Mentora Russa

Boa viajem!


– Lena! Acorda! A gente tem que ir pra casa da vovó! – Dani a chacoalhava.

– Tá, mas é só amanhã. – Lena falou o empurrando de cima dela. Ele caiu sentado no chão. Bufou, e pulou em cima da cama da irmã.

– Né não! Mamãe disse que é pra você levantar, porque já são 6:00. – Dani retrucou. Ela se virou o olhando. Ele confirmou balançando a cabeça. Ela arregalou os olhos e se levantou correndo, mas caiu com os pés embolados nos cobertores. Se levantou indo em direção ao guarda roupas.

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– Dani, vai falar pra mamãe que eu já tô descendo. – Lena falou abrindo as portas do guarda roupas. O pequeno desceu da cama e saiu do quarto correndo. Lena vestiu sua calça jeans preta, sua blusa azul escura, e sua jaqueta de couro preta. Pegou sua mochila e sua mala e desceu as escada.

– Wow! Você é o quê? Agente do governo? Que visu chique! – Safira perguntou ao ver Lena.

– Mais ou menos isso. – Lena resmungou.

– Tá. Deixa pra lá. Coloca tuas coisas no porta malas e entra no carro. – Safira falou.

Eles foram pro aeroporto bem na hora do embarque, eles se despediram da mãe, e entraram no avião. Lena se esforçou ao máximo pra não parecer nervosa, e acabar assustando o irmão.

Já voavam à três horas.

– Lena, posso comer o bolinho que a mamãe guardou na minha mochila? – Dani pediu.

– Claro. – Lena falou se levantando e pegando a lancheira do irmão de baixo do banco. Abriu, e entregou o pote com bolinho, e a garrafinha de suco de laranja pro irmão. Seu celular tocou. – Ham... eu já volto, tá? Fica quietinho aí, OK?

– Tá. – Dani falou abocanhando o bolinho. Lena caminhou até o corredor do banheiro.

– Alô? – ela atendeu.

– Está aproveitando a viagem? – ouviu-se a voz de Fury.

– Isso é tudo armação tua, né seu aeroporto de mosquito caolho!!!???? – Lena retrucou em tom baixo, mas divertido.

– Me chamou de quê? – Fury riu. – Deixa pra lá. É, tem dedo meu nessa história. Mas isso sempre aconteceu todo fim de ano. Eu só antecipei as coisas. E como a casa dos seus avós fica aqui, não pude deixar essa passar.

– Você não presta! – ela reclamou. – Faz o que quer com seus agentes, que nem brinquedos na sua coleção!

– Eu não sou assim. Eu sou um cara muito legal. – Fury retrucou. – Sou tão legal, que até tenho uma surpresa pra quando você chegar.

– Não é um cachorro, né? – Lena brincou.

– Não. Esse é o presente que seus avós prepararam pra você e seu irmão. – Nick retrucou.

– Seu estraga prazeres! – Lena chingou bem humorada. – Eu tô é com medo dessa surpresa. Vindo de você ainda!

– Do meu ponto de vista é boa. – Lena quase podia vê-lo relaxar na cadeira e apoiar seus pés em cima da mesa. – Se você vai gostar ou não, não depende de mim. Boa viagem. – Fury desligou.

– Nick...- ela falou, mas ficou no vaco. Bufou guardando o celular no bolso. Voltou pro seu lugar, e passou o resto da viagem sem silêncio assistindo filme em sua poltrona.

...

– Vovô Jorge!! – Dani gritou correndo e pulando no colo do grande senhor alemão. Lena se aproximava com as malas.

– Oi querida. – sua avó, Rita Carter falou beijando-lhe a testa. – Como Dani se comportou?

– Bem. Ficou quietinho. – Lena falou, Rita sorriu. Jorge se aproximou com Dani sentado em seus ombros. Pegou uma mala grande das mãos de Lena beijando-lhe a testa.

– E como você passou a viagem? – Rita perguntou enquanto caminhavam pra fora do aeroporto.

– É... como a senhora costuma dizer, nada como ter um ataque pra se valorizar a vida.

– Imaginei. – Rita riu. – Você nunca gostou de alturas.

– Sabe como é, vovó. Sou uma garota que tem os pés no chão. Sei meus limites.- Lena encolheu os ombros.

– Lena tem medo de altura?- Dani perguntou.

– Não, querido. – Lena respondeu com um sorriso. – Cair, é outra história.

Dani riu enquanto entravam no carro.

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Logo, estavam na estrada. Dani não parava de tagarelar sobre o quanto estava feliz de passar as férias na casa de seus avós, e contava tudo o que fizera no ano. Também perguntava se havia mudado muita coisa na rua, Rita respondia as perguntas do garotinho com paciência. Era possível ouvir a risada baixa de Jorge enquanto dirigia.

Logo chegaram ao tranquilo bairro onde seus avós moravam. Lena observava pela janela as pessoas em suas casas. Via um homem lavando o seu carro, uma mulher aguando o jardim, as crianças brincando na rua... logo viu uma silhueta conhecida.

– Aquela é a senhora Mackenzie? – Lena perguntou. Rita olhou pela janela.

– É sim.

– Pensei que ela morasse na casa em frente a sua.

– Ah! É que o filho dela se mudou pra cá. – Rita explicou.

– Como é? Alguém teve coragem de ter um filho com ela? – Lena se assustou.

– Acredite se quiser.

– Ela continua a mesma, eu suponho. – Lena arriscou.

– Sim, nada que acontece no bairro passa batido por ela.- Rita respondeu. Lena deu um pequeno sorriso. – Coitada da nossa vizinha. Pobre moça, a Mackenzie não a deixou em paz durante três meses depois que arrombaram a casa da moça e mataram o cachorro.

– Nossa! Sinto mais pena dela ainda porque ela ficou na mira da senhora Mackenzie. – Lena comentou enquanto Jorge estacionava.

– Ela mora aqui do lado. – Rita comentou apontando pra casa à esquerda.

– Bem do lado do meu quarto. – Lena se riu descendo do carro. Dani desceu correndo e foi perturbar o avô enquanto ele tirava as coisas do carro. Rita foi abrir a porta de casa. Lena ficou encarando a casa da tal vizinha. Ela achava curioso morar alguém ali. Não que a casa fosse feia. Não! Era um sobrado aconchegante e convidativo, mas sempre que Lena vinha passar a temporada na casa dos avós, a casa estava sempre trancada sem nenhum sinal de vida, ou morador. Lena encostou-se no carro. A porta da casa vizinha se abriu, e de lá saíram uma mulher e um homem. Lena logo reconheceu e ficou espantada. O dois trocaram algumas palavras e se abraçaram. O homem viu Lena e sorriu. Ela se desencostou do carro boquiaberta. Não podia acreditar que logo “ela” era sua vizinha. A mulher a viu também e não gostou muito.

– Eu não acredito! – a mulher resmungou.