Eu a dizia que ela era muito imaginativa e ela achava que era elogio. Mas, na verdade, eu estava me referindo ao nosso amor imaginário que só existia em sua cabeça.

Que baque. Eu sinto muito.

Eu sempre a dizia que ela era uma boa companhia, que ela me fazia feliz

feliz

feliz

E eu sei que ela se sentia a melhor pessoa do mundo por isso.

Mas, por favor, não me entenda mal. Não era como se eu estivesse mentindo. É que as pessoas costumam ter um misto de emoções diferentes e são impostas a escolher uma só.

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Eu escolhi fazer minha misturinha pessoal. Pegar um pouco de lá, um pouco de cá e fazer ela me amar.

Mas não era como se eu estivesse mentindo.

Fazer ela me amar era meu maior objetivo, o problema é que eu nunca tive certeza se eu realmente a amava de volta.

Eu preciso admitir que gostava de beijar aquela menina ali, naquelas madrugadas com cheiro de álcool, com a intenção de me autoafirmar mas

porém

todavia

contudo e entretanto

adivinha só? Eu também gostava de beijar aquela menina porque eu gostava do beijo daquela menina.

Mas não era como se eu a amasse. Nem como se eu não a amasse. E nem como se eu estivesse mentindo.

Tem certeza que o prazer carnal não pode ser considerado uma forma de amor? Mesmo se eu me sentisse emocionalmente envolvida com sua alma quando a apertasse contra o meu corpo? Mesmo se eu sentisse o gosto de sua paixão na minha língua? Mesmo que eu sentisse o cheiro do amor quando explorasse suas áreas mais profundas?

Ela me exigia um "eu te amo" a cada instante, mas eu não queria me render à uma tola invenção social.

E de repente eu comecei a me ver num triângulo amoroso, éramos eu, ela e o Meu Orgulho. O mesmo Orgulho que fez ela partir e me deixar aqui escrevendo merda.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.