–Ham... quer dançar, Thommem?

Theor estava desconfortável naquela festa. Ele decidira participar, pelas irmãs. Elas imploraram tanto para que fosse que não pode simplesmente negar.

Ele as adorava, afinal de contas ainda eram irmãos.

Thommem aceitou, pegando na mão do mais velho. Eles não se importavam com as pessoas que os encaravam desaprovando-os. E, é claro, não dançariam naquele recinto. Theor guiou o mais novo para a sacada, onde poderiam ficar sozinhos, e encarou-o enquanto pegava em sua cintura. O mais novo entrelaçou ambos os braços ao redor do pescoço do irmão, sorrindo de forma boba.

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Eles se declararam há poucos dias, mas parecia sempre uma sensação nova. Como agora. Ambos suavam frio e tentavam desviar os olhares, mesmo que ficassem presos a eles. O peito batia de forma descompassada e de vez em quando viam-se forçados a respirarem fundo, tentando controlar seus sentimentos.

Ai a sensação engraçada, onde tocavam-se, sentiam um formigamento gostoso. E sorriam de forma idiota, contemplando o amor que sabiam existir em ambos.

Deuses, como seria possível?

O ruivo encostou-se mais ao irmão mais velho, deitando sua cabeça em seu peito. O irmão era tão alto. Eles eram tão diferentes que chegava até mesmo ser difícil acreditar que eram gêmeos.

Os dois ficavam tão nervosos na presença um do outro, ainda mais com a falta de toques mais intensos, que parecia ser a solução que o corpo de ambos gritava. Uma forma de saciedade momentânea, até o corpo desejar mais. Mas Thommem estava disposto a cumprir a promessa que fizera de não machucar o irmão mais velho, mesmo que indiretamente.

Eles queriam tocar-se de forma mais íntima. Mas existia o peso da promessa da declaração de ambos.

Theor não estava disposto a falhar com a promessa que fizera, apesar de querer tocar tanto o irmão que chegava a doer. Fisicamente falando. Mas ambos tremiam nas mãos um do outro, nos carinhos discretos e nas palavras amorosas.

Ele queriam tanto quebrar aquela barreira.

O mais velho aproximou seu rosto, e o mais novo aceitou a proximidade. Pararam de dançar, concentrando-se unicamente em seus lábios. Os olhos estavam conectados. Eles já sentiam suas respirações aceleradas e até mesmo ouviam seus corações descompassados. A sensação engraçada na boca do estômago também acompanhava o momento.

Então Thommem desviou os olhos, minimamente, e Theor afastou seus lábios, beijando sua testa.

Não estavam preparados para aquele passo, mesmo que o desejassem.

Atrás das cortinas, duas irmãs espionavam-nos e quase se mataram quando viram que não iria rolar nada aquela noite. Tamara soltou um bufo, enquanto a irmã roubava uma taça de uma bebida alcoólica qualquer.

–Malditos virjões. – Ela não pode conter sua indignação, afastando-se do local, enquanto a irmã aceitava dançar com alguém qualquer, só para descontar suas frustrações.