Crônicas demoníacas
Tentativas e erros
Eric
– Adeline? - disse Eric tentando acordar a garota. - Vamos querida, acorda.
A próxima vítima de Magnus tinha sido Adeline. A dor de cabeça que a garota sentiu foi insuportável e não era uma dor que humanos ou qualquer tipo de criatura sentiria. Era magia, magia negra. Mas quando Eric tocou na irmã ela apenas disse que a dor tinha parado e então, desmaiou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Adeline abriu os olhos lentamente e a primeira pessoa que viu foi Eric, a garota sorriu e tentou pelo menos se sentar no sofá.
– Ei, ei. Vai com calma ou vai acabar dando de cara com o chão de novo. - disse Eric ajudando-a se sentar.
– O que ele quer? - disse Adeline se referindo a Magnus.
– Vingança. - disse Godric enquanto entregava uma xícara de café a Adeline.
Adeline a pegou e deu alguns goles. Ela parecia angustiada, mas também, foi vítima de Magnus e isso era terrível. Eric só conseguia pensar em acabar com o desgraçado e finalmente fazer pedaço do infeliz.
– Eric, vamos? - perguntou Lucy pegando seu casaco na poltrona.
– Claro.
Adeline puxou o braço de Eric antes dele se levantar por completo do sofá ao lado dela.
– Onde você vai?
– Eu já volto, Godric vai ficar aqui com você.
Eric se inclinou até Adeline e deu um beijo na testa da garota e foi até Lucy, onde os dois saíram pela porta da frente junto de Logan.
– Você acha que vai dar certo? - disse Logan - Porque eu duvido muito.
– Seja positivo, pode ser que um dia as coisas boas venham até a gente. - disse Lucy.
Eric, Lucy e Logan caminhavam até o centro da cidade de Nova Orleans. Todos com seus casacos de couro e aparência suspeita aos olhos de qualquer um. Eric havia colocado na cabeça de que alguma bruxa na cidade podia acabar com o feitiço de Magnus sobre eles. Bruxas em Nova Orleans não era difícil de se encontrar, só era difícil encontrar alguma bruxa de verdade e claro, uma bruxa poderosa.
– Qual é rapazes - disse Lucy - , mudem essa cara. Pelo menos estamos no centro da cidade juntos, que mal faz isso?
Lucy se meteu no meio dos dois e entrelaçou um de seus braços no braço de Eric e o outro braço no braço de Logan.
– Como você quer eu mude minha cara - disse Logan - , se estamos procurando uma agulha em um palheiro?
– Seja positivo Logan, estamos juntos. - ironizou Eric imitando a voz de Lucy.
Logan deu uma risada e Lucy deu um tapa no peito dos dois, mas também riu.
O trio parou em pelo menos sete barracas onde as mulheres diziam ser bruxas e nada, nenhuma era verdadeira. Mas depois de pedir mais e mais informações por Nova Orleans, um vendedor de jóias falou sobre uma bruxa que atendia em uma lojinha ali perto, intitulada ''Artifícios Mágicos''. Os três entraram na loja e realmente, o lugar era cheio de velharia e artifícios curiosos aos olhos de todos. Assim que entraram Logan chamou a atenção de Eric e Lucy para o teto, havia uma armadilha do diabo bem em cima deles. Talvez esse fosse o lugar certo. Logan foi até o balcão e tocou o sininho enquanto Lucy e Eric exploravam o local.
– Lucy. - disse Eric fazendo sinal para Lucy ir até ele.
– O que foi?
– Olha isso.
Eric entregou para Lucy um frasco com uma espécie de purpurina roxa reluzente.
– Isso é... - disse Lucy enquanto examinava o frasco.
– Pó de fada, é.
Lucy arqueou as sobrancelhas e colocou o pó no lugar.
– Sejam bem-vindos na lojinha de artifícios mágicos da tia Tara! - disse uma garota que aparentava ter pelo ou menos 23 anos.
Logan sorriu para ela e Lucy e Eric foram até o irmão.
– Você é Tara?
– Não, sou só a sobrinha dela, Mônica. Em que posso ajudar?
Eric foi até o balcão e apoiou uma das mãos na parte de madeira do móvel enquanto observava os artefatos no vidro.
– Que interessante. Essas coisas são realmente de verdade?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Eric apontou para um osso em forma de U meio deformado onde dizia na etiqueta ''Clavícula de Sereia.'' A atendente dirigiu os olhos para o osso e voltou seus olhos para Eric, sorrindo.
– Sinceramente eu não sei. Minha tia que consegue essas coisas importadas, mas porque?
– Porque tem uma armadilha do diabo no seu teto. - disse Lucy sarcasticamente.
Mônica congelou, parecia que tinha visto um fantasma. Ela encarou Lucy e rapidamente pegou uma garrafa de água que estava no seu lado e jogou no rosto e Lucy.
– Merda! - disse Lucy com água no cabelo e no rosto - Porque fez isso?! - gritou Lucy.
– Não são demônios? - perguntou Mônica ainda com a garrafa na mão.
– Água benta, não é mesmo? - deduziu Logan.
– Quem são vocês?
Eric suspirou e Lucy bufou. Os dois já pareciam estar perdendo a paciência.
– Você pode pelo menos me dar uma toalha? - reclamou Lucy.
– Desculpe.
Mônica pegou uma toalha em baixo do balcão e jogou para Lucy.
– Primeiro, se fossemos demônios tínhamos ficado presos na maldita armadilha para o diabo! E segundo, como você sabe de tudo isso?
– Você ficaria surpresa. - disse Mônica.
– Eu duvido. - falou Lucy em um tom sarcástico.
Mônica suspirou e deu um gole na água. A garota encarou os três como se eles realmente fossem demônios.
– O que vocês querem?
– Falar com sua tia. - disse Eric. - Ela está? Porque não estou com muita paciência.
Mônica levou os três para uma sala da onde a mesma tinha saído. Com uma porta de conchinhas e tecido. A sala era normal, meio exótica e rústica, mas normal. Havia uma prateleira cheia de livros e uma mesa com comida e bebida no centro, como se Mônica fosse dar uma festa. A tia Tara estava sentada em uma almofada no chão, parecia meditar, mas se levantou rapidamente assim que ouviu a voz de sua sobrinha e os passos de outras pessoas. A mulher aparentava ter pelo ou menos 53 anos de idade. Cabelos escuros encaracolados e uma roupa bem colorida que até doía os olhos se olhasse por muito tempo. Tara deu um sorriso para os três, mas parecia um sorriso forçado.
– Em que posso ajudar?
– Me falaram por ai que a senhora é uma bruxa. - disse Lucy ainda se secando com a toalha.
Tara fechou seu sorriso e encarou os três. Mônica fez uma expressão surpresa, mas não deu nenhum passo se quer.
– Podem fazer qualquer coisa comigo, só não machuquem a Mônica. - disse Tara se esquivando para trás.
– Por mim tudo bem. - disse Eric dando um passo para a frente em direção a Tara.
– Eric - disse Logan - , não viemos aqui para torturar.
– Eu esqueço rápido das coisas. - ironizou Eric encarando Tara.
Logan revirou os olhos e foi até Tara e afastou Eric um pouco da mulher.
– Não vamos machucar você, eu pelo menos não vou. Mas meus irmãos são um pouco impacientes, principalmente Eric.
– O que vocês querem de mim?
– Nada, só queremos saber se a senhora consegue desfazer um feitiço bem velho e poderoso.
– Que tipo de feitiço.
– Magia negra. E das boas. - disse Lucy jogando a toalha para Mônica.
– Magia negra? - Tara pareceu apavorada - Não, não. Eu não mexo mais com essa merda, agora só magia branca.
Eric revirou os olhos e foi rapidamente até Tara e a pegou pelo pescoço e a levou até uma coluna da sala e a levantou, enquanto apertava mais o pescoço da senhora. Tara tentava lutar contra a força de Eric mas era impossível.
– Escute aqui. Tem um bruxo antigo e filho da mãe enfeitiçando minhas irmãs e isso acaba com elas, quase mata elas pode-se dizer. Só queremos saber se você sabe acabar com esse tipo de magia.
Tara tentou respirar mas foi inútil, assim como tentar responder a pergunta de Eric.
– Solta ela. - disse Lucy. - Assim ela não consegue responder, você está prendendo o ar da mulher.
Eric soltou Tara e ela deslizou pela coluna da sala e Mônica correu até ela, tentando ajuda-la.
– Eu sei, acho que sei... - Tara respirava com dificuldade. - Mas não pratico mais magia negra e também não posso.
– Porque não? - perguntou Logan.
– Porque se eu usar magia negra os demônios vão me rastrear e me pegar.
– Como? - perguntou Lucy.
– Eu vendi minha alma com 19 anos para poder usar magia de todos os tipos e ser bem sucedida na vida.
– Mas o prazo acaba em dez anos, como você ainda está viva? - perguntou Lucy.
Tara e Mônica encararam a garota como se ela fosse um demônio. Era só o que faltava jogarem água benta nela de novo.
– Eu fugi. - disse Tara - Me instalei em Nova Orleans e consegui uma vida aqui. Aprendi todo o tipo de magia para fugir de demônios e eu não saio daqui. Aqui é minha proteção, meu templo e só aqui estou segura. Se eu sair ou usar magia negra eles irão me rastrear e eu vou morrer.
– Não - disse Lucy - , você vai apodrecer no inferno e ser torturada a cada dia. Cada pedacinho seu será cortado todo dia e no outro será reposto para poderem fazer tudo de novo e assim será para sempre.
Tara e Mônica encararam Lucy de novo e até mesmo Logan, como se dissesse para ela parar com aquilo, pois não estava ajudando. Mônica levantou uma das mãos rapidamente e a garrafa de água benta jorrou água na Lucy outra vez.
– Eu não sou um demônio! - gritou Lucy.
Eric e Logan se entreolharam e Eric puxou Mônica para se levantar. Ele ficou cara a cara com a garota e a observou.
– Então você é bruxa? - disse Eric.
– Não! - gritou Tara - Deixem ela em paz.
– Vou deixar, assim que ela desfazer o feitiço.
– Não! - disse Tara.
– Tudo bem. - disse Mônica - Só não machuquem minha tia.
– Feito. - Eric deu um sorriso sarcástico.
Logan revirou os olhos e deu um tapa no braço de Eric, dando sinal para ele soltar Mônica.
– Não se preocupe, ele não vai machucar sua tia. É só você nos ajudar.
– Eu vou. - disse Mônica - Mas afinal, o que vocês são?
Tara suspirou.
– Vampiros.
Logan e Eric rapidamente voltaram os olhos para a velha bruxa, menos Lucy, que estava muito ocupada se secando.
– Como sabe? - perguntou Logan.
– Sua força, rapidez. A bonitinha sabendo tudo do inferno como se já tivesse ido lá ou passado por um na vida real. - respondeu Tara com tranquilidade absoluta.
– Acredite, eu já estive lá. - respondeu Lucy.
Tara franziu a testa para Lucy e se levantou com dificuldade. A mulher caminhou até a estante de livros mais próxima e voltou até sua sobrinha e entregou o livro.
– Ai está. Como parar feitiços ou invocar coisas.
Todos seguiram Tara até uma mesa de feitiço redonda e se sentaram nas cadeiras em volta dela. Na mesa continha um pentagrama desenhado e em volta dele vários símbolos, uns para afastar espíritos, outros para afastar demônios e outros que nem mesmo Eric sabia o que era.
Os três explicaram tudo para Mônica e Tara, sobre o que aconteceu com Lucy e com Adeline e sobre Magnus ser todo poderoso e se achar o bruxo mais maravilhoso de toda a história. E claro, se pacto com o diabo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Vamos começar. - disse Mônica - Primeiro, vou tentar fazer um contato com Magnus.
– O que? - perguntou Lucy meio apavorada.
– Relaxe, não é esse contato. Vocês querem que eu veja se ele está no inferno e como parar a magia dele, tudo bem, vou fazer isso. Deem as mãos.
Todos deram as mãos e então Mônica começou a citar algumas palavras, obviamente o feitiço. Isso devia ser língua de bruxa porque ninguém estava entendendo nenhuma só palavra do que ela dizia.
– Alguém está tentando se comunicar com vocês.
– Quem? - perguntou Eric.
– Não é o Magnus se é isso que está pensando.
Não era isso que Eric estava pensando, ele queria que fosse Oliver. Queria que o irmão tentasse se comunicar com eles e dizer alguma coisa reconfortante como '' eu vou sair daqui logo''.
– Alguém está tentando avisa-los de alguma coisa. - disse Mônica.
– Do que? Precisamos saber Mônica. - disse Lucy pronta para arrancar fora a cabeça da bruxa.
Mônica parou o feitiço e deu um grito que soou em um tom agudo e a maioria dos espelhos da sala começaram a quebrar. Todos taparam os ouvidos, aquele som era terrível e para os vampiros mais ainda já que a audição é mais sensível e eles podem ouvir tudo a distancias. Mônica começou a tremer e não parava de gritar. Uma coisa branca e espumosa começou a sair da boca da garota e ela caiu no chão e não parou de tremer, parou de gritar, mas de tremer e soltar a espuma branca não. Ela parecia fora de si e parecia estar tendo um ataque epilético. Tara foi até a sobrinha e se ajoelhou do lado dela e começou a rezar e aquilo adiantou, a garota parou de tremer e cuspir. Eric não acreditava no que via, ele nunca viu alguém rezar para outra pessoa e essa pessoa parar de ter um ataque, parecia até mentira. Mas no mundo que ele vivia tudo era possível.
– Você está bem? - perguntou Tara com o coração acelerado que Eric podia ouvir dali.
– Estou. - Mônica se levantou e encarou o trio. - Não era Magnus. Eu não sei o que era mas queria avisar vocês de alguma coisa, eu só ouvi uma voz bela e doce dizendo para vocês ficarem longe de Magnus e depois disso, eu apaguei.
– Apagou? - perguntou Logan - Você estava dando um ataque!
– Eu sei, mas eu não parecia estar no meu corpo.
Lucy e Logan trocaram olhares enquanto Eric observava Mônica e Tara, ainda abismado. Lucy colocou as mãos nos ouvidos e começou a descer, como se seus ossos estivessem quebrando. Ela ficou de joelhos e começou a gritar enquanto tapava os ouvidos.
– Alguém faz isso parar! - gritou Lucy
Não tinha nada, só Lucy estava ouvindo alguma coisa. Eric se ajoelhou na frente de Lucy e colocou suas mãos no rosto da garota.
– Lucy, se acalma!
Lucy deu outro grito e Eric puxou ela para perto dele e a garota começou a se balançar toda nos braços de Eric e sangue começou a escorrer do canto dos olhos da garota. Ela não parava, parecia em pânico, mas então, ela parou e tirou as mãos dos ouvidos. O sangue ainda escorria pelo canto dos olhos dela, como se estivesse chorando. Ela olhou para todos e então desmaiou nos braços de Eric.
Eric e Logan levaram Lucy de volta para casa e a deixaram deitada no sofá da sala com a supervisão de Adeline e Godric. Eric e Logan contaram para eles o que havia acontecido na lojinha da Tara e sobre o aviso pela metade de Mônica sobre quem queria avisa-los.
– Mais alguém querendo vingança contra a nossa família? - perguntou Adeline.
– Acho que não. - disse Logan - Mônica disse que era um aviso, alguém tentando nos alertar sobre ele. Acho que não é nada contra nós. Talvez, tem alguém do nosso lado.
– Não viva com o talvez, precisamos investigar isso a fundo. - respondeu Godric, pensativo.
Eric os deixou conversando e cuidando de Lucy e então pegou uma garrafa de Whisky e foi direto para o quintal de trás observar a água da piscina ou a grama crescer.
Ele deu alguns goles no Whisky e ficou pensando no que aconteceu com Lucy lá naquela lojinha e lembrou do seu desespero ao imaginar perde-la. Ele não podia perder Lucy, não podia perder mais ninguém. Muitas pessoas já haviam ido e agora Oliver, ele não aceitaria perder mais ninguém. Eric jogou a garrafa de Whisky longe com toda a sua força e se deitou na grama e começou a observar o céu. A coisa que fez isso com Lucy e com Mônica é poderosa, mais poderosa que Magnus e isso não estava assustando só ele e sim a família toda, um inimigo pior que Magnus é mortal e Eric, não estava nem um pouco afim de ir para o Purgatório.
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