Paionguitose Hagúia

Love Chemical Cake


Os cabelos avermelhados caíam sobre seu rosto tranquilo e adormecido.


Deitado em posição fetal mantinha o corpo encolhido e um dos pequenos dedos, o polegar, na boca.


O olhava já havia alguns minutos pensando em como era reconfortante ter o pequeno corpo daquele adorável anjinho ao seu lado. Não que demonstrasse isso, mas o pequeno assim como os outros, percebiam seus pequenos gestos e olhares; apenas aquelas pequenas criaturas conseguiam este feito, talvez fosse este o motivo para tê-los junto a si.



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Com uma das mãos tocou a barriga do pequeno menino acordando-o.


Os olhos se abriram lentamente embaçados, o desconforto do acordar começou a incomodá-lo rapidamente, mas a visão do objeto vermelho com pandinhas a sua frente o fez abrir um sorriso que denunciava algumas janelinhas entre os pequeninos dentes de leite.



Agarrando rapidamente a mamadeira, levou aos lábios sugando o achocolatado rapidamente.


Enfim virou seus olhos percorrendo todo o quarto estranhando, seus pequenos olhos castanhos encontraram as falsas irís azuis que lhe lançavam um doce olhar.


Seu corpinho relaxou e sua boca ainda trabalhava com fervor sugando todo o líquido doce.



Segurando firmemente a mamadeira ainda na boca, agora o pequeno ruivo andava arrastando uma manta na outra mão seguindo para o quarto.


Abrindo a porta com dificuldade, após ter soltado ao chão a manta, foi obrigado a ficar nas pontas dos pés para alcançar a maçaneta; lembrou-se do que seu kaa-chan lhe disse, e tentou não fazer barulho ao entrar no quarto.



O chibi apenas não contava com alguns brinquedos espalhados pelo chão, tropeçou em um deles com formato de lua e vários botões coloridos. Com o choque brusco o objeto começou a apitar e tocar algo parecido com “brilha, brilha estrelinha” piscando e acordando todos que ali dormiam.



Gritos de sustos e risos foram ouvidos segundos depois, até um “Festa!” foi berrado por um loiro que mesmo com cara de sono pulava em sua cama.



- Ma-chan desce da cama se não kaa-chan biga cum você! – Um pequeno de cabelos negros e covinhas, uma em cada bochecha, fala também pulando na sua.



- Teru-chan a pepeta do Ru-chan! – Um loirinho de cabelos aos ombros gritava tentando sair de baixo do ruivinho, sendo ajudado por um menino de cabelos loiro-mel.



Uma lisa e bagunçada cabeleira creme com mechas azuis corria por todo o quarto procurando a chupeta do mais novo dentre eles. Com esforço pegou-a entre os ursinhos ao canto da cama e a jogou para outros dos chibis; este tinha os cabelos brancos.



- Jae-chan, po Ru-chan! – O pequeno albino pegou a chupeta no ar e enfiou-a na boca do menor evitando que seu choro estridente fosse liberado já que seus lábios tremiam e o ruivinho fungava cada vez mais.



- Ma-chan cadê? – um menino de cabelos caramelizados com mechas rosa, seu pijama verde florescente com folhas na mesma cor mas em tons escuros escorregava por um de seus ombros devido à inquietação em cima da cama enquanto olhava o outro loiro que pulava na do lado.



Com um ultimo pulo o pequeno menino pulou sentando em sua cama e dessa para o chão, começou a rastejar-se para de baixo da mesma procurando alguma coisa.



- Achei! – sorrindo de orelha a orelha, saiu de baixo da cama balançando um pedaço de papel rosa, melecado e com um pirulito de cor avermelhada grudado no mesmo. Retirou o pirulito da folha e guardou numa de suas meias, que estava em algum lugar da cama.


A folha era dividida numa tabela, cada quadrado contendo um desenho simbolizando o dia em questão e a atividade a ser feita em cada um. O dia destacado por vários círculos em cor de rosa tinha um boneco palito com cabelos longos e uma boca azul e um carimbo com o desenho de um bolo com velinhas em cima.



Logo os outros sete correram e se aproximaram para olhar o calendário, e sabiam o que aquele desenho significava.



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- É anessário da kaa-chan! – Takanori, tratado pelos irmãozinhos como Ru-chan, gritava subindo em cima de Kai, o moreno das covinhas, para ver o calendário.



- É mesmo hoje? – Uruha, o de cabelos loiro-mel, ficou com cara de dúvida.



- É sim! Vi os oji-chans conversando. – Teru, o de cabelos creme e azul respondeu o irmão ao seu lado.



- Se é anessário tem que ter bolo! – Masato, o de cabelos caramelizados e rosas exclamou quase caindo por cima da folha.



- Mas o kaa-chan vai levar a gente pa saí! – Jae disse fazendo um de seus biquinhos de frustração.



- A gente num podi ir, tem que fazer o bolo d’amor do kaa-chan! Pa mostá pa ele qui a gente ama ele! – Mitsu, o loiro de cabelos aos ombros disse tentando puxar Masato de volta para a cama.



- Eu so o cozinhador! – Kai começou a pular com os braços erguidos.



- Mas o kaa-chan vai ver e kaa-chan não pode ver! – Ruki rola na cama com a folha agora grudada em suas costas.



- Então a gente fica doente e kaa-chan deixa a gente em casa! – Maya, o loiro de cabelos espetados que pegou a folha de volta, deixando o pijama branco de Ruki rosa com corante do pirulito.



- Eu pego as canetinhas! – Teru correu até o baú de brinquedos e pegou uma caixa de canetas marca-texto. Voltou para a cama onde estavam os outros e junto com Uruha, começou a fazer vários “X” e bolinhas no corpo dos outros chibis e deles mesmos.



Terminando de passar o batom azul pelos lábios, ajeitou o arco com a rosa negra pelos cabelos longos de mesma cor, e olhou-se pela última vez no espelho. Alisando o negro vestido que usava, saiu do quarto indo para o quarto de seus filhos. Ao abrir a porta, deparou-se com todos eles rabiscados de canetinha, deitados em suas camas e fingindo tossir, fazendo suas melhores caras de doentes. Ergueu uma das sobrancelhas elegantemente, como questionamento mudo, para toda aquela situação.



- Kaa-chan, a gente ta doente! – Uruha disse com voz falsamente rouca.



Com um balançar quase nítido do rosto, outra sobrancelha foi erguida como mais um questionamento.



- É! A gente ta com... – Jae olhava em volta do quarto, pensando em que nome inventar para a suposta doença. Viu ao longe uma raposinha vermelha jogada no chão. –Paionguitose! –criou de repente.



- É! Paionguitose hagúia! – Maya completou, tentando enfatizar que a doença era grave e AGUDA.



- Ahã, é isso mesmo kaa-chan! É muito séria essa doença! – Kai disse como se soubesse de tudo.



Com um ensaio de sorriso, saiu do quarto das crianças e dirigiu-se até o telefone, para noticiar algo à empregada.


Após alguns segundos, chamou seus pequenos e viu a manada de chibis correndo em sua direção. Depositando um beijo na testa de cada um, e notando o borrado da canetinha em alguns rostos, dedicou-lhes um amável sorriso e despediu-se, fechando a porta, pensando realmente que não importaria se os deixava sozinhos por alguns minutos.



Lançando um sorriso travesso para os irmãos, Teru trancou a porta da sala e correu para a cozinha, trancando a de lá também. Masato correu gritando algo como “bolo!!” e o restante também correu, seguindo-os.


Fuçando em um dos armários baixos, Uruha encontrou um livro de receitas; colocou-o em cima da bancada da cozinha e começou a folheá-lo, ignorando que não sabia ler e que o livro estava virado de cabeça para baixo. Parando em uma página aleatória, olhou para Kai e começava a ordenar algumas coisas para trazer.



- Pecisa de uma vasia, de uma culé e do batedor! – disse enquanto o próprio moreno “cozinhador” pegava uma vasilha de plástico verde, a pequena colher de sopa do Ruki, que tinha um estranho formato de pato, e a batedeira.



- Masa-chan, pega os ovo! – ordenou para o menor loiro, quando percebeu Ruki lhe estender um óculos de grau.



- Pa você lê melor!



- Uru-chan, quantos ovo? – Masato chegou correndo, segurando um em mãos. Viu Uruha virar-se para si e gritou, soltando o ovo no chão, quando viu os olhos destacados do pequeno loiro. –Cunuja! Aaaahhhh! – saiu correndo com as mãos na cabeça, achando que tinha visto uma coruja do tamanho do Uruha. O pequeno sem entender, virou-se para Mitsu, pedindo três ovos a ele.


Sem saber a quantia exata de três ovos, Mitsu levou a caixa inteira.



- Uru-chan, quantos são três? – ficou pensativo, pois não sabia contar.



Uruha retirou a caixa das mãos dele e despejou todos os ovos na vasilha de uma só vez, com casca e tudo.



- Pronto! Três! – ajeitou os óculos que escorregavam pelo nariz, fazendo pose de inteligente. Em seguida, pediu para Maya pegar farinha. O loiro hiperativo encontrou em cima do balcão um pote com um pó branco, e automaticamente pensou que era farinha. Entregou para o loiro, que despejou o pote inteiro. Ignorando o aviso que dizia “Bicarbonato de sódio. Manter fora do alcance de crianças” na embalagem.



- Agora falta... – Uruha tentava lembrar.



- Leite! – Kai completou apontando o pote de leite do furão de estimação deles no chão e Jae já o pegava, colocando dentro da vasilha.



- Agora bate no bolo! – Maya gritou, e dezesseis mãozinhas começaram a socar aquela massa.



- Usa o batenedor! – Jae entregava para Kai o batedor da batedeira enquanto o mesmo ligava na tomada e apertava o botão para o motor girar. Sem controle do objeto, Kai começou a espalhar a massa pela cozinha inteira e os outros chibis começaram a correr arrastando suas mãos sujas de massa em tudo. Quando desligou, estava coberto de massa.



- Agora as coisas gostosas! – Uruha decretou enquanto todos corriam em direção a lugares opostos. Quando voltaram, traziam nas mãos tudo que achavam de mais gostoso.



Teru trouxe o talco azul do Ruki e o despejou na vasilha-Pa ficá cheloso!



Mitsu trouxe as flores azuis do jardim, com raízes e terra grudadas, também a jogando na vasilha-Porque kaa-chan gosta!



Maya trouxe o pirulito que havia deixado dentro da meia e Uruha as massinhas de modelar coloridas. Kai havia pegado as pedrinhas coloridas do aquário, sem se incomodar com a água derramada no chão da sala e o pequeno peixinho dourado se debatendo.



- Ru-chan trouxe a pepeta! – o chibi ruivo a balançava de um lado para o outro, enquanto Uruha a pegava e jogava na vasilha. Jae subiu na geladeira, pegando os sucrilhos coloridos no pote em cima dela. O pé dele escorregou, fazendo a porta abrir, mas ele nem percebeu.



- Falta o guediente sequeto do kaa-chan! – Teru escalou o armário-despensa, pegando o pote de canela, que segundo Mana, era o ingrediente secreto do amor que ele sempre colocava nos doces de seus pequenos.



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- Agora é só botá no coondas e esperar ficá ponto! – Kai abriu a porta do microondas, mas antes que pudesse fechar, Masato chegou correndo com um relógio nas mãos.



- pá ficá ponto mais rápido! – jogou dentro da massa e enfim Kai fechou a porta e Uruha apertou todos os botões possíveis.



Resolveram tomar banho enquanto esperavam o bolo assar. Já no banheiro, abriram as torneiras da banheira, e começaram a despejar os sabonetes líquidos coloridos e sais de banho do okaa-chan Mana. Ao a verem derramando, pularam na água de qualquer jeito, e começaram a lavar uns aos outros.



Quando decidiram que estava bom o bastante, saíram com espuma por todo o corpo, correndo pelados pelo corredor até o quarto do okaa-chan, esquecendo as torneiras ligadas e o banheiro inundado.



No quarto...



Todos usavam os vestidos de seu okaa-chan e tentavam colocar as tiaras, faixas e chapéus. Uruha pediu para que fizessem uma fila para poder maquiá-los.


Com a ajuda de Teru, espalhava pancake pelo rosto dos irmãos, os deixando completamente brancos; em seguida lambuzava-os com o batom azul e Teru com suas pequenas mãozinhas, passava os dedos pela sombra negra e depois nos olhos dos chibis, deixando as marcas de seus pequenos dedos.



Ouvindo o apitar contínuo do microondas, correram de volta para a cozinha, passando pelo corredor molhado, arrastando os vestidos no chão. Viram ao chegar naquele cômodo, o microondas apagar e sair fumaça de dentro.



Kai obviamente concluiu que o bolo estava pronto. Pegando as luvas vermelhas de forno, tentou imitar o que seu okaa-chan fazia, tirando o que tinha sobrado da vasilha empastada com a massa, colocando em cima da mesa.



Novamente folheando o livro de cabeça para baixo, Uruha encontra uma figura de uma possível calda, interpretando-a como cobertura de bolo.



- Agora tem que enfeitá! – como da última vez, todos correram em direções opostas e segundos depois o bolo estava coberto de: giz de cera colorido, cascas de lápis de cor, ração de furão colorida, adesivos do Doraemon e por último, Teru fez um montinho de pasta de dente colorida. Sentaram-se em torno da mesa e esperavam o okaa-chan chegar.



Talvez fosse o sexto sentido de mãe, mas antes de chegar ao local de trabalho, Mana resolveu voltar para casa, acompanhado de seus irmãos Hizumi e Hitsugi. Estes dois estranhavam o estranho sorriso que mesmo discreto, fazia-se presente nos lábios do irmão mais velho. Encontraram a empregada desesperada tentando abrir a porta; o próprio dono abriu-a com sua chave entrando justamente pela cozinha.



A cena que viu com certeza guardaria para o resto de sua vida: seus oito chibis usando seus vestidos, possivelmente tentando usar sua maquiagem, com algo perceptivelmente vivo em cima da mesa e sua cozinha coberta por massa. Atrás de si, uma empregada chocada e seus dois irmãos gargalhando audivelmente. Mas o que fez o olhar pasmo de Mana se transformar doce e um largo sorriso adornar seus lábios azuis foi o que ouviu assim que seus chibis o olharam.



- Feliz anessário kaa-chan! – disseram ao mesmo tempo, correndo para abraçá-lo.



- Olha kaa-chan, a gente fez o bolo d’amor do anessário do kaa-chan! – Maya contou orgulhoso do trabalho que fizeram. Ainda abraçando seus chibis, Mana lançou um olhar à Hizumi, que entendeu e sugeriu que todos fossem almoçar fora.



- Oji-chans! – Jae berrou e todos os pequenos correram em direção à Hizumi e Hitsugi, jogando-se em cima deles, os beijando no rosto, melecando-os com a maquiagem mal feita.



- A gente tem que comer o bolo! – Masato falou olhando para Mana em expectativa.



- A gente come quando voltar! – Hitsugi respondeu rapidamente, ao ver o olhar desesperado de seu irmão mais velho para si. Dizendo algumas palavras para a empregada, que ainda estava em choque, encaminharam-se para fora da casa e lançando um último olhar para a cozinha, o gothic lolita soltou uma pequena risada, com uma pontada de orgulho em seu olhar.



Na noite daquele mesmo dia...



Onze pessoas estavam dispostas à mesa saboreando um delicioso bolo. Por algum estranho motivo, a cozinha estava inteira e limpa, igualmente se via os outros cômodos daquela casa. O bolo feito pelos chibis encontrava-se agora numa cúpula de vidro na sala; decisão tomada pelo próprio dono, para guardar o primeiro presente que seus filhos fizeram. - Nem ele e nem os irmãos teriam coragem de comer aquilo - Ainda sustentava seu olhar orgulhoso e seu doce sorriso nos lábios azulados, recebendo olhares divertidos de seus irmãos.



- Kai-chan, você é um bom cozinhador! – Masato falou com o rosto sujo de doce.



- Mas só ficou gotoso pur causa do meu pirulito especial da meia! – Maya dizia enquanto ganhava mais um pedaço de bolo.



- Não! Foi por causa do talco do Ru-chan! – Teru gritava enquanto esticava seu prato também.


- Não! Foi por causa das minhas massinhas!



- Não! Foi a pepeta do Ru-chan! – disse recebendo bolo na boca, que estava sendo dado pelo seu tio Hizumi, que recebia um beijo melecado de chantilly de volta.



- Não! Foi o leite e a ração do Kazu-chan! – Mitsu se referia ao furão.



- Mas e as pedrinhas do quário?



- Sei lá, mas só saiu rápido pur causa do relóju! – Masato concluiu, enquanto olhava divertido para seus tios e okaa-chan, que agradeciam internamente a Kami por não estarem comendo aquilo.



Agora observando seus bebês dormirem, Mana realmente via que não se arrependia de ter adotado todos aqueles serezinhos especiais; cumprir a promessa que fizera para seu amado antes dele partir, realmente havia preenchido um lugar que julgava que estaria para sempre em eterna escuridão.


Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.