Crônicas demoníacas

Sede de sangue - Segunda parte


– Na verdade, precisamos falar sobre Charlotte. - respondeu Lúcifer, o tio de Lucy.

Adeline

O próprio Lúcifer parado na sala de estar da mansão La Fontaine, sentado no sofá, parecia até piada falando desse jeito. Adeline já tinha visto o chefão do inferno algumas vezes, por ele ser tio de Lucy ele as vezes os visitava para dar uma olhada na sobrinha única e preferida. Mas hoje não era uma visita qualquer, hoje era para falar de Charlotte e isso não soava muito bem para Adeline. Lúcifer era um dos que comandava o conselho sobrenatural, quem comandava o conselho não eram muitas pessoas, apenas os primordiais, por saberem muito mais. Só que os primordiais estavam nem ai, só queriam saber deles mesmos e que se danasse o mundo, por isso, outras pessoas comandavam no lugar deles e quando a parada ficava séria eles chamavam os primordiais para resolverem, isso se eles quisessem ir. Mas para Lúcifer vir pessoalmente, havia acontecido algo muito sério.
– O que tem Charlotte? - perguntou Lucy indo até seu tio.
Lúcifer se levantou do sofá e foi até Lucy, puxou ela para perto de si e beijou sua testa.
– Primeiramente, olá. Eu não te vejo desde o verão passado. - ele sorriu para Lucy.
– Eu sei. - ela retribuiu o sorriso - Fale de Charlotte, já estou começando a me preocupar. - suspirou.
– Crowley disse que ela causou muitas mortes aqui em Nova Orleans e que tiveram várias testemunhas. Isso é um problema. - Lúcifer disse a última frase com sarcasmo na voz. - Eu em particular não me importo, mas a fila para o inferno está enchendo e isso está incomodando Lilian e se Lilian se incomoda, ela me incomoda. - disse Lúcifer olhando para todos na sala.
Ninguém mostrou reação nenhuma. Mas Adeline sabia que ele estava sugerindo matar Charlotte.
– Você está sugerindo alguma coisa? - perguntou Adeline com toda a inocência.
– Estou dizendo que pessoas estão morrendo, temos testemunhas e tudo isso em Nova Orleans em apenas um ou dois dias. Vai chamar a atenção de caçadores e esses caras são bons, vampiros para eles não são nada. - Lúcifer molhou os lábios - E eu não quero que Lucy corra perigo com caçadores, eles não são só humanos se é isso que estão pensando.
– Você está dizendo para matarmos Charlotte? - perguntou Eric abismado.
– Oh, não. - disse Lúcifer com sarcasmo - Estou dizendo para colocarem ela num saco e mandarem para mim.
Todos olharam sérios para ele, Lucy franziu a testa e cruzou os braços.
– É brincadeira! - disse Lúcifer - Que falta de senso de humor gente. O que vocês vão fazer com ela é conta de vocês, se querem matar, trancar, deixa-la sem sangue. O problema é de vocês, mas não quero ter que aparecer aqui outra vez para cuidar de assuntos que devem ser resolvidos com Aro Ventrue, eu dei o cargo para ele e posso tirar, então cuidem disso com ele porque eu sei que ele está aqui. Outra coisa, eu espero que essa seja a última vez que eu precise dar uma bronca em vocês. Se não fosse por Lucy vocês não teriam governado por tanto tempo.
Lúcifer puxou Lucy outra vez e a abraçou, parecia que estava abraçando com força porque Lucy até gemeu. Lúcifer soltou ela e arrumou seu cabelo e deu um beijo na testa.
– Se cuide.
– Aparece.
Lúcifer deu uma piscadinha para ela e em segundos sumiu, com um som de asas batendo.
– O que pretendemos fazer com Charlotte? - perguntou Logan.
Godric se sentou no sofá e soltou todo o ar que estava segurando.
– Se virem.
– O que? - perguntou Adeline.
– Vocês ouviram, não vou me estressar mais com ela. Ela desligou a humanidade porque quis e não porque Eric sugeriu.
– Acho que tenho uma ideia de como traze-la de volta. - disse Adeline.
Todos olharam para ela e então, ela começou a explicar seu plano quase genial.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Para conseguir ligar a humanidade de um vampiro novamente precisa faze-lo sentir algo, amor, tristeza, saudade, qualquer sentimento tirando o ódio. Adeline e Lucy conversaram sobre um plano, que envolvia Lunna Brandford. Era provável que Axel, o irmão de Lunna não aceitasse que ela participasse de tal plano. Mas como hoje era noite de lua cheia Lunna estaria sozinha em casa, já que Axel e Tori se transformariam.
Lucy, Adeline e Eric foram até a casa de Lunna. A casa dos Brandford ficava no Garden District. Já eram 22:30 e Axel e Tori já deviam ter saído assim que deu 20:00 da noite.
Assim que chegaram na residência Brandford, Lucy tocou a campainha. Depois de 5 minutos, Lunna atendeu a porta.
– Olá, o que vocês fazem aqui a uma hora dessas?
Lunna era uma garota simpática, cheia de vida e nascida em uma família de lobisomens. Mas ela foi a única que não ativou sua maldição. Lunna tinha 16 anos e era muito madura para a sua idade, não era como as outras garotas que saiam a noite e namoravam, ela era obrigada a ficar em casa, mas gostava. Era seguro e ela podia ficar lendo um livro junto de seu cachorro.
– Oi Lunna. - disse Lucy - Precisamos da sua ajuda.
– Minha ajuda? - disse Lunna surpresa - Ninguém nunca precisa da minha ajuda... - sussurrou Lunna, esquecendo que vampiros tem uma super audição.
– É a Charlotte...
– Charlotte?! - Lunna interrompeu Lucy - O que aconteceu?
– Ela desligou a humanidade e achamos que você é a pessoa certa para nos ajudar. - disse Adeline.
– Não intendo essa língua vampírica de vocês. Falem meu idioma. - disse Lunna desentendida.
Lucy, Adeline e Eric reviraram os olhos ao mesmo tempo.
– Você vai nos ajudar ou não? - perguntou Eric.
– Vou. - disse Lunna o encarando - É só você prometer que não vai tentar me morder outra vez.
Eric revirou os olhos e deu um sorriso forçado.
– Prometo, agora vamos.

Não demoraram para voltar à mansão La Fontaine. Já estava tudo pronto, o plano era apenas forjar a morte de Lunna. Estavam todos na sala de estar, mas ninguém sabia como fingir uma morte para Lunna, Charlotte poderia ouvir o coração dela bater. A única coisa que Godric fez foi pegar Charlotte e leva-la até a sala de estar.
– Mas que diabos você que me mostrar... - Charlotte veio resmungando. - Lunna?
Lunna estava parada no meio da sala, Lucy e Adeline estava sentadas no sofá e Eric estava sentado em uma poltrona. Ninguém ainda tinha um plano.
– O que você faz aqui? - disse Charlotte, ela parecia preocupada.
Antes que Lunna pudesse dizer alguma coisa Eric se levantou e foi até Lunna. Ele já era alto e perto de Lunna, ficava muito mais alto.
– Nós trouxemos comida para você. - improvisou Eric.
– O que... - disse Charlotte com a testa franzida, sem entender nada.
– O que? Achei que você estivesse com fome.
– Não... - disse Charlotte.
– Sério? Que pena então. - ironizou Eric. - Sobra mais para mim.
Eric jogou o cabelo de Lunna para um só lado e então se abaixou para morde-la. Charlotte continuou com a expressão séria, sem dizer nada. Eric deu um sorriso e mordeu Lunna. A garota gritou de dor e começou a se abaixar, tentando fazer ele solta-la, mas ele não soltou, apenas agarrou ela pela cintura e continuou a morde-la. Lucy e Adeline se entreolharam, mas Eric piscou para elas. Eric soltou suas presas do pescoço de Lunna e a cutucou na coluna, dando sinal para ela se jogar no chão ou algo parecido. E foi o que Lunna fez, os cursos de teatro dela foram muito bem aproveitados. A garota caiu no chão como se Eric a tivesse jogado e fingiu bater a cabeça na poltrona e então, finalmente, se deitou no chão e fingiu um desmaio.
– Não! - gritou Charlotte indo rapidamente até Lunna - Porque você fez isso?! - disse Charlotte chorando e olhando para Eric.
Eric limpou o sangue de sua boca e sorriu sarcasticamente para Charlotte.
– Se sente mais viva?
– O que...?
Eric levantou as sobrancelhas e Charlotte soltou todo o ar que estava segurando, como se alguém a fizesse fazer isso.
– O que você fez comigo?
– Liguei sua humanidade.
Assim que Eric disse essas palavras Lunna começou a fingir uma tosse e se sentou, encostando-se na poltrona. A cena podia ter sido de mentira, mas a mordida foi real.
– Você está bem? - perguntou Charlotte.
– É.
Charlotte sorriu e puxou Lunna, abraçando-a.
– Não acredito que fiz tudo aquilo... - disse Charlotte.
– Tudo bem - disse Lunna desentendida -, tudo vai ficar bem.
Eric mordeu seu pulso e ofereceu a Lunna, para ela se curar dos ferimentos.
– Desculpe, era necessário.
– Pelo menos Charlotte voltou. Mas não quero seu sangue, sei o que acontece com as pessoas que bebem sangue de vampiro.
Eric deu uma risada sarcástica e molhou um pouco de seu sangue em seu dedo e passou no pescoço de Lunna, que curou rapidamente.
– Obrigado. - disse Lunna se levantando com a ajuda de Charlotte.
Adeline se levantou e foi rapidamente até Lunna e colocou seu braço em volta do ombro de Lunna.
– Vamos, eu te levo para a casa.
Lunna deu um sorriso e juntas, as duas saíram pela porta da frente da mansão La Fontaine, onde foram conversando até em casa. Graças a Lunna, Charlotte recuperou sua humanidade.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!