You are always here to me

Você não me ensinou a te esquecer


A vida na simulação da Terra era boa. Quer dizer, ao menos era uma vida, e isso era muito mais do que River tinha esperado.

Era uma vida normal, coisa que ela nunca imaginava ter. River acordava para tentar domar o cabelo em seu banheiro e preparar o café da manhã em sua cozinha, indo para o seu trabalho na universidade como professora de arqueologia, e no final do dia voltava, exausta, para sua casa. Frases tão simples, mas lhe eram estranhas exatamente por sua simplicidade. A vida de River Song não era fácil ou simples.

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Bem, agora era.

Não demorou muito para que tivesse dois filhos, perseguindo um sonho adormecido de ser mãe. Não se casou ou mesmo optou por uma inseminação artificial, as duas opções parecendo pouco atraentes para ela. Ao invés disso, adotou um casal de gêmeos de sete anos que completavam as frases uns dos outros e tinham o sorriso mais encantador que River já havia visto.

Ela se encontrava com seus colegas frequentemente, e tinha um ou dois amigos mais próximos. No trabalho havia um cara chamado Paul muito gentil com quem ela já havia ido em um encontro ou dois. Ela era feliz. Certo?

Não, não completamente feliz. Duvidava que um dia fosse. Porque podiam haver Pauls simpáticos e filhos encantadores, mas ela não tinha mais o seu Doutor. No menor dos gestos, em todo cenário, em cada palavra, ela se lembraria dele, e com isso vinha a dolorosa verdade que nunca mais o veria. Ás vezes isso lhe dava um olhar triste, outras noites inteiras chorando em sua cama vazia, tão vazia.

O Doutor havia lhe ensinado muitas coisas. Lhe ensinou a ver as estrelas, lhe ensinou a perdoar. Acima de tudo, lhe ensinou a amar. Mas ele havia esquecido a lição principal, talvez a mais importante.

Ele não ensinou como esquecê-lo.