Houve um tempo em que River acreditou que estar ao lado do Doutor bastaria. Que tudo estava bem, porque ele estava aqui agora, não estava?

Oh, como aquilo fora inocente da sua parte.

Porque não, não bastava. Eles podiam flertar e brincar e correr, e era maravilhoso, mas um relógio pairava sobre suas cabeças, uma contagem regressiva. Isso, de algum modo, fazia as coisas piores e melhores ao mesmo tempo. As pessoas viviam sem medo do amanhã, não davam importância para o que experimentavam, um futuro infinito à frente.

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Mas ela sabia que todo momento com ele poderia ser o último, e vivia as experiências como se fossem tal. Toda vez que ela ia embora, era com um peso no coração, porque não sabia se aquela seria a última vez.

Um dia, os dois haviam se sentado no alto de uma torre de diamante, e ela havia, talvez pela primeira vez, vocalizado seus medos. Sua voz, naquela hora, era serena, mas sabia que ele conseguiria ver todo o temor em seus olhos.

O Doutor havia sorrido, um sorriso infantil, mesmo que houvesse tristeza em seu olhar. Havia lhe dito sobre mil planetas diferentes, e prometido uma aventura em cada um deles, beijando seu nariz, divertido, e colocando o braço em seus ombros.

— Não me abandone jamais. — Ela sussurrou, fechando os olhos, e uma lágrima deslizou por seu rosto.

— Nunca. — Ele murmurou, o rosto escondido em seu cabelo.

River conhecia as regras, e sabia que a primeira — o Doutor mente — era também a mais verdadeira. Por um momento, porém, ela se permitiu acreditar.