Tom recebeu um telegrama, Mary estava doente. Ele ligou imediatamente para lá, apenas para ouvir confirmado que ela não estava nada bem; Ele não pensou muito, apenas disse, cuidem dela até eu chegar, estou indo para aí.

Ninguém sabia exatamente o que Mary tinha, primeiro perdeu o apetite, depois as forças nos braços, nas pernas, por fim não queria mais levantar. O médico disse que ela estava anêmica. Tom pegou o que pôde para ele e Sybbie, correu para não perder o navio. Chegando em Liverpool pegou o primeiro trem, ainda de madrugada, Sybbie dormia em seus braços na estação. "Papai, eu estou cansada, para onde estamos indo?" Sybbie perguntou enquanto comia no trem. "Me perdoe querida, mas nós não podemos parar para descansar, estamos indo ver a tia Mary, ela está dodói" Sybbie sorriu, finalmente ela veria tia Mary e George novamente. A viagem era exaustiva, pegar um navio e depois um trem, sem ao menos uma parada para descansar, teriam que percorrer quase metade do país para chegar a Londres.

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Sybbie dormia em seu colo, o taxista levou as malas para dentro. A babá veio ao encontro de Sybbie toda chorosa por rever a menina, Rosamund veio receber Tom. "Onde ela está?" ele perguntou já tirando o casaco; "Quem bom que você chegou Tom, Anna e a enfermeira estão lá em cima tentando convencer Mary a comer o almoço, mas o pouco que ela come acaba vomitando" Ele subiu as escadas sem nem olhar para o lado, ainda bem que Rose não se importava com essas coisas. "Eu nãããão quero, Anna" ela dizia com a voz fraca "Milady, a senhora só comeu 3 colheres da sopa, tente comer pelo menos metade" O olhar de Mary parecia estagnado; É estranho, ela sofrera de depressão por causa da morte de Matthew, quando conseguiu sair do luto, conseguiu se livrar daqueles sintomas horríveis e achou que sairia forte o suficiente para nunca mais sentir algo parecido; Mas acontecera exatamente o contrário. Mary saiu do luto com a sensação de que ainda havia esperanças, e tinha ele que não desistiria de colocá-la para cima, nem que fosse a última coisa a se fazer no mundo, mas agora, ela sentira que perdera tudo aquilo que havia lhe dado esperanças. E ela também não pôde controlar esse sentimento, não é bem assim que as coisas acontecem, não podemos controlar tudo o tempo todo, ela simplesmente não conseguiu. Ela sentia vergonha de se sentir fraca, mas era assim que ela se sentia. Ela se sentia culpada por negligenciar George e só por causa dele é que ela tentava comer um pouquinho todos os dias. Seu corpo não aceitava a comida, e o sono não queria a deixar. Mary estava pálida como água de arroz.

"Eu não consigo, Anna, não consigo" uma lágrima caía , escorrendo pelo lado até atingir o travesseiro. Cora estava lá também, apenas olhando perplexa, já cansara de implorar para que Mary comesse e se recusava permanentemente a interná-la em um hospício como o médico de lá recomendara.

'Consegue sim" ele disse entrando no quarto e arregaçando as mangas da camisa. Cora sorriu aliviada, Anna também; Ela já suspeitava de que talvez ele pudesse ajudar mais do que qualquer um, por isso mandou o telegrama primeiro para ele. Mary estava surpresa, mas ainda não conseguia estar feliz "Será que a irlandesa veio com ele também?" ela pensou.

"O que você está fazendo aqui?" Mary perguntou. "Eu vim cuidar de você! Olha só como você está!" Ele respondeu sentando na ponta da cama. "Eu não preciso de mais ninguém me dizendo o que fazer" ela retrucou.

"Vocês podem me deixar a sós com ela por um minuto?" ele olhou para as senhoras, Cora estranhou, mas sabia que Tom tinha jeito para isso e talvez soubesse melhor o que fazer; É tão triste para uma mãe quando descobre que só o seu amor ás vezes não é o suficiente para curar um filho.

"Você a trouxe?" Mary se virou para ele quando estavam já sozinhos. "Não me diga que é por isso que você está assim" ele se sentou novamente na cama ao lado dela. "Eu estou assim,e eu ... eu juro que não queria estar assim, mas eu não consigo ser feliz e isso me cansa"

"Mary, era mentira" ele disse abaixando os olhos "O quê??? O que era mentira?" ela mal conseguia levantar a mão para gesticular "Tudo o que eu te escrevi era mentira, eu só queria que você seguisse em frente sem ficar pensando em mim, porque eu pensava em você o tempo todo e ficava me torturando pensando que você talvez estivesse fazendo o mesmo e desse jeito, nós nunca iríamos seguir em frente" ele olhou para os olhos fracos dela "Seu estúpido, se eu tivesse um pouco mais de força em minhas mãos, eu te daria um tapa" ela tentava o empurrar para fora da cama com muita raiva; Era dramático vê-la naquele estado, tudo o que ele fez foi abraçá-la e chorar "Você precisa melhorar, Sybbie e George não podem te ver assim, e você sabe que ela vai querer te ver, não é?" Ela sorriu, Sybbie estava ali, seria uma alegria para George reencontrá-la. "Se você emagrecer mais um pouquinho, você vai quebrar" ele disse enquanto já pegava o prato, ela sorriu de novo - 2 sorriso em menos de um minuto, acho que isso era um bom sinal.

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Ele deu a primeira colherada, ela olhou confusa "O que? Eu também estou com fome, essa viagem foi muito longa e eu não comi nada, nós vamos ter que dividir essa sopa, e se você se comportar, eu posso te trazer mais um pouco." ela sorriu mais uma vez . "E porque você não comeu nada?" ela disse preocupada "Porque eu estava nervoso demais pra conseguir comer, aterrorizado com a ideia de te perder, eu não posso perder mais ninguém Mary, muito menos você - por isso trate de abrir essa boca e engolir essa sopa!"

Anna bateu na porta "Está tudo bem aí?" ela perguntou, Tom pediu para ela entrar, Anna encontrou um prato vazio "Anna, você poderia trazer mais um prato de sopa?" Mary perguntou, Anna sorriu e balançou a cabeça, o problema foi tão facilmente resolvido.

Tom pegou a mão dela, uma coisinha tão frágil e macia, como ele sentiu saudades dela!

"Então não há mesmo ninguém?" ela perguntou desviando os olhos orgulhosos para a janela;

"Bom, tem uma garota sim, ela é linda, não consegui parar de pensar nela a viagem toda para minha desgraça" Mary olhou brava para ele "E ela fica mais linda ainda quando está brava" ele a puxou para os seus braços, ela se sentiu tão bem por causa do abraço, ouvindo o coração dele bater, se sentindo amada.

No segundo dia, Mary quis muito ver Sybbie e George. "Você ainda está com anemia Mary, tem que descansar, poupar forças e se recuperar comendo bem" eram as recomendações da mãe, tentando obedecer ordens médicas. "Eu preciso da minha família, mamãe, só isso! Eu quero ver as crianças!" ela replicou impaciente. Tom abriu a porta com George no colo, Sybbie entrou correndo para abraçar a vó e a tia. "Papai disse que vai cuidar de você e que você vai sarar rapidinho tia Mary!" a menina acariciava a bochecha de Mary, querendo garantir para tia que tudo ia ficar bem agora... como se ela soubesse exatamente do que a tia precisava. "E eu vou cuidar de George para a senhora, vou brincar bastante com ele!" Mary sorriu e deu um beijo na testa de Sybbie." Tem alguém aqui querendo te dar um abraço" Tom colocou George na cama "Meu pequeno, como deve ter se sentido abandonado" ela desabafou. Depois de alguns minutos, Cora resolveu convidar as crianças e a babá para um passeio no parque e Sybbie quis ir imediatamente.

Os dois estavam sozinhos de novo, eles não sabiam exatamente o que conversar. Tom se aproximou e deitou a mão na testa dela. "O que você está fazendo?"

"Me certificando de que você não está com febre" Tom disse sorrindo; "Eu achei que Sybil era a enfermeira da família" Mary disse revirando os olhos "Eu aprendi alguns truques" ele replicou.

Anna chegou com fígado de galinha refogado. Mary odiou, fez cara feia, mas Tom fez ela comer tudo. Mary disse para Anna ir descansar ou ligar para Bates "Ele deve estar com tantas saudades suas Anna, me sinto mal por ter separado vocês por tanto tempo" Anna foi, realmente a saudade era grande.

Mary chamou Tom pra mais perto, segurou-lhe o queixo. Tom fechou os olhos, como se tivesse imaginado essa cena em sua mente mais de mil vezes. "Eu passei por maus momentos, não sei como sobrevivi, foi terrível! Eu estava derrotada, incompleta; Estava triste e melancólica...Mas você me faz sentir nova em folha"

Tom chegou ainda mais perto; esse era o problema entre os dois, eles já não sabiam manter uma distância saudável entre eles, não conseguiam disfarçar. "Eu só vou ficar tranquilo quando tiver certeza de que você já está perfeitamente bem" Arrumou o cabelo dela atrás da orelha, Tom era muito afetuoso e isso fazia Mary se apegar mais ainda a ele... ele não era de palavras, nem de declarações, ele simplesmente era ele; Estava ali, sempre fazendo o seu melhor, sempre pensando nos outros, sempre tentando ser educado, justo. Os olhos dele falavam mais do que os lábios. "Você é tão gentil, Tom!" Ele beijou a bochecha dela com a respiração ofegante, era como alguém com sede que recebia algumas gotas d'água nos lábios. Mary tremeu, sentiu-se como uma donzela que nunca fora tocada. Ele deitou na cadeira ao lado da cama dela. "Você poderia deitar aqui comigo!" ela disse tentando o provocar. "Você sabe que eu não deveria" ele disse com os olhos fechados e sorrindo. "Você não precisa me tratar como uma menina virgem Tom! Você sabe que eu não sou mais... George está aí para comprovar!" ela quase gargalhou, ele corou. "Eu não levo só isso em conta para tratar uma mulher como ela deve ser tratada"

"Claro que não, eu te conheço; Mas eu penso tanto em você, fico pensando se você também não pensa em mim assim... você sabe.... nós ainda somos jovens! Nós passamos quase metade da vida sonhando, seja acordados ou dormindo, que ás vezes penso se não vale passar alguns minutos da vida tentando fazer desses sonhos, realidade." Ela se levantou e sentou no colo dele, mesmo fazendo um esforço gigantesco para não entregar os pontos, era impossível não tocá-la. Ela passou as mãos envolta do pescoço dele e recostou sobre o seu peito. Podia ouvir as batidas do coração de Tom acelerarem, isso fez com que o coração dela também seguisse o mesmo caminho. Tom levou as mãos para as costas de Mary, a camisola era fina, ele podia sentir todas as curvas do corpo dela, a respiração de Mary aumentou, se ela não era mais uma virgem, Tom fazia ela se sentir como uma; Ela começou a beijar o pescoço dele, ele gemeu; "Mary eu não.... nós não....Cristo! Pare com isso!" O fato dela saber que ele a queria, mas que tentava evitar isso a todo custo deixava Mary ainda mais desejosa. ela sussurrou em seu ouvido "Eu estive guardando todo meu amor para você Tom, eu quero dar todo meu amor para você hoje! Seu amor consegue tirar de mim todo medo e o frio, eu sei que você é meu, e eu quero ser sua, eu não estou pronta pra te deixar ir" Ele a puxou para mais perto "Você ás vezes parece uma bruxa!' ele a apertou contra o corpo dele, o corpo dela agora queimava de desejo, como de uma virgem prestes a descobrir o amor. Ela o beijou, apertou os lábios contra o dele tão agressivamente que quase saíra sangue; Ele por sua vez olhou para ela, com aqueles olhos que diziam tudo; Dizendo com eles que queria lhe dar o mundo se fosse possível. Segurou o rosto dela com as duas mãos "Você é tão linda!" ela sorriu, ele era tão gentil "Você me faz sentir que não tenho nada para esconder! Você me faz sentir tão bem quando você me ama" ele a beijou, levantou-se com ela em seu colo, os dois estavam prontos para cometerem qualquer loucura em nome do amor, algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde se eles continuassem perto um do outro, já era quase como uma necessidade básica como respirar ou beber água. Ele caminhava para a direção da cama com ela agarrada em seu corpo quando alguém bateu na porta. rapidamente e instintivamente ele colocou ela na cama. Era a enfermeira, botou somente a cabeça pra dentro do quarto. "Só queria saber se está tudo bem com a senhora" Mary ainda estava ofegante "Sim, está tudo bem!" recuperou o fôlego e continuou "Mas da próxima vez, espere a minha permissão para abrir a porta!" a enfermeira se desculpou e saiu. "Você está bem?" ele perguntou preocupado "Você me jogou sobre um colchão, não sobre cacos de vidro!'' ela ironizou. "Você ainda está frágil, deveria descansar, acho melhor eu ir" ele disse ajeitando a camisa toda amarrotada, impregnada com o cheiro dela. "Não por favor, fique!" ela pegou no pulso dele, puxando-o para o lado dela. "Deixe-me ficar aqui um pouco, dormir ouvindo seu coração bater junto com o meu, eu me sinto tão bem!" Ela deitou sobre o peito dele de novo, ele a abraçou. Com a ideia de que qualquer um poderia entrar ali a qualquer momento, os ânimos se acalmaram.

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Tom aproveitou que Mary estava melhorando a passos largos e que estava em Londres e resolveu correr atrás de algumas coisas de Downton, tinha alguns fornecedores que ele deveria visitar, ele sabia que Mary mais do que nunca precisava que ele cuidasse disso para ela e ele não queria decepcioná-la. Assim os dois poderiam distrair a mente com pensamentos um pouco mais puros do que os que eles estavam tendo ultimamente.