Mentora Russa

Depois do treino...


– Se saiu muito bem hoje. – Peter comentou enquanto eles caminhavam pelo pátio.

– Quem? – Lena perguntou, estava distraída.

– Você. Se saiu muito bem no treino. Nunca vi alguém bater na Romanoff e sair dessa ilesa. – Peter falou enquanto eles paravam na sombra de uma coluna.

– Você sabe que eu não queria machucar ninguém. – Lena retrucou se encostando na parede, cansada.

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– Eu sei. Mas, o resto do treinamento... você foi excelente. Nunca vi alguém aprender tão rápido. Você leva jeito pra isso. – Peter elogiou.

– Levo jeito pra bater em pessoas? – Lena riu.

– Tem algumas pessoas que não levam o menor jeito pra lutar. Mas... sei lá... do jeito que você lutou, parecia que fazia isso a tempos. É como se as artes marciais estivessem no seu sangue.

– Você viu essa frase em algum filme? – Lena riu. – Com certeza algum que eu não assisti.

– Não, tô falando sério, garota. – ele riu. Mas se acalmou.- Você treinou bem. Lutou com graça, elegância e manteve a pose. Era como se você estivesse dançando. – ele falou segurando na mão dela. Ela ficou sem reação, um pouco encabulada.

– Talvez. Seria... se eu soubesse dançar. – ela comentou. Peter riu. Lena viu Bem se aproximando, não parecia feliz. Ela afastou sua mão da de Peter, que não tinha visto Bem, portanto não entendeu o porquê da reação da garota, mas não falou nada. – Oi Ben. – ela sorriu.

– Vamos. – ele segurou no pulso dela.

– Ham... claro. Esse é o Peter. Peter, este é Ben Keys, meu amigo. – Lena apresentou.

– Oi. – Ben falou em tom nada amigável.

– Oi. – Peter sorriu. – Você é o novo aprendiz da Hill, se não me engano, né?

– Sou, e daí ? O quê você tem com isso? – Ben perguntou em tom grosseiro.

– Nada... eu só acho ela bem legal. – Peter respondeu.

– Bom pra você. Vamos Lena. – Ben falou enquanto a puxava pra longe de Peter.

– Até amanhã, Peter. – Lena falou para Peter .

– Até, Lena. – Peter falou acenando com a mão.

Ben a arrastou até o outro lado do pátio, perto do lugar onde estavam alguns jatos, e naves militares de combate.

– Ben. Eu sei que você é forte... mas não precisa demonstrar isso em mim. – Lena falou com dor.

– Oh. Desculpa. – Ben falou mais amigável a soltando.

– Valeu. – ela falou massageando o pulso. – E aí? Como foi seu primeiro dia?

Ben sorriu como se estivesse esquecido de ficar bravo.

– Foi incrível. O andar de computadores daqui é incrível. Foi o melhor presente de Natal que já ganhei! – ele falou com os olhos brilhando. Lena sorriu em ver seu amigo feliz. – E como foi seu dia com a Romanoff?

– É... não dá pra reclamar. Ela é uma boa mentora. Firme, e até um pouco... muito antipática. Mas ensina passo a passo, pergunta se eu entendi, repassa tudo até eu fazer direito. Pensei que seria pavio curto, mas... se mostrou paciente e pareceu levar o treinamento a sério, mesmo não gostando de mim. E... até comentou quando eu fiz tudo do jeito certo.- Lena respondeu.

– Você sabe... que acabou de se descrever ensinando o Clay a fazer gráficos, certo? –Ben falou.

– Está dizendo que eu sou igual á Romanoff? – Lena perguntou.

– Estou. Qual a diferença entre vocês, além de que ela é uma superespiã, e você é só uma nerd do terceiro ano do ginásio? – Ben perguntou.

– Eu não mato. E não gosto de machucar as pessoas. – ela respondeu. – Mas...é boa mentora.

– Interessante você dizer isso. – uma voz falou por de trás deles. Eles se viraram assustados.

– Sua mãe nunca lhe ensinou que é feio ouvir a conversa dos outros sem ser convidada? – Lena repreendeu.

– Não...ela não teve tempo pra isso. – Natasha respondeu com um pequeno sorriso.

– E por quê não se anunciou? – Lena insistiu.

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– Não é educado interromper a conversa dos outros. – Natasha deu de ombros.

– E é educado ouvir a conversa alheia? – Lena retrucou.

– Depende do ponto de vista. – Natasha respondeu mantendo seu pequeno sorriso.

– O que você quer? – Lena perguntou.

– Eu só queria dizer que Clint pediu pra avisar que o avião tá pronto.

– “Clint”? – Lena ficou confusa.

– O agente Barton. – Ben cochichou para ela.

– Ah tá. – Lena resmungou. Natasha tomou a dianteira até o jato onde Clint os esperava. Ben logo subiu seguido de Clint, mas antes que Lena subisse, Natasha a chamou.

– Diga.- Lena virou-se para ela.

– Você estava falando sério? – Natasha perguntou.

– Sobre o quê ? – Lena indagou.

– Sobre o treinamento.

– Eu sempre falo sério sobre minha opinião. Principalmente quando converso com meu melhor amigo. – Lena respondeu calma.

– Bom então, obrigada. Nenhum aprendiz meu comentou muito sobre o treinamento. – Natasha falou. Lena cruzou os braços.

– Isso é porque você só teve aprendizes adultos, quase todos homens. Que só sabiam comentar o quanto você é bonita.

– Muito bem, até onde sei você não lê mentes. – Natasha cruzou os braços desconfiada.

– Não leio. Mas dedução, e observação são meus fortes. – Lena respondeu.

– Isso é muito bom. E é gratificante saber o que você pensa sobre mim como mentora.- Natasha falou em tom profissional.

– Bom, e é gratificante pra mim saber que você me acha forte. – Lena sorriu. Natasha a dispensou com um aceno. Lena subiu as escadas.

– Só mais uma coisa.- Natasha falou. Lena virou-se para ela. – Você... por acaso...é alemã?

– Não. Mas eu falo. Meu avô é alemão. – Lena respondeu.

– Hum... bem que eu te achei um pouco fria.

– EU sou um pouco fria? – Lena ironizou. Natasha riu.

– Bom, até amanhã... aprendiz não completamente alemã.

– Até amanhã, mentora russa. – Lena retrucou entrando. Natasha voltou para dentro da base.

– Que clima, heim? – Clint comentou.

– Ouvindo conversa alheia, Gavião Arqueiro? – Lena perguntou entrando na cabine.

– Por quê? Era confidencial? – ele perguntou a seguindo.

– Um pouco. Mas foi falta de educação de sua parte. – ela se sentou de frente pra Ben.

– Bom, depende do ponto de vista. – Clint sorriu.

– Tudo pra vocês é ponto de vista, né?

– Bom... – Clint pareceu pensativo. – Isso também é um ponto de vista.

Lena revirou os olhos, Ben e Clint riram.

– Vou ver a decolagem com o piloto. – Clint falou indo pra cabine do piloto.

– Como foi seu treinamento com a Hill? – Lena perguntou pra Ben.

– Foi bom. Maria é muito atenciosa. Ela é legal. – Ben respondeu.

– Ela parece gostar de você. Se deram bem logo de cara! – Lena comentou.

– É... achei meio estranho isso. Pensei que eu é quem seria o histérico ansioso e pegajoso, mas ela pareceu muito mais minha fã do que eu dela. Ficou fazendo um monte de perguntas sobre meus amigos, sobre a escola, e meu trabalho. E até perguntou qual minha relação com você.

– E... o quê você respondeu??? – Lena arregalou os olhos assustada.

– Que somos amigos desde os quatro anos. – Ben respondeu. Lena relaxou. – Pensei que ela não gostasse de novatos.

– Ela não gosta. – Lena deu de ombros. – Mas gostou de você. Por alguma razão que ainda não consigo decifrar. – Lena piscou pensativa.

– Ué? Não é você que sabe de tudo?

– Eu decifro pessoas, Ben. Não sou adivinha, e nem leio mentes. – Lena retrucou.

– Hum... – Ben gemeu pensativo. – E o que aprendeu hoje?

– Ah! Um pouco de defesa, básico. – Lena deu de ombros. – Não achei tão difícil. Mas Peter disse que eu me saí bem.

– E o quê que Peter sabe sobre isso? – Ben reclamou irritado.

– Ele é o Homem Aranha. – Lena retrucou. Ben revirou os olhos. Lena suspirou, obviamente Ben não queria falar sobre isso. O melhor a se fazer era mudar de assunto. – Sabe, Ben, eu conheci o Capitão América hoje.

– Sério? – Ben se arrumou na poltrona animado. Lena sorriu e contou ao amigo como conhecera o Herói da Segunda Guerra Mundial, e se tornara amiga dele. Contou que ele era exatamente como sua avó e sua bisavó contaram em suas histórias quando ela era criança. Ben ficou animado com tudo o que a amiga contara. Ele contou sobre seu primeiro dia de treinamento. – Maria é incrível. Todos foram bem legais comigo. Por um momento eu até... me senti como se ... tivesse uma família. – ele falou abaixando seu tom. Lena deu um sorriso compreensivo. Ela sabia melhor do que ninguém o que o amigo passara por todos esses anos que o conhece. Ben não tinha irmão ou irmã, nem pai nem mãe. Ele morava com seus avós desde que entendia por gente. E o pouco que eles lhe contaram, não era o suficiente pra saber de onde ele veio.

– Mas é isso o que nós somos. – uma voz falou os assustando. Eles se viraram, era Barton. – Todos somos como uma grande família.

– E por que a Romanoff não gosta de mim então? – Lena questionou. Barton franziu as sobrancelhas com um pequeno sorriso.

– Você gosta de todos os seus parentes? – ele perguntou.

– Bom... – Lena pensou. – Tem meus primos de segundo grau. Não gosto muito deles. Parei de confiar no que diziam quando roubaram meus doces quando eu tinha sete anos.

– Viu? É a mesma coisa. – Barton sorriu. Lena fez-lhe uma careta. – Chegamos.

...

– Vai buscar a gente amanhã, Barton? – Lena perguntou. Enquanto ele dirigia.

– Não. Tenho uns assuntos a tratar no Novo México. Fury vai mandar alguém pra pegar vocês amanhã.- Clint falou estacionando. – Pronto, estão entregues.

– Provavelmente vai ser o Sitwell quem vai nos buscar. – Lena bufou.

– Impossível. Ele vai comigo. – Clint retrucou. – Por quê? Não gosta dele?

– É... fã é que não sou. – ela respondeu.

– Tudo bem, - Clint sorriu. – eu também não sou “fã” dele.

– Valeu, Clint. Se cuida. – Lena sorriu agradecida abrindo a porta do carro. – Vamos Ben.

– Se cuida, esquentadinha. – Clint sorriu de volta. Lena fechou a porta depois que Ben saiu. Clint suspirou dando partida no carro. Quem sabe ele até que não seja tão durão e frio. Talvez, ele seja legal.