Nico sorriu, algo que talvez fosse praticamente inexistente algum tempo atrás, mas que agora se tornava algo cada vez mais comum, principalmente na presença daqueles olhos verdes.

- O que foi? – perguntou Percy com um sorriso de canto. – Do que está rindo? É a minha cara?

O sorriso de Nico só aumentou ainda mais. Aquele mover de músculos o deixava com uma aparência juvenil, era como se, por um pequeno momento, suas olheiras absurdamente fortes que o deixavam com um aspeto cansado, sumissem, e que toda a tristeza presente em seu olhar desaparecesse, assim, do nada. Bastava a presença daquela pessoa em questão para que ele finalmente enxergasse a luz no fim do túnel.

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É, Nico acreditava que a vida é um túnel, cada um tem o seu. O pequeno problema é que o túnel dele havia desabado, sendo reconstruído aos poucos, mas ficou escuro. Ele soube acender uma luz para que o guiasse no meio de toda aquela escuridão. Faltava alguém para que lhe mostrasse o caminho.

E Nico encontrou.

Essa pessoa era o motivo de seu sorriso no momento e em tantos outros. O filho de Hades fitou Percy, que ainda o encarava com um olhar atônito, deu de ombros, virando-se na areia úmida para encarar as estrelas. Percy virou o rosto para olhar na mesma direção que Nico. O céu.

- O sol já vai nascer. – observou Percy.

- Eu sei. - Nico sussurrou. Sua voz estava rouca.

- Devemos voltar para nossos chalés? Você deve estar com sono...

Sua voz foi morrendo aos poucos. Nico havia invadido o chalé de Poseidon pedindo para seu namorado ver as estrelas junto a ele. Qualquer um acharia o pedido estranho, ainda mais por ser madrugada, mas Percy sabia o real significado daquilo, então aceitou o pedido sem se opor nem uma vez.

Nico de fato sofria de uma espécie de insônia muito doida.

Percy tombou a cabeça para o lado, ato que Nico imitou ao notar que aqueles olhos verdes o observavam.

- Sim, nós precisamos voltar para nossos chalés – Percy murmurou. – Ainda acho incrível o fato de não termos virado comida de Harpias - Sua voz não contia nenhum pingo de preocupação, ansiedade ou qualquer outro tipo de sentimento a não ser calma e ternura - Mas só saio daqui quando me contar o motivo de seu sorriso.

- Eu só estou feliz. - respondeu. - Mas por quê? - Percy podia ser bem insistente quando queria.

Nico se aproximou do outro e, segurando-o pela nuca, beijou-o. O mais inocente que um beijo poderia ser, demonstrando ali apenas o seu amor em um pequeno gesto, sendo retribuído com a mesma - se não mais - intensidade.

- Quer saber o motivo? - perguntou Nico se afastando poucos centímetros, ainda sentindo a respiração de Percy.

- Quero. - sussurrou em resposta.

- Olhos verdes.