Capítulo 4 - Meu Erro

Se alguém, até aquele momento, achava que já tinha visto Isabelle Ligtwood brava, essa pessoa não tinha visto nada. Izzy estava furiosa.

– Filho da puta – As palavras jorraram de sua boca. E, convenhamos, dirigidas a um filho da noite elas soavam estranhas – C-como você pode fazer isso seu.... – Ela não sabia o que fazia primeiro: se chorava ou batia nele. Decidiu por fim ser forte e continuar em um meio termo.

– Izzy meu amor....deixa eu explicar – Simon balbuciou as palavras tentando se justificar. Porém ela estava determinada a não deixa-lo falar.

– Me procure quando você for homem o suficiente para ter uma mulher só! – Isabelle conseguiu dizer apenas isso antes de correr até a sala de treino e se trancar lá.

Há poucos minutos, antes de começar a gritaria, Izzy estava voltando de uma batalha quando teve a brilhante ideia de passar no santuario ver se Simon estava ali. E estava mesmo. Estava com a boca a centímetros, ou melhor, milímetros, da de uma vampira qualquer.

Isabelle explodira, começara a gritar com Simon e amaldiçoar a todos por quem passava. Agora ela estava ali, socando um boneco, para não socar Simon, e tentando não chorar.

A porta de abriu instantes depois e ninguém menos que Clary entrou. Izzy não dirigiu um olhar a ela, estava braba de mais para isso. A ruiva ficou a observando um tempo antes de finalmente falar:

– Ele te ama muito Izzy – Tentou consola-la por fim, sem muito sucesso. Isabelle parou de espancar o boneco antes de responder.

– Então por que raios ele estava beijando aquela vampira? – Ela sabia que o seu rímel provavelmente já estava borrado e nem tentou esconder o fato da amiga – Por quê?

– Isabelle – Clary começou – Ele olha pra você de um jeito que eu nunca vi ele olhar para ninguém. Nem mesmo pra mim, nem mesmo pra Maia, muito mesmo pra aquela vampira – Continuou em um só fôlego – Izzy, ele te conhece como ninguém. Ele sabia que você estaria na sala de treino e que odiaria vê-lo. Ele te ama.

Isabelle sentiu uma pontinha de esperança se ascender em seu peito, mas se limitou a esmaga-la – Mande ele em bora – Conseguiu dizer por fim – Por favor – Suplicou. Clary saiu da sala suspirando.

– Amanhã vocês conversam – Disse por fim – Só não parta o coração dele – Murmurou baixinho.

Izzy riu com a possibilidade. Afinal, o contrário já tinha acontecido.