Rapunzel Prostituta

Capítulo 7


Tenho muitas coisas sobre o que pensar. Muitas dúvidas em minha cabeça e preciso tirar elas. Preciso que Killian as tire para mim. Preciso de respostas. O que ele queria me propôr? Porque caiu no sono do nada?

Descemos as escadas e logo chegamos a cozinha. Confesso que está impecável, até porque quase nunca a uso. Tudo que eu como são a base de fast food ou delivery.

O que mais tem nos armários são os biscoitos, massas de bolos e bebidas que sirvo para meus clientes. Killian entra e siliba um "wow", olho pra ele e dou de ombros, rindo. Minha cozinha não tem nada demais, além de ser um pouco maior que o normal. É toda azul claro e seus movéis, brancos. Tem uma mesa com uma flor no centro, que molho todo santo dia. Aproveito para pegar um pouco de água num pote e tacar por cima da flor, depois de tirar a água do dia anterior, é claro.

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Vou em direção aos armários e pego alguns ingredientes para por em cima da bancada. Farinha, ovos, leite, chocolate em pó... Vou fazer uma coisa que amo e que sou muito boa fazendo, apesar de ninguém saber.

Killian está em algum lugar da casa, mas sei que por baixo, pois não o ouvi subindo. Estou ficando com calor por conta do forno. O bolo de chocolate parece estar demorando um pouco mais que o normal hoje, mas não dou muita bola para isso.

Arrumo a mesa enquanto o bolo (ainda) está no forno. Espalho pães (possivelmente duros, já que não sai para comprar), biscoitos, alguns frios e bebidas em geral. Sei que Killian provavelmente vai beber seu Rum, mas não me importo e deixo um leque de opções.

– Ei, - grito procurando-o pela sala. Nada. - Killian? - entro no quarto de hóspedes, mas não o vejo. - Hook? - pergunto. - O bolo vai esfriar... - digo, mais pra mim do que pra ele, mesmo que esteja claro que ele não esteja aqui.

Há um papel na mesa do quarto e pego para ler.

"Desculpa, tive que ir embora para resolver uns problemas. Mais tarde nos falamos, pode ser? Até mais, Swan."

Fiz o bolo à toa. Começa a subir uma raiva imensa em mim, mas alguém bate na porta. Se fosse Killian, iria bater a porta naquela mão dele até cair. O bom que não é Killian e sim Dan.

– Bom dia. - diz ele, me dando dois beijinhos e mostrando um saco de pão. - Já tomou café?

– Ainda não... - digo.

– Não acredito que você fez aquele bolo maravilhoso que a irmã fazia! - ele diz e faço "sim" com a cabeça. As coisas são tão mais fáceis com Daniel. Ele me entende de um modo tão absurdo... - Ah meu Deus, vamos comer agora!

Vamos para a cozinha.

– E então, me diz como foi sua noite? - pergunta Dan com a boca cheia. Ele mostra os dentes e começo a gargalhar das migalhas que caem pela mesa.

– Ei, não suja minha casa. - dou um tapinha na cabeça dele, que solta um "ai" baixo. - E foi legal...

– Legal como Em? - ele se limpa com o guardanapo e começa a beber um suco. - Vi você e o Killian saindo juntos e depois não os vi mais. - vejo um sorriso maldoso se formar em seus lábios.

– Ei! - tomo iniciativa, abrindo um pão(novinho, graças a Dan) para comer. - Não aconteceu nada, ok?

– Sei... - olho de relance Dan segurar o riso. - Mas o que vocês fizeram?

– Ih, tá parecendo a Alice antigamente hein... - dou uma cotovelada nele, já que estamos um do lado do outro.

– Ai amiga, me conta vai. - ele faz uma voz gay e começa a mexer os braços de modo escandaloso, o que me faz soltar altas gargalhadas. - To morrendo de curiosidade!

– E o que você quer saber? - apoio minha cabeça na mão e encaro seus olhos castanhos.

– Seja um livro aberto Emma! - Dan me puxa pela cintura e depois pelo pescoço, obrigando-me a abraça-lo. Seu perfume é delicioso. - Seja um livro aberto comigo e serei um livro aberto contigo. Temos tanta história juntos Em... Será que isso não conta? - ele segura meu queixo e me vira para ele. - Ou você prefere ficar cheia das intimidades com Killian, que conheceu ontem, graças a minha pessoa? - diz ele e o fuzilo com os olhos. Está completamente enganado, o capitão louco lá que saiu contando coisas para mim e fazendo maluquices, quem disse que farei o mesmo?

– O que você quer dizer com isso? - pergunto. - Já disse que não aconteceu nada!

– E acredito em você. Só estou dizendo que o encontrei no caminho da sua casa e bom, não tem nenhum comércio por aqui, nenhuma loja e nem é perto do porto né?

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Por que Dan era tão sagaz? Quero enfiar minha cabeça dentro do cimento de tanta vergonha e estou provavelmente corada, já que ele pergunta:

– Porque a vergonha?

– Não estou com vergonha! - protesto e o vejo segurando o riso, o que me deixa com uma puta raiva. - Mas já que você disse para eu ser um livro aberto, me diz vai, o que você quer tanto saber?

– Não rolou nada mesmo, Em? Nem um climinha?

– Nadinha... - digo, negando com a cabeça. - Quer dizer, até rolou, mas nada demais e outra, você sabe muito bem desse meu probleminha em gostar de alguém, me apaixonar... Essas coisas. - reviro os olhos.

– Então você não gosta de mim? - Dan faz um beicinho e o seguro, dizendo:

– Claro que gosto, mas é diferente. Você é meu amigo de anos-luz atrás...

– Ah... Eu sei, eu sei. - Ele se gaba como se fosse o centro do universo e dou um tapinha na sua testa, fazendo-o acordar para a realidade.

– Nunca pensei em encontrar alguém do orfanato... - digo, pensativa. - Nunca procurei tentar, também... - admito.

– Nem eu. - ele diz meio sorridente, meio cabisbaixo. - Mas, voltando ao assunto "Você e Jones" na sua casa... - Dan brinca com o meu cabelo. - Você não é a única que sofreu na vida, sabe... E ele está tentando reabrir as portas do seu coração para uma moça que lhe ame! Vai que ela é você? - diz Dan, cheio de movimentos com as mãos. - Filosofei, né?

– Isso foi muito gay! - digo, gargalhando tão alto, que ponho as mãos na boca, para não incomodar os vizinhos, que não tenho. Rá!

– Eu sei, eu sei. - ele diz, controlando o sorriso travesso de moleque que faz aparecer sua covinha linda. - Mas to falando sério, o Jones é aquele que já sai pescando sabe? - Dan solta uma gargalhada ao ver meus olhos - completamente, tenho certeza - arregalados. - Então acho que você é um pouco mais importante, se não ele provavelmente já teria chego em você na Private.

– Ele é assim? - falo, talvez um pouco exaltada e boquiaberta, mas isso não vem muito ao caso.

– Um pouco. - diz Dan, estalando os dedos. - Meu irmão é o mais mulerengo de nós quatro. - ele sorri. - James está in love com a Branca faz um longo tempo eu sou do tipo que come quieto. - ele pisca para mim e sinto minhas bochechas corarem de vergonha.

– Você e o Thiago são irmãos? - digo, pensando na única parte importante do que ele disse, tirando, é claro, aquela que ele me enche de vergonha e sinto vontade de enterrar a cabeça no cimento novamente. Porque ele não me disse nada sobre Thiago ser seu irmão e não um amigo, como ele nos apresentou? Será que ele esqueceu? Eu queria tanto saber mais da vida de Dan depois que fomos separados...

– Uhum. - ele diz, sorrindo. - Eu não te falei, né? - pergunta e o fuzilo com os olhos e braços cruzados, fazendo um "não" quase imperceptível com a cabeça.

– Você, inclusive, poderia explicar né... - começo. - Até porque, você sabe muito mais da minha vida de mesmice do que eu da sua nova vida. - faço beicinho e abaixo a cabeça, encenando um choro. "Se não fosse perita, seria uma ótima atriz!", penso.

– Oh meu Deus, tadinha da Emma. - diz Dan fazendo aquela voz irritante( aquela quando se fala com uma criança pequena ou brinca com um cachorro, sabe?) e aperta minhas bochechas, que a princípio estavam cobertas pelo cabelo, me fazendo levantar o rosto ao puxar as mesmas para cima. Ai que dor! - parece uma bebêzinha. - ele diz, balançando meu rosto de um lado para o outro. Ai, ai, ai!

– Menino, você quer acabar com o meu rosto? - falo com uma cara feia, que logo se desfaz já que ele sorri e me abraça forte. - Ai que dor! - reclamo, dessa vez, em voz alta, mas ele sabe que não é sobre o abraço.

– Posso contar agora da minha vida "nova" - ele faz aspas com as mãos. - ou a senhorita vai ficar de charme? - diz, me olhando depois de sair do abraço.

– Pode contar, - digo, dando língua. - mas antes, me ajuda a guardar isso aqui e quando terminarmos, vamos para sala e você conta lá, tá?

Ele concorda e assim fazemos.