, pegando o pote com lanche em seguida.

— Trouxe comida hoje? — quis saber.

— Não. — curto e grosso.

Ofereci a ele de pronto, vendo-o devorar cada um rapidamente. Sorte que eu fiquei com uns dois para mim, senão eu que ficaria sem me alimentar.

— E o Naruto? Onde fica que não está contigo?

Tentei não demonstrar, porém estava com muita vontade de saber a resposta.

— Você não está preparada para vê-lo e conviver com ele. — declarou.

— Por quê? — um pouco triste.

Sou ruim para ficar com uma pessoa como o Uzumaki possivelmente.

— Por isso.

Então mostrou-me uma imagem em que eu estava com um sorriso mais largo e completamente vergonhoso e um o rosto totalmente corado. Parecia patética e estava dando a maior bandeira de que o amava.

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— Então o flash era você?

— Sim, ele é lerdo, mas se todo a vez que conversarem ficar assim vai perceber que está apaixonada. — tentou explicar.

Tem razão.

— Obrigada por se preocupar comigo.

— Não fiz por você, mas por mim. Se o Naruto descobrir não terá mais o porquê espantar aquelas garotas. — devolveu.

O que deu na minha cabeça para pensar que ele se importaria comigo por um momento?

— Tudo bem, está certo. — sussurrei.

Senti meus olhos um pouco marejados e abaixei minha cabeça para que não me visse nesse estado. Porque por um momento pensei que poderíamos termos uma amizade.

— Não vai chorar não é? Muito menos por tão pouco. — questionou em um alto tom.

Nada respondi e o sinal tocou. Senti-o pegar pela minha mão rapidamente e me levar em direção a nossa sala.

— Você não entende, eu queria ter amigos. — gritei em um ato de coragem.

— Para quê? Para eles ficarem pedindo favores e depois te descartar quando não prestar mais? — revidou.

Sasuke... o que fizeram contigo para que pensasse assim?

— Eu não... — fui tentar falar.

— Esquece. — finalizou e continuou a me puxar.

Já no corredor um grupo parou o Uchiha, para que depois eu fosse empurrada e separada dele de maneira bruta.

Isso significava que eu não era bem vinda ali.

— Vai onde? — perguntou uma.

— Quer matar aula conosco? — ouvi outra.

— Podemos ficar atrás da escola. — insinuou uma.

Será que vão conversar sobre as matérias lá?

— Ou no banheiro se preferir. — enquanto mastigava seu chiclete.

Mas não tem sanitários unissex aqui.

E foi nesse momento que notei que eu tinha de pará-las. Automaticamente peguei o moreno pelo pulso e o tirei da roda que se formava ao redor dele.

— O que está fazendo? – praticamente rosnou uma.

Que eu não seja rude ao responder. Por favor.

— Temos aula agora. — o tom baixo envergonhado.

— Deixa ele conosco. — pegou o garoto pelo outro braço.

— Mas essa matéria é importante. — revidei.

— Acha que é só seu? Não mesmo.

Vi-o ficar transtornado e assustado enquanto me fitava em expectativa. Puxei-o com força por saber que não tinha o que responder, tentando correr com ele até a quadra.

— Essa garota deve se achar a melhor, sendo que nem bonita é. — escutei quando estava um pouco longe das meninas.

Infelizmente eu tinha de fazer algo, mesmo que eu soubesse que perderia a amizade de pelo menos umas 7 garotas. Principalmente porque agora me consideram como rival.

— Não liga para o que elas disseram. — comentou.

— Agora o importante é chegarmos a tempo.

Por sorte a professora chegou no mesmo momento que nós. Sentia-me ofegante, como se tivesse participado de uma maratona. E apesar de estar cansada era obrigada a fazer a atividade física.

— Mulheres vôlei e homens futebol. — só o que disse.

A educadora era de poucas palavras, mas quando via algo errado gritava mais do que qualquer uma. Sem contar quando apertava aquele apito que tinha um som ensurdecedor.

— Disseram que uma garota de cabelo azul estava com o Sasuke ontem. Será que é a Hinata? — Começou a Karin.

Estão falando de mim?

— Ela não faz seu tipo. — essa foi a Sakura, reconhecia essa voz de longe.

— E já o viu com alguém nesses anos? — devolveu a Ino.

— Não. — explicou.

— Será que é gay? — provocou a Karin.

— Óbvio que isso nunca seria verdade, já que disse que eu e ele demos o primeiro beijo. — foi a rosada.

— Mas isso foi quando?

— Quando tínhamos doze anos, e nunca que seria homossexual tendo aquela pegada toda. — deu um gritinho em animação.

— Imagina ele na cama, deve ser bom. — a ruiva comentou.

Será que é em relação a arrumar o quarto quando acorda? Vou perguntar depois.

— Meninas, parem de falar bobagens e comecem a mexer o corpo! — berrou.

E lá vem aquele apito.

Ninguém me queria no grupo, então eu fiquei de fora. Quando a Tenten caiu e se machucou eu fui obrigada a entrar no time, que ficaram reclamando enquanto eu chegava na posição correta.

Anotação de uma garota inútil na vida escolar: Se não sabe sacar e chutar é completamente excluída nos esportes.

Sim, isso significa que eu sou assim e perdemos a partida.

— Professora, com essa garota não dá para ganhar nada.

— Então ensinem-na. — deu de ombros.

— Não ficaremos a um passo perto dessa delinquente. — declarou.

Faziam cara de nojo e era a minha hora de sumir.

Peguei a minha pasta com força e suspirei, correndo em direção ao vestiário masculino ao ver que todos estavam entretidos no jogo. Tinha certeza que era o amor que me fazia ter coragem o suficiente para entrar em um local proibido.

Tirei a pomada de lá e tentei procurar o armário que o Naruto sempre usava e coloquei. Sabia que sempre se machucava por ser bem competitivo e não queria que tivesse complicações.

Quando tentei sair tive de me esconder ao perceber que entrariam no local.

— Por que você não pegou a bola que te passei Sai?

Até hoje me surpreende do quanto meu coração bate rápido ao ouvi-lo.

— Eu estava mais longe que você do gol seu idiota, e eu era a defesa.

— Como assim? Não ficou no ataque como sempre?

— Dessa vez resolvi mudar.

— Por isso me confundi, você deveria ter me falado.

— Naruto, pare de ser tão barulhento. Não sabe que os números menores geralmente são zagueiros? E ele ainda era o 2. — esse era o Sasuke, tinha a certeza.

— Isso é só em futebol profissional.

— Mas aqui é assim também. Até parece que não sabemos disso desde crianças.

Tive vontade de rir do quanto o Naruto era divertido e bobo. E saber que era diferente me fazia me apaixonar mais por ele.

Só que isso acabou quando notei que iam tirar a roupa ali mesmo, fazendo-me tapar os olhos com uma toalha que estava perto rapidamente. Só veria um homem pelado na lua de mel e ponto final.

— Novamente tem uma pomada no meu armário.

— Ainda não descobriu quem te dá? — não reconheci a voz.

— Se for a Sakura ficarei muito feliz. — sussurrou.

— De certeza que nunca faria algo assim para você. — devolveu.

Por que a rosada? Será que...? Não. Gostar dela? Mas como? Senti meu coração pesado e o que queria era estar em casa e encontrar minha mãe ainda viva, para que eu pudesse ser acalentada por ela ao encostar a cabeça em seu colo.

— Ela vai se apaixonar por mim. “Tô” certo! — exclamou.

Fiquei encolhida com a toalha em meus olhos e as lágrimas escorrendo por entre minha face. Chorava baixinho para que ninguém percebesse. Logo ouvi passos se afastando, e quando destampei um pouco vi uma silhueta perto de mim.

— Essa é a minha toalha. — uma voz grossa.

Estendi com os olhos fechados para que não visse algo inapropriado.

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— Pode abrir.

Quando consegui enxergar vi um garoto apenas de calça e com a parte de cima desnuda. Era atlético e a pele branca. Sabia que era o Sasuke e mesmo assim não parava de olhar.

Tanto pela surpresa quanto pela vergonha.

— Bate foto que dura mais.

Ia pegar meu celular para isso, mas ele me parou.

— Estou brincando. — sussurrou.

Mesmo assim parecia sério.

— Mas irei ir embora também. — devolvi.

— Você é muito inocente não é?

Os nossos corpos estavam muito próximos um do outro. Sentia-me ofegar e meu rosto ficar cada vez mais vermelho. Definitivamente eu não estava acostumada com uma situação dessas.

— Você estava chorando não?

— Não é nada.

— Sei que ouviu. Até porque tinha te visto desde do começo aqui.

— É...

— E também que é você que dá a pomada para o Naruto.

Queria mudar de assunto. Eu tinha.

— Tenho algo para te perguntar.

— O que é?

— Vi umas meninas falando de você, que não é gay por que tem pegada. E ouvi dizerem que se é bom nisso imagina na cama. Então você é bom em arrumar o quarto? — quis saber.

Ele deu um sorriso torto de lado. E percebi que seu rosto ficou um pouco vermelho, o que realmente me deixou surpreendida.

— Um dia saberá o que realmente significa.

Já que não quer contar não posso pressioná-lo.

— Agora poderei ir para a casa?

— Pode. — deu de ombros.

Nem olhei novamente para trás para não passar vergonha e após pegar a mochila com rapidez fui embora. A primeira coisa que fiz quando passei pela porta foi ir para o computador pesquisar.

“O que significa ser bom de cama?”

E o que saiu foram coisas que me fez desligar rapidamente o computador. Simplesmente por ler a palavra sexo. O que realmente me fez entender que não tinha nada a ver com arrumar o quarto, e sim desarrumar.