Caminharam até o pátio onde estavam os jatos da SHIELD. Lá estavam Coulson e Sitwell.

– Coulson. – Clint cumprimentou.

– Sitwell não vai vir conosco né? – Lena sussurrou para Natasha.

– Eu não sei. – Natasha respondeu no mesmo tom. Lena gemeu insatisfeita.

– Estão atrasados. – Sitwell falou.

– E o quê você tem com isso? – Lena perguntou.

– Eu vou levar vocês. – Sitwell falou pomposo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Prefiro entrar num jato com um cachorro pilotando. – ela resmungou.

– Do quê me chamou? – Sitwell perguntou.

– Não falei com você. – Lena retrucou com desprezo. – Traidor. – ela resmungou.

– Chega! Lena entre no jato. Eu já vou. – Clint interrompeu. Lena e Sitwell se fuzilaram com os olhos e Lena entrou no jato seguida de Coulson.

– Agente Carter, sua mochila está aber...

Antes que Coulson terminasse a frase as coisas da mochila verde de Lena caíram no chão.

– Que ótimo. – ela resmungou se abaixando pra juntar suas coisas do chão. Coulson a ajudou.

– O que é isso? – Phil perguntou com uma caixa de madeira na mão.

– Cuidado com isso. São relíquias. Se estragar, eu levaria a vida toda pra conseguir algumas como essas. Ou até mais. – Lena comentou colocando suas coisas de volta na mochila. Coulson sentou-se numa poltrona e abriu a caixa. Ficou impressionado com o que viu.

– Você... você também coleciona. – ele sussurrou. Lena o olhou estranhando guardando sua mala de viagem no compartimento de bagagem.

– Como assim, eu também coleciono? – Lena perguntou sentando-se de frente pra Phil.

– Essas figurinhas. – Coulson mostrou uma cartinha com uma foto do Capitão América. – Eu também coleciono. – ele guardou de volta, e mexeu no bolso interno do terno.

– Você coleciona figurinhas do Capitão América? – Lena questionou puxando sua caixa pra perto de si.

– Tá brincando? Ele é meu herói de infância. – Coulson respondeu.

– Você tem a 5B?

– E repetida. – Phil respondeu.

– Quer trocar por uma 4B?

– 4B? Eu não tenho a 4B. – Phil comentou.

– Eu tenho uma repetida dessa. Quer trocar? – Lena perguntou. Phil sorriu e começou a procurar a tal da 5B.

Natasha da porta da cabine observava com atenção a cena.

– O quê aconteceu? – Clint perguntou atrás dela.

– Bom, parece que Lena não tem a 5B, mas Coulson tem repetida, então, eles estão trocando por uma que Lena não tinha. – Natasha contou prestando a atenção nos dois.

– Coulson, você tem o quê? Doze anos? – Clint se aproximou sentando-se numa poltrona na janela.

– Senhor. – Sitwell se aproximou.

– Agora não! – Phil retrucou irritado trocando uma 6F por uma 7P.

– Nós estamos pra decolar. – Sitwell insistiu.

– Tá. Tá bom, agora saia!

– Perdão, mas o que está fazendo? – Sitwell perguntou.

– Algo tão importante quanto seu emprego. Quem sabe até mais. Agora, vá lá, vai. – Coulson respondeu impaciente. Sitwell saiu meio encabulado. Lena e Clint se seguraram pra não rir. Natasha sentou-se de frente pra Clint. – Posso perguntar uma coisa?

– Pergunte. – Lena respondeu.

– Onde conseguiu essas figurinhas?

– Eu... são heranças na verdade. – ela respondeu trocando uma 3G por uma 9P. – Quando eu fiz 10 anos, eu ganhei da minha avó. Ela colecionava quando criança.

– Legal. Eu também colecionei, minha vida toda.

– Fico aqui imaginando quanto tempo meu avô teve que ficar posando pra todas essas figurinhas. – Lena comentou.

– Ele é seu avô??? – Phil se espantou.

– Sim. – Lena respondeu calmamente.

– Que foi Coulson? Vai beijar as mãos dela e pedir autógrafos? – Clint zombou. Lena o olhou com um pequeno sorriso arqueando a sombracelha. Ele sorriu como criança que apronta, e encheu seu copo com whisky.

– Como é ser neta dele? Como você descobriu? Quando? Onde? Como ele reagiu? Como você reagiu? Ele já foi na sua casa? Você já passeou com ele? Ele já te levou ao...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Calma Coulson. É muita pergunta pra uma menina só. – Natasha interrompeu.

– Tá tudo bem, Natasha. Eu também reagi assim quando Bem me contou que conheceu Sten Lee. – Lena falou docemente. – Só que eu tinha 9 anos.

Clint riu.

– Quem é Sten Lee? – Natasha perguntou.

– Ninguém importante. – Lena respondeu. Natasha deu de ombros. – E o Ben? Tem visto ele?

– Sim. É um garoto muito esperto e inteligente. Mas é bem reservado. Sempre muito quieto. Nada parecido como quando o conheci. – Phil respondeu guardando suas figurinhas.

– Acabou de conhecer uma das muitas fases de Ben Keys. – Lena comentou. –Às vezes o comparo com a lua.

“ Minha filha aguenta. Quem mandou você gostar...” – Natasha cantou.

“... Desse cara de fazes?” – Natasha e Clint cantaram em unissom, e riram. Lena fez careta pra eles.

– Ele falou porquê não fala mais comigo? – Lena perguntou.

– Ele não fala com ninguém. É no máximo um “Bom dia”, e olhe lá. Outro dia ele esbarrou no agente Parker e esbravejou um “Fique longe de mim!”. – Phil comentou. – Ele só fala com a Hill. Os dois tem andado muito juntos. Não é mais uma relação entre aprendiz e mentora. Parece ser muito mais que isso. E o estranho é que essa relação veio da parte da Hill. É como se os dois fossem... – Phil pensou. Tocou-se de algo. – Droga! – ele se levantou com pressa e foi pra outro compartimento.

– Que bicho mordeu ele? – Natasha perguntou.

– Não sei. – Lena respondeu. Clint já não prestava mais a atenção na conversa. Devia estar no segundo ou terceiro copo de whisky.

Lena notou que Coulson esquecera uma carta em cima da mesa. Ela olhou. Tinha a foto do Capitão América com seu primeiro escudo acenando.

– Ele... ele tem a difícil. – ela se riu. Decidiu devolver pra ele (o que era uma boa desculpa pra descobrir o que estava acontecendo). Se levantou e foi até onde Coulson estava. Natasha deu um tapa no ombro de Clint dizendo:

– Pare de beber! Você está em missão, vai dirigir em poucas horas, e eu não vou te aturar bêbado de novo. Da última vez você quase colocou fogo na minha casa, lembra? – Natasha brigou.

– Dá um desconto, eu tava de ressaca! – Clint retrucou.

– Desconto? Você tem ideia de quanto custou aquele robi que você queimou? Aquilo era 100% algodão e linho. Só numa ressaca você queimou 100 pratas, meu filho. – Natasha retrucou. – Sem contar a minha cafeteira!

– Tá. Mas eu não tinha pedido pra você comprar roupas pra mim. Você quem insistiu lembra? – Clint rebateu. Natasha disse mais alguma coisa, mas Lena já não ouvia. Avistou Phil falando no celular.

– Como assim “ Eu não precisava saber”? É claro que precisava. Hill é minha amiga...Não! Não vou me acalmar até você me confirmar! É verdade o que eu perguntei?... Claro que não vou contar pra ninguém, é assunto da SHIELD, então, eu preciso saber! – Phil protestou então fez-se uma pausa. – Claro que eu lembro dele... Sério? Mas ele morreu à... 15 anos...É claro! Eu sabia! Mas e o garoto? Ele sabe?

Lena se aproximou de Phil pronta pra perguntar o que estava acontecendo. Mas o avião tremeu a fazendo perder o equilíbrio, e ela caiu em Coulson que se apoiou na parede pra não ir de encontro ao chão. Ele desligou.

– Turbulência. – ele falou.

– É. – ela concordou entregando a ele a figurinha que ele esquecera. – É por isso que eu odeio voar! – ela saiu correndo voltando pra cabine em que Natasha e Clint estavam. Sentou-se em sua poltrona e travou o cinto. O avião tremeu de novo e ela segurou com força na poltrona até quase arrancar o couro desta.

– Calma Lena. Você tá tremendo mais que o avião. – Clint falou.

– É só uma turbulência. – Natasha disse em tom suave. – Já vai passar.

Lena concordou, mas não soltou a poltrona. Logo os tremores foram parando e Lena foi se acalmando.

– Bom, eu vou na cozinha ver alguma coisa pra comer. Querem alguma coisa? – Natasha se levantou.

– Eu... –Clint falou.

– Nada de whisky pra você mocinho! – Natasha o interrompeu.

– Eu só ia pedir um café. – Clint falou se fazendo de injustiçado. Natasha fungou insatisfeita.

– E você Lena? – Natasha perguntou.

– Estou bem, Natasha. Mas, obrigada. – Lena falou meio surpresa pelo fato de Natasha tê-la chamado pelo seu apelido. Natasha deu de ombros e foi pra cabine da cozinha.

– Ela não vai trazer o café, né? – Clint perguntou com um pequeno sorriso.

– Não sei, Clint. Talvez sim, talvez não. Com ela varia. Depende do humor. Você melhor do que ninguém devia saber. – Lena retrucou.

– É? Por quê?

– Bom... – Lena parou. Seria indelicado falar por qual razão ela achava aquilo. E talvez, até falta de educação. – Deixa pra lá.

– Dorme um pouco. Vai demorar um pouquinho até chegarmos em LA. Eu te acordo quando chegarmos. – Clint deu um sorriso suave.

– Tá. Obrigada, Clint. – ela sorriu encostando a cabeça na poltrona, e olhando pela janela, as nuvens fofas e azuis pelo céu escuro, relaxou.