You Are The Best For Me

A Footlose Feeling and One Last Shot


Aquela peça estava fazendo o grupo se descobrir. Natasha e Maria ensaiavam juntas para seus papéis quase todos os dias, depois de fazerem as lições passadas pelos professores e darem mais alguns passos adiante no projeto de ciências. Da mesma forma, Bucky e Steve evoluíam treinando juntos ou com Sam, que, desde a apresentação de Maria, estava muito mais interessado no musical do que antes. Ver Bucky ensinar Sam a dançar era como ver Ren McCormick ensinando seu amigo Willard, no clássico Footloose. Tão engraçado quanto, pode apostar!

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Três semanas se passaram, terminando o mês de setembro e afundando Nova Iorque num outono belo e frio – o inverno seria pesado naquele ano, não restava dúvidas. Bucky e Nat estavam cada vez mais próximos, mas a personalidade forte dela não a permitia dar o braço à torcer, mesmo que ela quisesse. Amava a ideia de ficar com Bucky como sempre quis, mas sempre se pegava pensando nas risadinhas das pessoas à sua volta. “Ora, cadê a poderosa Viúva Negra? Alguém a venceu, finalmente?”, ela amava Bucky, mas até existir a possibilidade real de ficar com ele, ela ainda não tinha percebido o quanto era insegura.

Tal insegurança começava a despertar em Bucky alguns questionamentos. Ela gostava dele, pelo menos era o que parecia, então por que evitava ter algo a mais com ele? Será que ainda não estavam claras as intenções de seu coração? Bucky esperava não estar passando para Natasha a impressão de ser como todos os outros que se aproximavam dela: ou grudentos demais ou babacas demais.

Thor e Loki estavam se reaproximando. Na noite daquele dia do choro na cantina, Thor percorreu a cidade toda atrás do irmão, dando ao pai a desculpa de que iria para a casa de Phil para estudar e que Loki faria o mesmo com um colega. Depois de muito caminhar, o loiro se deu conta do único lugar onde o irmão poderia realmente estar – diante do túmulo da mãe. Loki estava sentado diante da lápide, desenhando em seu caderno novamente, Thor se sentou em silêncio ao lado do irmão e ficou ali, apenas olhando. Assim que Loki terminou o desenho, os dois começaram a conversar. Thor pediu perdão por ser tão cabeça-dura e prometeu se reaproximar, ainda que fosse difícil depois de tanto tempo de afastamento, Loki aceitou o acordo e desde então os dois vinham tentando incluir um ao outro em suas vidas.

Clint continuava em sua empreitada pelo coração de Natasha, ainda que cada dia mais ela deixasse claro que não queria absolutamente nada com ele. Cercava de todas as formas possíveis, puxava assunto, sentava perto, chegava a incomodar, mas nada o fazia perceber que era uma missão sem sucesso. Aquele amor platônico já tinha chegado ao limite máximo das tentativas.

Depois de passarem o sábado e boa parte do domingo separados, o grupo havia combinado de se reunir numa pizzaria antes de recomeçar mais uma semana de aula. Clint estava decidido a tentar uma última investida antes de começar a tomar medidas drásticas. Natasha já estava tão cansada daquilo tudo que estava a ponto de dizer com todas as letras pra ele cair fora. Sua consideração por seu amigo de infância estava se esgotando rapidamente e ela já podia ver a hora que daria um fora bem alto e claro em Clint Barton.

O grupo conversava animadamente enquanto comiam uma deliciosa pizza de frango com catupiry extra e tomavam bons goles de coca-cola. Alguém lá dentro resolveu colocar música pra agitar a noite e baladas dos anos 80 começaram a tocar. E não tem jeito, não dá pra resistir às baladas dos anos 80. Pouco tempo depois da música começar, uma pá de gente se transferiu para o salão e começou a dançar sem preocupações ou vergonhas. Era pura diversão.

Tony foi o primeiro do grupo a se levantar, nunca soube se segurar mesmo, amava chamar atenção. Parecia o próprio John Travolta em Grease – Nos Tempos da Brilhantina quando tomou a mão de sua namorada Pepper (que estava passando uma semana de folga do curso na França) para dançar “Summer Nights”, rendendo aplausos calorosos da plateia à sua volta.

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Steve, obviamente, acordou o Zac Efron que vivia dentro dele e chamou Sharon pra arriscar uns passos de dança na pista. Os dois arrasaram. E aí a mesa quase toda se levantou, apenas Bucky e Sam ficando sentados. Até Loki tinha entrado na bagunça e dançava com Natasha de modo a impedir a aproximação de Clint. Já tinha notado que o baixinho a incomodava e que Bucky gostava dela, resolveu ajudar o amigo a despachar o metido a concorrente pra longe. Bucky ria assistindo a cena.

– Vamos lá, Sam, vamos dançar!

– Ah não, cara, vai você.

– Só vou se você for. Anda! Mostra pra eles que minhas aulas fazem algum efeito.

Sam suspirou fundo bem na hora que a batida de Footloose começava a tocar. Bucky se levantou, não conseguiria resistir àquela música. Sam se levantou junto, domado pela batida, e se encaminhou para o centro da roda que se formava junto com seu amigo. Não demorou muito para os dois estarem arrancando gritos das meninas e aplausos dos garotos. Simplesmente arrebentaram!

Depois da agitação pós-Kenny Loggins, o pessoal iniciou o karaokê e mais talentos foram mostrados. As pessoas realmente estavam com alguma inclinação cultural naquela noite porque todo mundo queria mostrar alguma coisa, de músicas agitadas a baladinhas românticas para seus amores. Os amigos ainda estavam sentados se recuperando das agitações das danças quando Clint tomou três grandes goles de coca-cola – como se fosse algum tipo de cachaça, ou sei lá o quê pra fazê-lo tomar coragem – e tornou a se levantar, rumo ao microfone.

– O que ele está pensando em fazer? – Nat perguntou baixinho para Bucky, já sentindo que viria alguma vergonha.

Bucky apenas encolheu os ombros e torceu a boca, já chateado o suficiente com aquela insisteência, mas se Nat não tomava uma atitude mais séria em relação àquilo, ele também não iria tomar. Já estava cheio!

Clint respirou fundo e selecionou uma música no karaokê. Os primeiros acordes começaram a tocar e ele soltou a voz, olhando diretamente para os olhos verdes de Natasha Romanoff:

For a second, I was in control. I had it once, I lost it though. And all along the fire below would rise and I wish you could have let me know what's really going on below. I've lost you now, you let me go, but one last time... Tell me you love me. If you don't, then lie, lie to me... – Nat não podia acreditar naquilo. Ele continuou: – Remember once upon a time when I was yours and you were blind, the fire would sparkled in your eyes and mine. So tell me you love me. If you don't, then lie, oh, lie to me! Just tell me you love me! If you don't, then lie, oh, lie to me! If you don't, then lie, oh, lie to me!

Ao término da música ele retornou à mesa apenas para pegar seu casaco e deixar sua parte do dinheiro pra pagar a pizza na mesa. Saiu antes que qualquer um fizesse perguntas, sentia que Natasha o odiaria para sempre, mas pelo menos tinha exposto exatamente o que sentia por tanto tempo pela última vez como um cara bonzinho. Fim da linha. Era hora de ser mau.