Between Letters and Numbers

Capítulo 5 - Deixando escapar segredos...


"Quando a gente conversa, contando casos, besteiras. Tanta coisa em comum. Deixando escapar segredos."

Eu preciso dizer que te amo - Cazuza.

A semana passou tão rápido que eu custava acreditar. Eu estava feliz por ter conseguido me encaixar bem nas atividades da Universidade e também de ter feito algumas amizades com o pessoal da turma. Porém, o que mais me alegrava sobre a minha mudança para Lincoln era, definitivamente, o fato de ter conhecido Thomas.

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Durante essa semana, conversamos todos os dias. Nas horas vagas que encontrávamos no intervalo das aulas, no caminho de volta para casa e por telefone nos falamos duas vezes, depois do dia que fui pega stalkeando o rapaz.

Ele era agradável, engraçado, inteligente e surpreendentemente criativo.

Logicamente que a minha admiração por ele estava me assustando um pouco. Nunca tive tanta estima por alguém em tão pouco tempo. Deve ser por que Thomas é diferente dos garotos que já conheci. Ele era popular, mas não se importava com isso; era bonito, mesmo sem se preocupar com a aparência; e não estava nem aí com os olhares das garotas sobre si.

E que olhares!

Nunca vi um garoto ser tão paquerado como ele. Por diversos motivos. Havia as meninas que queriam a popularidade dele, outras, interessavam-se por sua inteligência, algumas, por sua beleza, e poucas outras, pelo jeito de andar engraçado que ele possuía.

Eu apenas gostava de Thomas. Gostava dele por completo. De todos os seus jeitos e trejeitos.

Isso não quer dizer que estou apaixonada, caindo de amores por ele. Só quer dizer que ele é o tipo de cara que eu sempre quis conhecer. E estou gostando muito de fazê-lo.

Hoje é sábado e nós marcamos de passear pela cidade. De acordo com ele, o primeiro lugar que eu deveria visitar era o Museu da vida de Lincolnshire. Eu apenas concordei. Qualquer lugar na companhia dele seria bastante agradável para mim.

Na hora marcada eu estava pronta.

Ouvi a campainha tocar e apanhei meu sobretudo, abrindo a porta em seguida. O sorriso de Thomas me recepcionou carinhosamente e nos demos um abraço rápido.

— Tenho permissão para dizer que você está linda?

— Não, não tem.

— Mas vou dizer mesmo assim: você está linda — ele disse olhando para mim com um sorriso torto. — Me sinto um badboy quebrando as regras.

Ele disse e eu gargalhei.

— Para de falar bobagem e vamos logo!

O empurrei de leve para que desobstruísse a passagem e caminhei para fora, fechando a porta atrás de mim.

Caminhamos lado a lado apenas com sorrisos nos lábios, sem dizer alguma palavra. Abri e fechei o portão assim que passamos por ele. Respirei o ar puro da cidade. Eu estava adorando morar em Lincoln.

— Está preparada para uma tarde de conhecimentos históricos?

— Achei que você não gostasse de exatas.

— Eu nunca falei isso, Louise! Só declarei um fato que é sabido por todos.

— Qual? — perguntei revirando os olhos, já esperando que ele viesse com uma tirada sarcástica.

— Exatas são melhores que humanas.

— Eu não sei o motivo de ainda te dar corda.

— Eu sei.

— E qual seria? — perguntei curiosa. Querendo saber sua resposta e com medo dele ter sacado meu interesse todo sobre ele.

— Você certamente precisa de um amigo na área de exatas para conhecer uma pessoa realmente interessante.

Ele disse sorrindo e tocou o meu ombro em um movimento carinhoso. Eu olhei para ele com os olhos semicerrados, fingindo ter ficado ofendida com sua resposta.

— Algum dia eu vou te provar que você está redondamente enganado, Thomas Mitchell.

— Aguardarei esse dia sentado, Louise Bennett.

Paramos a caminhada e nos encaramos. Os olhos castanhos dele pareciam sorrir empolgadamente para mim, enquanto ele esforçava-se para manter a seriedade.

Sorri de lado, balançando a cabeça em negativo.

— Você não existe!

— Claro que existo e estou totalmente ao seu dispor.

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Ele pegou minha mão delicadamente e levou até a sua boca, deixando um beijo estalado no dorso da mesma.

Totalmente ao meu dispor.

Isso viria a calhar, sem sombras de dúvida.

— Creio que você saiba pedalar — ele disse apontando com os olhos para as bicicletas amarelas estacionadas no pequeno quiosque de esquina.

— Claro que sei!

— Ótimo! Então poderemos chegar até o museu de bicicletas e aproveitar o caminho por completo.

— Às vezes você tem uma boa ideia, Thomas. Vamos lá!

Puxei sua mão caminhando até o pequeno local, onde preenchemos uma ficha e pegamos as bicicletas. Nós teríamos uma hora com elas, ao término deveríamos parar em outro quiosque e entregá-las, ou renovar para mais uma hora.

— Eu aprendi a andar de bicicleta ano passado.

Ele declarou enquanto preparávamos para partir. Olhei para ele sem acreditar no que dizia.

— Mentira! Que tipo de pessoa você é?

— É uma longa história. Quem sabe eu te conto um dia, Louise...

Thomas sorriu e piscou para mim, começando a pedalar. Eu tinha ficado curiosa e queria saber mais sobre essa história, já que ele fez todo um mistério para ela.

— Vai ficar aí parada, garota de humanas?

Parti em sua direção, ultrapassando-o rapidamente.

— Acho que você precisa praticar mais!