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Enfim, de tudo o que há na terra

Não há nada em lugar nenhum

Oceano (Djavan)

“Bom dia, luz do sol” você abriu os olhos para encarar subitamente o vermelho-morango dos cabelos longos de Sansa, espalhando ao redor do rosto dela como uma moldura. Ela estava bem humorada, era primavera — você lembrou, e sorriu, que iriam sair naquele dia.

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“Bom dia, San” você responde, enrolando uma mecha ruiva em seu dedo indicador pálido e triste. Manchado, agora, com o cabelo-amor de Sansa — sua quase-esposa querida, Sansa. Sente vontade de pular da cama, sorrir e puxá-la pelas mãos, correrem pelo pequeno apartamento e derrubar todas aquelas tristes memórias das fundações daquela casa, mas fica quietinha, aproveitando os olhos de garoa de Sansa olhando para você como se lhe desnudasse a alma. Você a ama com toda a força do seu coração, e não sobre amor para mais nada além dela.

“Vamos, levante-se” ela pega sua mão e a tira do cabelo dela, dando um beijo em cada uma da ponta dos seus dedos. Você ri. Sua risada soa enferrujada, mas é uma risada, e Sansa se ilumina em frente aos seus olhos melancólicos. “Combinamos de sair hoje. Ver o que a primavera nos trouxe”

“Verde, flores e felicidade, suponho?” você pergunta, seu corpo se inclinando, sentando, levantando, tudo muito lentamente, como se vivesse um processo de sair do túmulo. Sansa nem pisca. Está acostumada. Quando você termina, ela estende a mão, e entrelaça seus dedos nos dela.

“Lógico! Ande, vamos tomar um café. Será um lindo, lindo dia”

Você a ama tanto que não sobre amor para mais nada. Nunca.

Você desagua em mim, e eu, oceano