Capítulo 16 - Se eu tenho amor, sou abençoado, eu sei

Dean acordou de mais outro pesadelo. Depois que adquirira a marca de Caim, tudo ficou mais intenso, mais embaçado, mais horrível. A marca queimava-o por dentro, dilacerava-lhe qualquer perspectiva. Mas não naquele agora.

Por que estou com tanta pressa

Sempre acordando tão cedo

Tudo tão rápido, tudo está desfocado

Remexeu-se na cama, erguendo as costas e apoiando-as na cabeceira, no que Lavignia acordou de uma vez.

— Desculpa, não queria te acordar.

— Está tudo bem. Você teve outro pesadelo?

— Não — ele mentiu. — Eu só queria observar você de um ângulo melhor. — Puxou a coberta descobrindo-a e revelando sua nudez.

Lavignia também ergueu as costas da cama, mas aproveitou para montá-lo, enlaçando-o com suas pernas. Beijaram-se.

É como se o relógio estivesse sempre correndo

Mas meu tempo não deve ser desperdiçado

Outra pessoa pode correr atrás dele

Dean acariciou-lhe os seios de leve, contorneando sua silhueta com todo respeito.

Estou em busca da felicidade

Percebo agora que mais é menos

Se eu tenho amor, sou abençoado, eu sei

— Não sei o que vai ser do dia de amanhã, meu bem, mas eu não quero que aconteça como antes… — Ele colou a testa na dela, relutante e separar-se dos seus lábios. — Eu amo você, Lavignia, e não quero amar mais ninguém.

Ela sorriu inevitavelmente, acariciando-lhe o rosto com as duas mãos. Ele não esperou que ela respondesse, no entanto, e beijou-a com gana, deitando-a na cama e ficando por cima dela. A própria declaração saiu sem querer e, ainda que ele não duvidasse por nada que ela responderia o mesmo, não poderia suportar a resposta.

Vou aproveitar a vida enquanto puder

E segurar esse momento em minhas mãos

Vou voar até aprender a pousar em meu lar