Use Somebody

Ação e reação.


Na vida sempre existe um momento decisivo. Aquele momento que mudou toda a sua perspectiva até então. Onde tudo o que você acreditava ser estável se desmorona diante dos seus olhos. Bom, eu sou Felicity Smoak e esse foi meu momento:

-Ele está errado! –Gritei para Oliver assim que o detetive Lance passou pela porta.

-Ele está certo. –Respondeu caminhando em minha direção. –Eu perdi tudo, pois estava lutando com Slade Wilson com uma mão nas costas. –Ele assassinou minha mãe. Eu tenho que matá-lo.

-Você me disse que teve escolha. –O lembrei. –Que poderia ter curado Slade, mas escolheu matá-lo. Oliver, isso está acontecendo não porque você é um assassino, mas porque já foi um.

-Está certa. Foi assim que começou... –Respirei aliviada por um segundo antes dele completar. –E é assim que tem que acabar. A única opção que me restou é matá-lo. Não posso curá-lo ou capturá-lo. Nem consigo pensar mais rápido do que ele!

Minha mente começou a procurar outra saída rapidamente. Não podia negar que Oliver possuía os melhores motivos para matar Slade, mas não suportaria o ver se destruir novamente, eu pude testemunhar o quanto custou para Oliver se transformar no herói que é hoje.

-Então não... –Pensa Felicity! Pensa! –Faça o pensar mais rápido que você.

Essa ultima frase foi o motivo da avalanche que me atingiu. Naquele instante algo se acendeu no olhar de Oliver Queen, ele sabia o que fazer.

Agora testemunhe a conseqüência. Veja meu mundo se desmoronando:

-Oliver, o que estamos fazendo aqui? A cidade está um caos. –Questionei assim que chegamos à mansão dos Queen’s.

-Eu sei. Você precisa ficar aqui.

-O quê? –Só podia ter escutado errado. –Você não pode me pedir...

-Não estou pedindo! –Interrompeu autoritário. – Venho te buscar quando tudo acabar.

Então Oliver se virou em direção a porta.

-Não! –O segurei pelo braço o fazendo se virar novamente para me olhar nos olhos.

-Felicity!

-Não até me contar o porquê. –Exigi

-Para que fique segura.

-Oliver... –Busquei seus olhos com mais intensidade, tentando ver o que ele me escondia. –Não quero ficar segura. Quero ficar com você! –E com os outros que não estão seguros.

-Não posso permitir isso.

-O Slade pegou a Laurel por que quer matar a mulher que eu amo.

-Eu sei, e daí?

-Ele pegou a mulher errada. –Seus olhos enfim param nos meus.

-Oh! –Eram tantos pensamentos e sentimentos diferentes que não consegui formular nenhuma frase completa. Eu? Eu sou a mulher? Não pode ser.

-Eu te amo. –Disse Oliver me olhando com brilho nos olhos. Por um segundo, apenas um segundo eu pude realmente me sentir amada e uma felicidade sem descrição cresceu em meu peito prestes a explodir, mas não houve tempo para isso, pois Oliver deslizou algo de sua mão para minha, que percebi no mesmo instante ser uma das seringas contendo a cura para o Mirakuro.

-Você entende? –Perguntou e eu sabia qual era a verdadeira pergunta. Demorou alguns segundos para conseguir tampar o buraco em minha garganta e me lembrar de como usar minha voz.

-Sim. –Foi tudo o que consegui responder, pisquei algumas vezes para conter as lágrimas que eu não o deixaria ver.

Sem dizer mais nada ele se foi, me deixando soterrada em minha humilhação e sofrimento, lutei bravamente contra a vontade de me encolher em posição fetal a fim de conter o vão em meu estomago e juntar meus pedaços.

Isso aconteceu a três meses, desde então finjo ser a mesma quando estou perto dele e ainda precisava vê-lo com Laurel quase todos os dias. Agora que ela sabe que Oliver é o Arqueiro tem passado muito tempo com ele inclusive na caverna. Não sei o que os impediu de finalmente esquecer o passado e sei lá, viver o “E viveram felizes para sempre” deles, mas surpreendentemente não estão namorando ou algo parecido.

Antes tudo era tão mais fácil, quando eu pensava nunca ser uma possibilidade na vida dele, mas depois de ouvir um “Eu te amo” sair por seus lábios, ver seus olhos brilhando ao dizer, minha mente passou a trabalhar involuntariamente em roteiros para comédias românticas bem clichês, todas protagonizadas por nos dois, e meu coração não conseguia mais suportar aquilo.

Barry! Barry! Barry! Barry!

Este havia se tornado meu mantra. Como se ficar repetindo o nome dele em minha mente o obrigasse a entrar de vez em meu coração. Mas não fazia muita diferença ter um scap que está em coma por nove meses, já nem me recordava direito de sua voz, mas me lembro perfeitamente de como fazia eu me sentir especial e isso ajudava a não desmoronar. Só que Barry Allen também possui uma Laurel em sua vida. O que há de errado comigo afinal? Será que nunca serei a primeira opção de um homem?